XV

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BASE REBELDE "019"
LOCALIZAÇÃO: ...
1.000 metros abaixo do chão.
21:30 PM...

  Aquele com certeza havia sido o dia mais agitado de Jay até agora. Foi um dia cheio, ele havia sido apresentado para soldados e líderes aliados da Resistência,  muitos, mas não chegavam nem na metade do que realmente existiam; ele havia também, junto de Maeve e Giulia, organizado a distribuição de seu pessoal para a viagem que fariam,  seria uma viagem longa onde eles teriam que fazer uma ligação para reabaster.

—Hemsworth! – Ouve o chamarem e se vira, encontrando Giulia andando até ele com uma tela holografica ao seu redor, palavras e números flutuando ao seu redor e se movendo com os comandos de seus dedos. — Verificou a entrada das pessoas e dos mantimentos?

— Ja sim. – Responde acenando, ja não conseguia tremer diante da mulher, mas ainda ficava tenso, era o braço direito de Cobra a sua frente, a mulher mais procurada no mundo ficando abaixo apenas da própria líder, qualquer um ficaria tenso e tremeria, ele até que estava indo bem. —Ja estão todos acomodados e os mantimentos bem presos, so falta a ordem para levantar voo.

—Logo a daremos, Maeve está apenas terminando uma conferência e... ali está ela. – E realmente la vinha a general, levava sua maleta com sua única mão, ela ainda não havia dado um jeito na falta do braço, a base onde estavam não tinha a tecnologia necessaria para o procedimento, a mulher não reclamou mesmo assim e soube se virar com seu único braço não arrancado. Jay sequer sabia se aquele restante era de carne e osso ou era ferro, fios e nervos criados em um laboratório feitos para que quem os usasse poderia ter pleno controle sobre o membro simbiótico.

—Preparar para decolagem!– Um único comando saí da mulher, alto e claro, para todos ouvirem, logo uma correria se forma da área de pouso e voo,- a mesma área desértica que não parecia ter fim que haviam descido na madrugada desse mesmo dia. Agora era de noite e Jay não conseguia ver muita mais coisas que as luzes no chão e das próprias naves proporcionavam, a sorte dele é que não havia tropeçando em nada, ou em ninguém, apesar da escuridão.

—Jay, Giulia, vamos! – A general chama e se direciona para uma nave separada das outras, menor, suportava até 15 pessoas.

—Mas eu não vou com...– O homem é interrompido com um empurrão da vice-lider, que revira os olhos.

—Vamos logo, soldado, sua família ja está la dentro, so falta você.

Realmente, Dixon, Gael, Katherine e Joice estavam na nave, presos em suas cadeiras laterais pelos cintos, se reviravam e tentavam a todo custo se soltar, toda tentativa era em vão.

—Maeve! – Dixon exclamou quando viu os três entrando, seus olhos ganhando um brilho de esperança. —Por favor, nos ajude, esses cintos emperraram e não conseguimos mais sair!

Risadas baixas são ouvidas e a mulher direciona o olhar para as quatro figuras a alguns metros de distância, sentados em suas cadeiras com os cintos afivelados, os rostos eram puro riso.

—Depois que os cintos são afivelados eles so abrem depois que a nave decola, terão que esperar um pouco. – Responde simplesmente e passa por eles, indo para a cabine do piloto, quando passa pelos quatro lideres que participavam do Conselho, lança um olhar repreendedor para eles, que apertam os lábios com força, com vontade de rir, mas o medo era maior.

—Sente-se, Jay, vamos decolar daqui a alguns segundos.– Giulia explica, os olhos negros diminuindo quando ela sorrri levemente e segue Maeve, indo para a cabine separada. Outras pessoas sobem, alguns soldados que sentam ao redor dos quatro líderes do Conselho que cochicham entre eles, realmente, velhinhos fofoqueiros, como Maeve os havia chamado certa vez.

