IX

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    Ela desliza o dedo pela tela ao senti-lo vibrar, seu fone ja estava posicionado em sua orelha e ela escutou a estática antes da voz surgir em sua orelha e a face de uma pessoa se levantar em um holograma.

—O que foi?–É seu cumprimento, a mulher no holograma faz uma careta, seus cabelos curtos balançam, ela estava andando enquanto falava com Maeve.

—Tentaram acessar nossa rede de dados. Dessa vez de dentro do complexo.–Responde antes de gritar uma ordem para uma pessoa que não aparece para Maeve —Desculpe por isso, está uma correria por aqui, estou indo agora para uma reunião com o conselho.

—Conseguiram baixar alguma coisa? E nenhum sinal de quem tentou tal proeza? Uh, alguém vai querer arrancar o seu couro fora quando souber que alguém tentou acessar  os dados!–Ri maliciosa recebendo cara feia de sua amiga.

—Quem acessou não conseguiu baixar nada e não conseguimos saber quem é, quando os soldados haviam chego, não tinha nenhum sinal do invasor, e nem na base. Ah, e obrigada por me lembrar que serei morta hoje!–Bufa e Maeve ri baixo se largando sobre a poltrona que tinha na sala, as molas que quase saiam pelo estofado parecem querer lhe furar as pernas e nadegas.

—Então é alguém de dentro da base...–Resmunga. Traição, alguém estava traindo-os, alguém inteligente o suficiente para quase conseguir invadir dados sigilosos da Resistência, mas que não tinha autorização para tal acesso. —Não preciso falar o que precisa fazer, não é mesmo? Ou ainda é uma criança? E não se preocupe, provavelmente ela não te matará, talvez uma torturinha básica, mas matar? Não. Continuam tendo o mesmo sangue.

—Sei o que devo fazer, não precisa ser tão mal comigo. –Faz um bico de falsa tristeza para logo ladrar para alguém do seu lado direito —Eu disse para mandar os arquivos originais para meu computador e não fazer uma cópia e manda-los, Tristen, faça isso direito, até uma criança faz isso melhor que você! –Bufa tirando uma mecha de cabelo branco da frente do rosto com o braço livre — E, caramba, como me animo em saber que serei torturada, me sinto "tão melhor" agora!–Ironiza recebendo uma estralada de língua da loira.

—Você tem tanta sorte, Giu, que eu esteja tão longe agora.–Humoriza e a outra engole em seco com um sorriso malicioso.

—Me cobre quando sua quarentena da gente acabar. –Pisca um olho e entra em algum lugar que Maeve supõe ser o elevador, ja que a respiração da mulher se tranquiliza e seu cabelo para de cair sobre o rosto.

—Cobrarei. Agora, sabe me dizer quando o meu pacote vai chegar?

—Ainda não. Estamos enviando duas cargas para o leste e uma para o sul, vou ver se consigo apressar as coisas e te retorno. –O "clim" do elevador é o sinal de que a sub-lider chegou ao seu destino. —Preciso ir agora, te mantenho informada sobre tudo, isso se voltar da reunião viva.Vou direto para as garras do leão.–Faz um gesto passando o dedo por sobre o pescoço e desliga a chamada. Maeve se reencosta na poltrona velha, pensando nos possíveis traidores, quando e não se, ela pusesse as mãos nele, ele ou ela iria se arrepender de viver e imploraria pela morte, ela iria se demorar em sua brincadeira.

—Duas coisas: Esse olhar me assusta, e, nossa, você por acaso estava falando com Giulia, a prima de cobra?–O homem sorri cruzando os braços no batente da porta. Ela deixa seu corpo e mente relaxar e sorri de canto.

—So estava pensando. E sim, falava com ela.–Responde ao esticar as costas escutando alguns ossos gemerem e estralarem em protestos, ja fazia algumas horas que não se exercitava, precisava liberar um pouco da tensão que se acumulara nesse pouco tempo. Jay se aproxima e se senta com um gemido baixo no sofa a sua frente.

—Eu iria lhe pedir sua tela de pulso para que verificassemos se era rastreavel, mas percebi que seria muito idiota fazer isso, com certeza ja deve ser, você é da Resistência...

ʀᴇsɪsᴛᴇɴᴄɪᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora