Ice heart

Capítulo 18

"I’m so scared to fall in love, but if it’s for you, then I will try"

Guilherme Araújo narrando

Ver a Beatrice caída em meus braços foi a pior coisa que eu já pensei que poderia acontecer, ela era diferente, boa, determinada, ela tinha tantas qualidades que era realmente difícil definir só uma, assim que ela foi atingida fiz de tudo para traze-la ao hospital antes que a situação ficasse pior, eu nem estava acreditando que ela pulou na frente da bala por mim, assim que ela pulou eu dei um jeito de matar aquele desgraçado.

Eu não faço ideia do porque a Beatrice tava ali, eu mandei ela se esconder com os outros, mas o que eu tava pensando, é claro que ela nunca ia me ouvir, impossível como essa garota é ia ser impressionante se ela me ouvisse.

Eu não pensei em nada, corri com ela para o hospital fora do morro que eu acho que poderia cuidar melhor dela, não tive forças para ligar e nem avisar ninguém, mas pedi que o vapor que nós trouxe fizesse isso.

Assim que chegamos eles levaram ela correndo para dentro e não tive notícias até agora, pode e é arriscado eu estar aqui, mas porra, que tipo de monstro eu seria? Ela se jogou na frente da bala por mim, eu realmente fiz merda com ela, não mereço isso.

Saio dos meus pensamentos quando Arthur, Camila, Alicia e Eloise entram correndo no hospital, eles logo correm até mim, todos pareciam querer respostas, e eu infelizmente não podia dar nenhuma.

- Ela entrou para a sala de cirurgias e não saiu até agora - falo somente isso, eu não estava em condição nenhuma de falar sobre isso agora

- Vamos esperar aqui então - Camila fala se sentando ao meu lado e segurando minha mão

Perdi a conta de quantas horas passamos ali esperando alguma notícia, Arthur foi preencher a ficha médica e depois voltou, depois de muito tempo o médico apareceu olhando em volta.

- Parentes da Beatrice Myers por favor - Arthur e Eloise logo se levantam

- Pode dizer doutor

- Nós tinhamos acreditado que a bala havia saído, mas ela continua no corpo da paciente, preciso de uma autorização para começar a cirurgia de retirada

- Pode fazer doutor, eu preciso assinar alguma coisa?

- Sim, por favor me siga - e assim eles saem

Eu pensei muito no que eu iria fazer de agora em diante, e eu não faço a menor ideia, não quero pensar na ideia da Beatrice morrer, ela é forte, tenho certeza que vai aguentar.

Saio dos meus pensamentos ouvindo o celular da Bea tocar, estava com ela quando foi atingida e eu guardei, no contato estava escrito "pai", então resolvo atender.

Ligação on

José: Aonde você está Beatrice? Estou esperando notícias a horas - ele já começou a questionar antes que eu pudesse falar qualquer coisa

Eu: O pai da Beatrice né? Ela ta no hospital

José: Quem fala?

Eu: GM, sua filha tava comigo na hora

José: Pode passar para o Arthur ou Eloise por favor

Eu: pera ae - tiro o celular da orelha

Ligação off

Vou até a Eloise e entrego o celular.

- É o pai da Beatrice, ele quer falar com você - ela pareceu um pouco assustada

- Obrigada - falou e já foi saindo de perto para atender o celular

Achei bem estranho essa reação dela, mas o velho parecia nervoso quando eu contei, não pareceu preocupado nem nada do tipo, deve ser uma família complicada.

Volto a me sentar no meu lugar e vejo que já era 18:30, o Arthur logo voltou avisando que a cirurgia da Bea estava começando, só o que restava agora era esperar, eu estava me mantendo forte ali.

- Cadê a Eloise? - perguntou ele preocupado

- O pai da Beatrice ligou e pediu pra falar com um de vocês dois, passei e ela saiu meio nervosa - ele abriu mo olhão mas tentou disfarçar

- Valeu - dizendo isso ele foi saindo quase correndo pra fora

Alguma coisa tinha nisso, eles parecem ter um medo fora do comum pelo pai dela, o que é eu não sei, mas também não me interessa agora, preciso focar na Beatrice, tô pensando em afastar ela, causei muito mal em pouco tempo, imagina se eu ficar muito mais.

Camila havia saído com a Alicia pra comprar comida e os dois não tinham voltado da ligação ainda, fico ali quase dormindo esperando que alguma notícia da Bea chegasse.

[...]

Já era lá pelas 00:30 e continuávamos aqui, ninguém tinha nenhuma notícia e eu tava me segurando no máximo pra não entrar lá na base da força e saber o que ta acontecendo com a morena, eu só ia estar aliviado quando eu visse ela, saber que ela realmente ta viva e bem, enquanto isso eu só sinto um vazio, parece tão estranho ficar assim por uma pessoa que chegou a tão pouco tempo.

Camila e Alicia estavam encostadas uma na outra dormindo, a amiga loira da Bea tava encostada no cara dormindo também, só eu e ele que estavamos acordados esperando alguma notícia, de certa forma isso me incomodou, eu queria saber mais, de onde ele conhece ela, o que eles tem junto, mas não vou dar o mole de perguntar pra ele, muito menos em uma hora como essa.

Eu pensei bem e depois que a Beatrice tiver alta eu vou ficar longe, já devia ter feito isso antes dela se arriscar tanto assim, fui burro pra caralho.

Saio desses pensamentos quando o doutor chega nos olhando um pouco cansado, ele parecia um defunto isso sim.

- Parentes da Beatrice Myers, certo? - assentimos - Conseguimos retirar a bala do corpo da paciente, infelizmente houve uma hemorragia que dificultou as coisas na cirurgia, no momento ela está dormindo, não sabemos falar exatamente quando ela vai acordar

- Tem ideia se vai demorar muito - perguntou preocupado

- Provável que leve de um a sete dias, depende muito do paciente, qualquer nova informação avisamos, amanhã estará aberto para visitas

- Obrigada doutor - ele assente e saí

Foi como um peso saindo das minhas costas, tudo que eu quero agora é ver essa morena amanhã.