Jay se senta ao lado da irmã que dava alguns pinotes animados e se senta, afivelando o cinto e testando para ver se ele abria, não abria,  mesmo com os puxões bruscos que dava, continuava fechado, conformado com sua luta perdida, larga o objeto e passa os braços ao redor de sua caçula que apoia a cabeça em seu peito, mas continua dando pulinhos, extasiada demais.

—Melhor dormir, a viagem vai demorar...– Murmura depois de beijar a cebeleira da menor, que nega veenemente.

—De jeito nenhum vou dormir, vou aproveitar cada segundinho! – Responde com certeza na voz.

Vinte minutos depois do levantamento do vôo, Joice dormia encolhida em sua poltrona.

—Começará seu treinamento com os novos soldados não é? – Um dos líderes pergunta, seus dois soldados estavam um passo atrás dele, fiéis ao líder.

—Sim, começaremos o treinamento mais intensivo.

—Ouvi falar disso, não faço parte do Conselho, mas chegou a mim essa informação, bem, boa sorte! – Ri baixo e estende a mão. — Sou Robert, não sei se lembra.

—O líder da Oposição, sim, me lembro. E porque boa sorte, posso saber? – Aperta a mão do homem mais velho, que devolve o aperto com firmeza. Ja estavam a algum tempo no ar, nem Maeve e nem Giulia haviam saido da cabine de comando, algumas pessoas estavam em pé, andando pela nave,  outros estavam sentados e conversavam,  e tinha alguns que, como Joice, estavam dormindo.

—Eu passei pelo mesmo treinamento que você e os novos recrutas receberão, é diferente de tudo que você ja fez na vida, é pesado e você vai terminar o dia mal sentindo o corpo, ou sentindo até demais de tanta dor. Se prepare para ser testado, Jay, eles vão te deixar no limite, os três juntos são horríveis...– Estremece levemente e ri com a memória. — Graças a tudo que é mais sagrado eu ja me "formei", assim como seus soldados.

—Nossa... os três? – Franze o cenho, temeroso com o que o esperava, mas curioso mesmo assim.

—Eve, Guilia e Nick. Meus músculos doem so com a lembrança!– Balança a cabeça e da tapinhas solidários no ombro do mais jovem. —Seja forte, esses três são os piores e melhores treinadores do mundo, conhecem várias técnicas diferentes de luta, espionagem, tudo isso.

—Você foi treinado por eles? Isso faz quanto tempo? – Andam e se sentam nas poltronas que ficam do lado de uma janela, uma das poucas, Robert observa as nuvens abaixo deles que quase não eram visíveis por culpa da hora da noite que estavam.

—Fui sim... Me tornei aliado da Resistência à...– morde os lábios e franze o cenho, lembrando. — 9 anos atrás... sim, sim, nove anos! – Estrala os dedos e sorri.

—Mas... Maeve tem 22 anos, nove anos atrás ela tinha 13!

—E ja era uma treinadora impetuosa! – Seus olhos brilham. —Lembro-me que todos estremeceram quando os três apareceram, eram jovens, mas assustavam a todos, Nick e Giulia eram os que assutavam com os sorrisos e olhares ameaçadores, ja Maeve sempre foi a frieza, era calada, falava pouco, corrigia erros rigorosamente. Perdi as contas de quantas vezes a general me pôs no chão facilmente, eu tinha 28 anos na época e apanhava para uma garotinha como se eu fosse um bebê! – Ri alto.

—Maeve sempre fez parte da Resistência? – Pergunta com o cenho franzido, sabia que a mulher escondia coisas, mas aquilo... o que mais ela mantinha nas sombras?

—Pelo que sei, ela nasceu la! – Da de ombros – Sabe de tudo sobre la, é uma das únicas que tem passe livre para tudo sobre a Resistência, tudo mesmo, fora ela, só os gêmeos e Dayana!

—Dayana..?– Ele nunca havia ouvido falar dessa mulher, era uma soldado? Uma líder?

—Você vai a conhecer na base de treino, eu pressumo, mas não a deixe irritada, ela tem o gênio da neta! – Sorri ladino. — Dayana é a avó de Cobra!

Vó... Cobra tinha vó.

ʀᴇsɪsᴛᴇɴᴄɪᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora