•14• Pāripōvaḍāniki

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Jungkook

Já tinham se passado quase uma semana desde o dia em que falei pra Jimin para irmos devagar, que ri e o beijei dentro de seu carro, e que decidi realmente esconder de meu pai todas as novidades na minha vida, todas as novas descobertas sobre mim mesmo, pois achava que era mais... seguro.

E, bom, apesar de tudo isso ocupar meus pensamentos na maior parte do tempo, não teve avanço em parte nenhuma. Continuava sem fazer a mínima ideia do que eu era, e de como isso ia afetar minha vida daqui para frente.

Jimin também invadia minhas ideias constantemente. Seus toques, sua risada, seu beijo e seu tom sussurrado quando estávamos juntos, por mais que estivéssemos sozinhos, simplesmente grudaram no topo da minha mente e não saíram mais.

E sinceramente? Isso estava sendo quase uma tortura, porque por mais que eu lembrasse de tudo o tempo inteiro, e ficasse quase louco de vontade dele, tive que me sustentar todos aqueles dias apenas com olhares divertidos e provocativos nos corredores da escola, ou na mesa do almoço, enquanto todos os nossos amigos se perdiam em algum assunto aleatório.

Era bom porque dava a sensação de se estar fazendo algo escondido, quase como se fosse proibido nós dois juntos, era divertido saber que só eu entendia o que passava em sua cabeça quando ele me olhava daquele jeito no meio de tantas pessoas, mas também me enchia de desejos que não podiam ser realizados.

E eu sabia bem que ele também queria. O grande problema naqueles últimos dias estava sendo o tempo. No meio de todas as provas que estavam tendo naquela semana, de todos os trabalhos que os professores estavam passando, o pouco tempo que nos tínhamos livre acabavam sendo gastos com todos os nossos amigos, ou no meu caso, na academia e no estúdio de tatuagem. Nem consegui visita-ló em seu trabalho nos últimos dias, e era estranho perceber como fazia falta.

Era uma sexta, tínhamos tido a última prova de manhã, que eu provavelmente tiraria uma nota mediana pra ruim, pra variar. Tinha passado o resto do dia no estúdio ajudando Jooheon que recebeu o dobro de clientes que normalmente apareciam em um dia. Cheguei tarde em casa, jantei com meu pai que falou que iria ficar a noite no trabalho, recuperando dos dias que tinha ficado em cada gripado.

Mas apesar de todo o cansaço que me consumia pelo final daquela semana, não consegui dormir cedo, então fui para o telhado, como sempre, e observei o topo das casas e as ruas vazias enquanto ouvia minha playlist no aleatório e pensava — pra variar — em Jimin, e no porque meu corpo tinha travado tanto na possibilidade de fazer qualquer coisa a mais com ele, quando já tínhamos passado de todos os limites na primeira vez que ficamos juntos.

Como se lê-se meus pensamentos, a música para e o nome de Jimin começa a brilhar na tela de meu celular. Eu sorrio involuntáriamente enquanto passo o dedo pela tela, aceitando a ligação.

— Boa noite, é o telefone de Jungkook? Aqui é do canal 12, para avisar que você acaba de receber um prêmio de três mil wons — Jimin diz do outro lado da linha, com uma voz esquisita.

— Sua imitação de apresentador de programa é uma das piores que eu já vi, Jimin — respondo rindo.

— Aí, Jungkook... também não precisa magoar assim, me esforcei. — ele diz, em tom falso de mágoa — 'Ta fazendo o que?

— Nada de mais. Meu pai teve que passar a noite no hospital hoje, então a casa tá vazia e eu sem nada pra fazer. Só ouvindo música mesmo.

— Seu pai é médico? Não sabia disso.

— Não, ele trabalha com administração. Depois que a gente se mudou a empresa dele o botou pra trabalhar na administração do hospital central, e as vezes ele passa a noite quando tem muito trabalho acumulado. Mas quase nunca acontece. — eu explico.

Fuja Para As Estrelas ||| Jjk + Pjm Onde histórias criam vida. Descubra agora