XII

19 8 5
                                    

  Eve estava cansada no fim do dia, seu dia havia sido repleto de cirugias, cada um com seu grau de dificuldade, e para piorar tudo, na quinta cirurgia uma dor havia começado em sua nuca,  pulsando e fazendo com que a mulher fechasse os olhos, tentando se concentrar no acontecimento a sua frente.
  Ela havia feito, ao todo, 21 cirurgias, as máquinas cirúrgicas ajudavam muito no processo e cirurgias que demoravam horas, eram feitas em minutos. Depois de verificar se todos estavam em seus devidos leitos e que os acompanhantes não iam xeretar mais da nave do que não deviam, Maeve se direciona aos tropeços para a parte da frente, passando por portas e corredores, até sair da ala médica, chegando a sua área privada.
   Ela suspira ao se lançar contra a poltrona do escritório, revirando as gavetas até encontrar o que queria.

—Aqui está, coisa linda!–Exclama dando um beijo no pote onde seringas e recipientes com um líquido azul claro se encontravam. Prepara, com as mãos tremulas, uma dose, e suspira satisfeita ao furar sua perna, lançando o líquido para seu corpo e sistema circulatório.

Ela odiava aquelas dores de cabeça, mas era uma das consequências de ser ela, lembrando disso, tira a agulha da perna, lançando-a sobre a mesa e se lança contra a poltrona, mechendo em sua tela de pulso. Menos de um minuto depois,  o rosto de Giulia surge em cima do tampo da mesa, a olhando com o cenho franzido.

—Dor de cabeça?–Pergunta a de cabelos branco.

—Como o inferno!–Responde massageando as têmporas, esperando a droga fazer efeito. —Como estão por ai?

—Eu e Nick ja tomamos duas doses hoje...Você?

—Tomei uma agora. E ela, como está?

A outra faz uma careta em reposta.

—Ela ja tomou três e descofio que vai ter que tomar a quarta em breve. Ninguém esta chegando perto dela, está pior que antes, qualquer um que tente fazer ela para por um momento...–A mulher não completa a frase, mas passa o dedo sobre o pescoço, pondo a língua para fora, resposta o suficiente.

—Não tentem força-la a nada, sabem como ela é e como fica quando essas dores surgem, ela fica se lembrando das coisas e fica impossível de negociar com ela.–Resmunga ainda sentindo as marteladas na cabeça que pulsava junto com as batidas de seu coração. Uma sinfônia de dor e desespero, ela supõe. Xinga baixo, gemendo com a dor incômoda.

—Eu sei bem. Gostou do meu presentinho?–Pergunta a outra rindo baixo, o holograma se expande e agora todo seu corpo aparecia para Maeve, sentada sob uma cadeira de forma relaxada, tirando o fato, é claro, de pequenos espasmos estarem tomando conta de sua mão direita, dando dicas o suficiente de que Giulia estava voltando a sentir dor.

— Amei. Obrigada por acelerar as coisas... Estive ocupada o dia todo ajudando os feridos, e Jay ficou de entregar as cestas para as famílias. Falando nisso, tenho que verificar se ja está tudo certo...–Resmunga se levantando.

    Ela fica exatos dois segundos em pé até suas pernas amolecerem, sua visão escurecer e ela ir ao chão. O holograma da sua amiga xinga, se aproximando da câmera, preocupada.

—Maeve, Eve, fale comigo! Maeve, droga! –Brada Giulia do outro lado, seu rosto apreensivo. Do chão, Maeve geme, as mãos tremulas segurando a cabeça com força. —Faça outra dose, Eve! –Manda a de cabelos brancos, sua mão direita tão tremula quanto a loira no chão na nave.

—O que droga está acontecendo?! – Brada outra voz na chamada, logo antes de uma figura aparecer, a mulher encara a câmera com seriedade, vendo Maeve no chão pela tela.

—Ela acabou de tomar uma dose, mas não está fazendo efeito!–Explica Giulia antes da outra andar a passos rápidos, se aproximando da câmera.

ʀᴇsɪsᴛᴇɴᴄɪᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora