Fuja Para As Estrelas ||| Jjk + Pjm

•23• Ataniki uttamamainadi

⊹
Jimin

Sentia os dedos de Jungkook se entrelaçando em meus cabelos molhados e seus dentes batendo de leve junto com seu fôlego em meu pescoço, enquanto ria contra a minha pele.

Uma risada saia de mim também, fazendo meu peito balançar contra o seu. Nem lembro o porque riamos tanto, mas sabia que se pareciam com sorrisos autos, tão reais quanto nossa calma, nossa felicidade quase palpável.

Aperto os dedos na pele de sua cintura quando seu rosto afasta o suficiente para que eu encare seus olhos, que pareciam brilhar ainda mais contra a luz dourada que passava pela pequena janela de seu banheiro. Sua mão passa por minha bochecha em um carinho leve, estudando meu rosto, como se também estivesse flutuando naquele momento. Parecia um sonho.

O som do chuveiro ligado, lançando água contra parte de nossos corpos e o chão. Seu sorriso, suas mãos. O seu cheiro. Nossos corpos juntos sem nenhuma malícia, apenas relaxando naquele calor, naquela luz, juntos.  Parecia um sonho. Estar sozinho com ele daquela forma, sentir aquela paz, aquela felicidade. Era viver um sonho acordado por alguns minutos.

— Eu te amo. — ele sussurra para mim, como um segredo.

Meus braços enlaçam seu pescoço, o puxando para perto e lhe alçando a boca.

— Me mostra. — eu sussurro de volta contra seus lábios, e mal consigo apreciar seu sorriso antes que ele me beije de novo, com vontade, com paixão.

Minha mão caminha por seu braço musculoso, até alcançar sua mão, entrelaçando nossos dedos e deixando com que a presença do anel entre eles não me deixasse sair mentalmente daquele momento, enquanto Jungkook nos guiava de volta para de baixo da água. Ainda me beijando.

Não tinha luxúria, não tinha desejo, não tinha tesão. Não naqueles minutos. Só tinha paixão, calma, reivindicação, amor. Era apenas nós dois, mostrando nossos sentimentos mais profundos, que não tinham palavras no dicionário que descrevessem. Era quando eu percebia o quanto minha alma queria permanecer ali para sempre.

Eu não sabia como explicar, mas naqueles momentos era como seu eu viajasse sob o tempo. Eu nos sentia ali naquele chuveiro, mas eu também ouvia música de um violino distante, sentia cheiro de alecrim, o vento de um campo aberto, sentia aos meus pés a corrente de um rio frio, ouvia a risada de amigos distantes. Dentro dos braços de Jungkook eu era mandado para todas aquelas lembranças enigmáticas, que nunca faziam sentido depois de acabarem, que sempre deixavam a mais estranha nostalgia.

E não sobrava mais tempo para que eu quisesse sentir o prazer de sua carne, que o conseguisse passar meus sentimentos por algo a mais que um beijo, que minhas mãos em um carinho leve. E sinceramente? Era milhões de vezes melhor que sexo.

Quando a boca de Jungkook afasta novamente, só para deixar um riso frouxo, descrente, sair por seus lábios eu sabia que sentia o mesmo. Que também se perguntava como sentir aquilo era possível, como tinha lugar naquele mundo, como cabia apenas ali entre nós dois.

Minhas mãos vão até suas bochechas, segurando-as com carinho, enquanto sorrio e admiro mais uma vez sua pele iluminada pela luz da tarde.

— A gente poderia começar a planejar uma forma de conseguir ficar aqui por meses. Só nós dois, nesse banheiro, sem se importar com mais nada no mundo. — falo e vejo seu sorriso crescer.

— Nem com a fome? — pergunta e eu nego com a cabeça, ele ri baixo e deixa um beijo na minha bochecha. — Nem com a sede? — mais uma negação. Mais um beijo na bochecha oposta. — Nem com a falta que os outros sentiriam de nós? — mais um balanço de cabeça, um beijo no canto dos lábios. — Nem com o futuro?