Capítulo 16

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"Met a lot of people, but nobody feels like you"


Beatrice Myers narrando

Algumas dias depois...

Foi difícil esse tempo com o Arthur fora, foi maravilhoso quando ele me ligou avisando que o Carlos ficou bem, hoje ele finalmente estava voltando, eu nem sempre faço coisas legais para as pessoas, mas eu queria mostrar que senti falta dele, e como as meninas adoram um motivo pra ter música e comida elas toparam de cara, ia ser só nós, e uns amigos que a Alicia queria chamar, alegando ela que hoje queria beber e pegar todo mundo.

Deixei elas em casa arrumando as coisas para o churrasco junto com o João e vim buscar o Arthur, João é um vapor amigo da Alicia, ele começou a andar com a gente em um rolê e aí já grudou também.

De longe já avisto o Arthur vindo com a mala, aceno e ele logo se aproxima me abraçando.

- Porra nunca mais te deixo sair de perto, senti saudade - falo abrindo o porta malas

- Eu sei, você não vive sem mim - se gaba roubando um selinho meu

- Ta vendo porque eu nunca admito as coisas? Você fica convencido demais, chato demais, não sei com consigo te aguentar - reviro os olhos

- Mas você me ama mesmo assim - da de ombros - Vai me deixar dirigir hoje né? - me olha com aquela carinha de cachorro abandonado

Eu sempre deixava o Arthur dirigir meus carros, mas minha Ferrari foi presente, então eu tinha um leve ciúme talvez.

- Nem pensar, não senti tanto sua falta a esse ponto, seu oportunista - mostro língua

- Chata! Vai ver, vou voltar a viajar e você vai ir me buscar de tanta saudade - comecei a rir - Sua falsa, me ama mesmo não

- Ta carente nenê? Pelo que me contaram a Alicia pode muito bem resolver isso - jogo um verde

- O que? Você ta louca, vamos logo - olha aí, jogo verde e colho o maduro, Arthur não sabe mentir para mim

- Vamos fingir que eu acreditei - fecho o porta malas e entro no carro

Ligo o som do carro e vou dirigindo até o morro, sempre foi assim, eu tenho minha historia com o Arthur mas nós sabemos respeitar, se ele se apaixonar por alguém, vou ficar feliz por ele, tanto como ele ficaria por mim, nossa ligação é mais forte que qualquer coisa, somos a âncora um do outro, não importa se vamos nós pegar ou não, o que importa é apoiar um ao outro.

O trânsito estava péssimo, mas consegui chegar no morro depois de uns 30 minutos, como já sabiam que eu estava com esse carro não me barraram na hora de entrar, vou subindo o morro até em casa e estaciono na garagem.

- Vamos, depois a gente pega a mala - ele estranhou um pouco mas veio me seguindo

Vou direto na cozinha com ele e as meninas estavam lá fazendo comida, e pelo visto os meninos estavam arrumando a churrasqueira lá fora.

- Não acredito, vocês queriam comemorar que eu voltei - falou abraçando as meninas

- Que nada, essas aí só queriam uma desculpa para ter festa em plena quarta-feira, rebolar a raba e comer - começamos a rir

- Suas oportunistas, ninguém me ama nessa casa - olha o drama

- Como assim? Certeza que a Alicia ama - provoca Camila

- Nosso casal! - eu e Eloise falamos juntos fazendo a Alicia revirar os olhos

- Vocês são muito idiotas

- A idiota aqui vai ser madrinha de casamento bebê, agora andem que eu tô morta de fome - mostro língua e subo para o quarto

Esses dias eu tentei de tudo para ajudar o Rafael, mas só sei onde ele está, e que está vivo, nada mais.

Estava quase descendo de novo quando escuto meu celular tocar, vou correndo atender.

Ligação on

Eu: Alô?

José: O dono do morro do dendê ligou? Quero noticias

Eu: Não, e nem acho que vai, eu te disse que não ia dar certo

José: Que merda, aquele idiota nós fez de besta, eu tenho informantes lá

Eu: Ta, e?

José: Vai ter invasão no morro do Alemão hoje, garanta sua segurança, e nem pense em cogitar a ideia de ajudar eles, vá para o porão da casa e fique quieta até acabar

Eu: Vou ver o que faço, preciso ir agora - desligo

Ligação off

Que merda, essas coisas só acontecem quando a gente resolve fazer festa ou algo do tipo, tenho que me manter calma e não avisar a ninguém agora, quando chegar a hora eu deixo eles escondidos e vou ajudar, não posso arriscar que o Guilherme perda o morro, se isso acontecer minha missão vai no ralo.

Pego uma muda de roupa e desço para o porão onde está a sala de treino, deixo a roupa em cima da mesa, vou até as armas e pego uma sub metralhadora e uma pistola, deixo junto com a roupa e volto para a cozinha, quando a hora chegar já vai estar tudo pronto.

Eloise estava sentada em um canto conversando com um homem que eu não conheço, Alicia e Camila estavam dançando perto da piscina enquanto o som tocava quase no máximo, Arthur estava junto com o João na churrasqueira.

Quando ia me juntar as meninas para dançar eu vi eles chegando, Guilherme, ou melhor, GM e PH, fazia algum tempo que a gente não ficava no mesmo lugar, eu não sou de pedir desculpas e muito menos ir atrás, então se ele quiser ele que venha, não vou fazer exatamente o que ele quer.

Ele passa reto por mim sem nem me olhar, eles foram junto com o Arthur e o João, reviro os olhos e vou até as meninas.

- Essa cara de cu toda é porquê? - Alicia sempre curiosa

- Claro que é porque o Guilherme e ela continuam brigados - Camila conta

- Vocês não tem nenhuma fofoca melhor do que a minha vida? E não estou fazendo cara de cu nenhuma - digo emburrada

- Ta precisando dar viu amiga, beber e se animar, ta muito seria - reviro os olhos e mostro língua

Fico um tempo ali com elas dançando, precisava fazer com que elas não entrassem na piscina, até porque se não as coisas poderiam ficar bem mais difíceis.

Ice heartOnde histórias criam vida. Descubra agora