"When will you realize
Baby, I'm not like the rest?"
A enfermeira chegou e me disse que eu podia usar o banheiro que tinha no quarto para tomar um banho e logo depois voltar para almoçar, aproveitei e já peguei a mala de cima da cadeira e fui direto no banheiro.Faço minhas necessidades e ligo a água quente do chuveiro, deixo a água cair pelo meu corpo, estava até começando a me sentir melhor, eu tinha me olhado no espelho e realmente eu estava parecendo morta, uma cara feia que se brincar tava pior do que as assombrações que são inventadas pra assustar o povo, o auge da tristeza nega.
Tomo meu banho e coloco um vestido soltinho no corpo na cor preta, era a única coisa que as meninas tinham trazido, mas eu até que gostei bastante, deixo meu cabelo molhado mesmo e só penteio, coloco uma rasteirinha e passo um perfume e um gloss, estava até parecendo melhor, coloco todas as coisas na mala e fecho saindo do banheiro, as meninas estavam ali sentadas me esperando.
- Olha ela, ta até parecendo gente de novo, melhor do que antes - Alicia tira com a minha cara
- Eu sou sempre maravilhosa baby, agora pelo amor, arrumem mais roupas e dêem para o Guilherme trazer mais tarde como ele já vem, e lembrem ele que eu quero minha comida, arrepio só de lembrar que vou ter que comer essa comida de hospital - reviro os olhos
- Ta vendo Ali? Ela quer até garantir que ele vem mesmo, você acha que vamos ser madrinhas de um menininho ou menininha? - já vai começar elas se juntarem para tirar comigo
- Tem que ser uma menina a mais pra gente ensinar a rebolar a raba até o chão né, tem que ser piranha desde nova, só não pode puxar a mãe e ser piranha burra - ela começam a rir muito, duas palhaças
- Vai logo, eu vou almoçar e vocês não esqueçam da roupa, se der pega também meus cremes e produtos, eu tenho que perguntar quando vou conseguir ter alta, chama o medico aqui quando vocês sairem?
- Pode deixar, amanhã a gente ta de volta e traz comida boa pro almoço - sorriso mandando um beijo para elas
- Vocês são maravilhosas!
- Falsa! - gritam juntas e já vão saindo do quarto
Tinha uma televisão no quarto passando alguns filmes e eu fiquei prestando atenção nisso até o doutor e a enfermeira entrar no quarto trazendo meu almoço, a enfermeira se aproximou e colocou a bandeja no meu colo, parecia uma sopa rala.
- Me avisaram que queria falar comigo senhorita - assinto e a enfermeira já saí do quarto
- Queria saber quando poderei ter alta, não quero ficar muito tempo, não me leve a mal, mas eu odeio hospitais, fujo sempre que posso - confesso
- Entendo, vamos realizar alguns exames para ter certeza que você pode ir e talvez seja liberada amanhã ou na quinta-feira - assinto
- Obrigada doutor - ele assente e saí do quarto
Encaro aquela sopa, estava com uma cara tão feia, mas eu tinha que comer se quero me livrar logo desse lugar, como tudo aos poucos, o gosto não estava ruim, só era uma coisa meio sem sabor, parece que não usam tempero nenhum.
A enfermeira veio buscar a bandeja e me deixou sozinha novamente, devo ter passado umas duas horas sozinha até que a Eloise e o Arthur entraram no quarto correndo para me abraçar, parece que todo mundo estava mesmo muito preocupado, abraço eles e sorri.
- Sentimos tanto sua falta - Eloise fala ainda abraçada comigo
- Você nós deu um susto tão grande, eu pensei que tinha te perdido sua chata, nunca mais faz isso por favor - Arthur fala limpando uma lágrima
- Calma gente, eu estou bem, foi só um susto - tento acalma-los
- Mesmo assim, porque você pulou na frente do Guilherme? - Eloise sempre curiosa já foi perguntando
- Eu não podia deixar ele morrer, teríamos que voltar do zero, já que outra pessoa ia assumir - minto, nem eu sabia porque eu fiz isso, mas preciso me convencer realmente que é só por isso e acabou
- Então...seu pai ligou no dia do acidente, ele está muito bravo Bea, ele nós mandou voltar assim que você acordasse, tentei convence-lo mas ele está irredutível - eu fiquei até meio sem fala, eu não posso ir embora, eu não quero ir embora, eu não quero deixar eles todos agora
- A gente não vai embora! E foda-se o que meu pai mandou ou deixou de mandar, eu sou a herdeira não sou? Também posso decidir - falo decidida, eu não quero e não vou
- Quer ligar para ele? Guardei seu celular - fala me entregando o celular e o carregador
- Vou ligar, saiam por favor, preciso de alguns minutos - eles assentem e saem
Levo um tempo tomando coragem até que decido ligar, não posso dar uma de fraca agora, ele vai ter que ceder.
Ligação on
Eu: Pai?
José: Olha só, acordou depois do seu gesto heróico - consegui sentir a irônia em sua voz
Eu: Sim, e foi muito heróico mesmo, o Guilherme está totalmente diferente comigo agora, parece mais aberto
José: Eu já dei uma ordem Beatrice, vocês vão voltar
Eu: Não pai, essa missão é minha e eu decido quando acaba, agora, eu preciso ir, quando eu tiver alguma novidade eu ligo - desligo antes que ele fale algo
Ligação off
Não costumo agir assim com meu pai, mas dessa vez vai ser assim.
[...]
Passei a tarde toda sozinha vendo filmes, até que o Guilherme apareceu.
- Sentiu minha falta? Eu sei que sim - mostro língua
- Senti mesmo, agora passa o lanche aqui - ele revira os olhos e joga a sacola do lanche para mim
- Você é maravilhoso! - falo pegando o lanche e já começando a comer
- Só não deixa aquela enfermeira ver, se não ela não vai mais deixar eu trazer - assinto - Tomou um banho foi? Ta até parecendo ajeitadinha agora - me zoa
- Muito engraçado viu - reviro os olhos e guardo o lanche por já estar satisfeita
- Vai dormir aqui? - ele assente - Então vem, vamos ver um filme - falo dando espaço para ele na cama
- A gente vai cair e tu vai ver - ele riu mas se deitou ao meu lado
Ficamos assim a noite toda, ele tava cheio de cuidado comido, perguntando se eu estava mesmo bem e essas coisas, achei tão fofo da parte dele.
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Ice heart
Teen FictionTudo começou com uma simples missão e guerra de interesse. Ela toda marrenta e determinada. Ele todo largado e se achando o dono da razão. Com vários obstáculos esse amor pode dar certo? E o melhor, quem nossa querida Beatrice vai escolher? "Ah, be...