Capítulo 31

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"Boys try to tame me, I know"
  

Beatrice Myers narrando

Assim que cheguei no morro fui na casa da Camila acalma-la, ela estava apavorada, fiquei até quase duas da manhã lá, quando ela conseguiu dormir eu dei uma escapada e vim correndo para casa, dormi um sono péssimo, só conseguia pensar no Guilherme.

Eu sabia que tinha algo errado, mas não sabia ainda o que era, eu preciso ir ver ele, o mais rápido possível, inclusive, vou hoje, eu tenho certeza que ele deve ter ido direto para a prisão, ele é muito procurado, então não iam dar esse mole. Preciso passar para comprar um celular e conseguir entregar lá dentro, já ouviram falar que o dinheiro compra tudo? Na cadeia as coisas não são muito diferentes.

Me levanto correndo e vou logo no banheiro, faço minhas higienes e tomo um banho rápido, saio indo até o closet, coloco um short vinho e um cropped branco, calço o primeiro sapato que eu achei na frente e tá pronta.

Me levanto correndo e vou logo no banheiro, faço minhas higienes e tomo um banho rápido, saio indo até o closet, coloco um short vinho e um cropped branco, calço o primeiro sapato que eu achei na frente e tá pronta

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Dou só uma ajeitada no cabelo e pego minha bolsa, desço direto na sala de treinamento e vou até o cofre pegando dez mil reais, coloco tudo na minha bolsa, que por sorte era grande. Saio da sala indo na cozinha e Arthur e Eloise estavam lá, de novo falando sobre alguma coisa que pararam assim que eu cheguei, isso já ta ficando muito estranho.

- Vai aonde? - Arthur me pergunta me olhando de cima abaixo

- Preciso ajudar o Guilherme, vou tentar fazer um acordo com o delegado, eles fazem tudo por dinheiro - dou de ombros

- Ta brincando né Bea? Acabou, ele foi preso, a gente já pode ir embora - Eloise fala, ela parecia muito nervosa

- Já disse, quem quer ir vai, a porta é serventia da casa - pisco para eles, já tava me estressando demais tudo isso

- Como assim Beatrice? Ta nos tratando assim porque? - Arthur já veio com seu tom de ignorante

- Porque vocês estão escondendo alguma coisa - percebi a Eloise ficando tensa na mesma hora - Eu ainda não sei o que é, mas acreditem, se eu descobrir sozinha... - suspiro olhando diretamente para eles - Podem apostar que estarão na minha lista de inimigos, e eu não vou pegar leve

- Não estamos escondendo nada, que merda Bea, você ta desconfiando da gente - Arthur tenta se defender mas eu simplismente nego com a cabeça e saio de perto

Vou até o carro e entro dando partida para a cadeia, eu queria muito que o Arthur estivesse falando a verdade, mas eu conheço ele como a palma da minha mão, ele está escondendo alguma coisa sim, e eu vou descobrir por bem ou por mal.

[...]

Era a primeira vez que eu vinha a uma cadeia, mas como dizem, tudo tem sua primeira vez mesmo né, parei o carro perto do portão, tinha vários guardas armados ali, me aproximo do portão e tinha tipo um atendente ali.

- Com licença, eu preciso falar com o seu chefe, poderia me fazer esse favor?

- Diretor Sanchez - ele me diz o nome e chama um dos guardas que estava ali - Leva essa moça aqui até o diretor - ele somente assente

- Muito obrigada - dou um sorriso de lado e começo a seguir o tal guarda, ele tinha uma cara nada boa

Era quase como um labirinto, tinha tantas entradas que quase me confundi, porém a parte boa é que parecia organizado pelo menos. Depois de alguns minutos conseguimos chegar na sala do tal diretor Sanchez.

- É aqui, irei esperar a senhorita - assinto e bato na porta

Escuto um "entre" meio baixo e então abro a porta fechando atrás de mim, caminho em passos lentos até sua mesa.

- O que a senhorita deseja aqui? Não me parece seu lugar - dou um sorriso de lado - sente por favor

- Obrigada - me sento na cadeira a sua frente e cruzo minhas pernas

- Sou o diretor Sanchez, e você é? - ele parecia ter uns 35 anos, e adivinhem, acho que ele está dando em cima de mim

- Beatrice, é um prazer conhece-lo - sorri e estendo minha mão para cumprimenta-ló

- O prazer é todo meu - fala soltando minha mão

Claro que eu não tinha nenhuma intenção de que aconteça algo, mas se dar um leve mole para ele fosse me ajudar a falar com o Guilherme, não seria de todo mal.

- Me desculpe estar tomando seu tempo, eu queria falar sobre um de seus presos - ele me olha um pouco confuso

- Qual deles?

- Guilherme Araújo, se não estou enganada ele deu entrada ontem - eu não estava enganada, mas melhor não ser tão direta

- Achei que demorariam mais para vir atrás dele, me conte, o que quer?

- Preciso dele solto, seria de uma grande ajuda se me desse um valor, no momento tenho dez mil comigo - digo confiante

- Está tentando me comprar senhorita Beatrice? Saiba que não é assim que funciona por aqui - nego com a cabeça segurando para não revirar meus olhos

- Sabe senhor Sanchez - me ajeito na cadeira ficando com os braços sob a mesa, tentei deixar meus seios o mais visível possível - Eu sei que alguém comprou a entrada dele aqui, e eu quero lhe fazer lucrar ainda mais

- Infelizmente não posso ajudar senhorita, pessoas importantes o querem aqui - isso estava me irritando

- Me dê um nome, ao menos isso - arrisco a tentativa mesmo sabendo que as chances são pequenas

- Gostaria de saber, infelizmente não tenho essa informação - caralho, não pode ser

- Bom, não tenho tanto tempo a perder, gostaria de ver ele então, ok? - ele parece segurar uma risada

- As coisas não são assim, volte em um domingo, tem todo um processo de passar pela revista, inclusive eu gostaria de vê-la de perto - eu sabia muito bem como era todo esse processo, eu estava tendo que me segurar ao máximo para não bater nele agora

- Não me subestime - abro minha bolsa e coloco cinco mil na mesa - Todos tem um preço senhor, agora se me da licença, peça ao guarda ali fora para me guiar - ele me olhou em dúvida alternando o olhar para mim e para o dinheiro e então assentiu

Saimos da sala juntos e o guarda estava ali me esperando.

- Leve essa moça até o preso Guilherme Araújo, ele deve estar na solitária - o guarda simplismente assente e começa a andar

Vou seguindo ele e novamente aquilo parece um labirinto, eu jamais poderia trabalhar aqui, seria um grande desastre.

Ice heartOnde histórias criam vida. Descubra agora