•4• Svēccha

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Jimin

Ainda lembro com detalhes do dia em que conheci Taehee, com seus braços finos, sorriso grande e abraços espontâneos. Lembro de falar que ela era minha melhor amiga poucas horas depois das primeiras frases trocadas.

— É Tae-hee — Ela fala irritada, corrigindo pela décima vez a última sílaba de seu nome, que seguia saindo com som de "d" de minha boca.

— Eu não consigo, noona, desculpa! — falo já cansado de não conseguir falar as coisas do jeito certo. Principalmente quando minha família ria de mim por esse tipo de coisa, sem que eu realmente entendesse o que estava acontecendo — Posso te chamar de Tae? fica mais fácil...

— Então eu vou precisar te dar uma apelido tambem. Não é justo eu ter que falar seu nome todo e você não — A garota fala com os braços cruzados e postura mandona.

— Minha mãe sempre me chama de "meu bebê", ou de "ji"

Estávamos um de frente paro o outro, sentados em um dos balanços do parquinho, onde a gente parou pra decidir as regras do esconde-esconde, que acabou virando uma discussão sobre nomes e a minha falta de habilidades com certeza sílabas.

— Nah, não, não. Tem que ser um apelido que eu invente — Ela indaga, olhando para os seus pés que chutavam a terra, enquanto pensava
— Que tal "Minie"? Tipo de Jiminie.

— Não. Parece a Minnie do Mickey Mouse — Falo emburrado com a ideia tendo quase certeza que falei o nome do desenho errado.

— Vai ser Minie, então — Ela fala, talvez em provocação, mas pelo seu sorriso percebo que não importa o que eu faça, vai ser esse o apelido e pronto.

Depois daqueles dias viramos inseparáveis. Íamos juntos para o parque ou pra lojinha que vendia balinhas e chocolates, quase todos os dias. Demos um jeito de ela ir para minha sala quando nos mudamos para o quarto ano do jardim de infância, com seis anos, onde também conhecemos Jeon Jungkook. O garoto de cabelinhos lisos e pretos, como os pelinhos do gato da minha avó.

Ele era meio calado e ficava vermelho por qualquer coisinha, eu achava a coisa mais fofa do mundo. Mesmo com seu silêncio e nervosimo característico que não combinava tanto com nossa dinâmica, eu e Tae ficamos perto dele o tempo todo. Até que a "dupla traquina Minie&Tae", virou o "trio inseparável Ggukie&Minie&Tae".

Eu amava eles, do fundo do meu coração eu amava eles. E a cada aventura, noites dormidas na casa um do outro, implicâncias, bombons divididos, risadas e tudo que envolvia nossa amizade, esse sentimento parecia aumentar sem que eu me desse conta. E foi assim por longos seis anos, onde compartilhavamos tudo, desde revistas em quadrinhos, livros, videogames, até fatos do dia a dia, nossos sentimentos e opiniões de criança sobre o mundo.

Nessa época a única coisa que eu não contava pra eles era o meu desconforto de quando eu estava com meus outros amigos. Depois que passamos para o ensino fundamental acabaram as salas fixas e você escolhia algumas aulas além das obrigatórias, agora nós que andávamos pelos corredores para ir na sala dos professores, e as turmas nunca eram as mesmas. Nas minhas aulas sem Tae e Jungkook, então, tive que fazer outros amigos. Eles eram legais até, mas só sabiam falar de garotas, de cartões de amor passados no meio da aula ou de quem já tinha beijado alguma delas.

Fuja Para As Estrelas ||| Jjk + Pjm Onde histórias criam vida. Descubra agora