•7• Prēmalō uṇḍavaccu

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Jungkook


Meu cabelo ainda pingava do banho, enquanto eu estava parado no meio da cozinha, segurando meu segundo copo de água para tentar amenizar a sensação de desidratação que vinha acompanhada da dor de cabeça insuportável e um enjôo, o que podemos chamar de uma puta ressaca.

Mexia no meu celular despreocupadamente tentando me atualizar do que tinha perdido durante todas as minhas horas de sono, já que ja se passava de meio dia e eu tinha acabado de me levantar. Acabei abrindo minha galeria com a breve lembrança de tirar algumas fotos na noite passada, rindo assim que vejo uma foto minha caído no chão com Seokjin, tirada por outra pessoa.

Passo o dedo na tela abrindo outras fotos, umas fazendo careta com os meninos, outras borradas demais para que eu conseguisse decifrar o que estava acontecendo, um vídeo que Tae gravou enquanto estávamos juntos na pista de dança que me fez quase chorar de rir com o jeito totalmente não fluente e bêbado dela tentando acompanhar a letra da música em inglês, seguida de uma foto nossa abraçados enquanto eu dava um beijo na bochecha da minha amiga sorridente.

E finalmente uma foto de todos nós na mesa onde ficamos até o final da festa, Yoon estava na frente segurando a câmara e todos nós atrás sorrindo. Tinham várias tentativas para essa mesma foto, com versões com algum de nós olhando pro lado errado, de olhos fechados ou caretas espontâneas, uma com Namjoon se molhando todo com bebida depois de começar a rir assim que encheu a boca de cerveja por conta de um comentário de Hoseok. Até que tinha uma perfeita, com todos nós nos abraçando desajeitadamente e sorrisos abertos.

Sinto meu peito quente enquanto observo a foto. Talvez eu realmente estivesse criando meu lugar ali. Fico grato por ter sido perto daquelas pessoas.

Dou zoom para ver a foto mais de perto e por algum motivo me demoro no rosto de Jimin, minha atenção fixa nós detalhes de seu rosto, nas linhas de seus olhos e maxilar, no jeito que ele sorria.

— Boa tarde, filho. — escuto a voz de meu pai me assustando. Fecho o telefone finalmente percebendo o que eu estava fazendo. Ele já tinha a roupa de exercício posta, pronto para correr como fazia todo domingo a tarde. — Quer ir correr comigo? Eu te espero trocar de roupa.

— Desculpa, pai, mas acho que vou ficar em casa mesmo, tô cansando de ontem.

— Eita, ressaca? — ele pergunta e eu concordo com a cabeça bebendo mais da minha água. — Tem remédio na mesinha da sala se precisar, então. Já vou.

Meu pai também tinha sido adolescente, ele sabia que a lei não era um grande empecilho para festas com bebidas naquela idade, então ele só adimitiu para si mesmo que ia acontecer comigo e começou a conversar abertamente sobre esse tipo de assunto. O que me ajudou a ter consciência e responsabilidade sobre muita coisa, tendo os conhecimentos dele sobre a vida, suas histórias e experiências, sem serem podadas. Achava que todo pai ou mãe deveriam tratar desses assuntos assim, era claro a diferença com filhos de pais controladores com esse tipo de coisa, na maioria das vezes eram os piores.

Depois de me despedir de meu pai, faço um sanduíche e subo para meu quarto, focado em passar o dia me distraindo vendo séries no celular, sem fazer nada de realmente produtivo. Em alguns momentos minha mente me surpreendia com uma lembrança repentina da noite passada, me fazendo rir ou morrer de vergonha. Até que me lembro do cheiro de coco e canela, e dos braços de Jimin a minha volta.

Finalmente me permitindo pensar na minha demora em seu rosto vendo a foto. Na minha vontade de reatar a amizade e na felicidade por ouvir um elogio seu aos meus desenhos. Na lembrança tão clara de seu cheiro e sorriso, no silêncio do meu quarto.

Fuja Para As Estrelas ||| Jjk + Pjm Onde histórias criam vida. Descubra agora