Capítulo 10

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"Loving and fighting, accusing, denying
I can't imagine a world with you gone"


Hoje já estava tudo arranjado para ter um churrasco aqui em casa, tava ajudando a Camila, Eloise e a Alicia com a comida quando escuto meu celular tocando, corro para pegar e atendo, era meu pai, saio de perto das meninas indo na varanda e finalmente começo a ouvir.

Ligação on

Eu: Pode falar pai, tava saindo de perto

José: Preciso que você vá no morro do dendê, quero uma aliança estabelecida com eles

Eu: Mas o plano não era começar com o Guilherme? E hoje vai ter um churrasco aqui, pode ser que me ajude a me aproximar

Eu: Estou mandando ir Beatrice, não é para perguntar o porque, e muito menos quero saber o que vão fazer hoje, me liga de volta quando voltar - desliga

Ligação off

Com esse mal humor todo certeza que os planos dele não estavam indo nada bem em relação a aliança com a máfia dos Estados Unidos, entro de volta em casa e chamo a Eloise e o Arthur de canto.

- Vocês vão ter que manter as pontas aqui, cancelem ou sla, eu tenho uma missão agora - eles me olham sem entender

- Missão? Eu vou com você, de jeito nenhum vou te deixar sozinha

- Fiquem aqui, se você for comigo o Guilherme pode pensar alguma coisa, inventem que eu tô passando mal, não sei, só dêem um jeito nisso - eles assentem

Subo correndo para o quarto e troco de roupa, coloco uma calça jeans escura e uma blusa preta de manga mostrando um pouco minha barriga, um tênis e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo, separo tudo que eu ia precisar e deixo na minha bolsa.

Pego a chave do carro e passo por fora até a garagem, não quero receber várias perguntas agora se não vou ficar meia hora aqui atrasada, antes de entrar na garagem sinto alguém me puxando pela cintura.

- Mania chata de ficar me puxando - reviro os olhos

- Tava indo aonde em? Achei que ia ficar de boa aqui

- Ta querendo saber demais né Guilherme, eu já volto, preciso sair - dou um selinho nele e já saio correndo antes dele me puxar

Vou até o carro e entro nele colocando a bolsa para baixo do banco, avanço até a saída do morro e os vapores já me deixam sair sem me barrar, menos mal, tô sem tempo para brigar com eles igual da outra vez, ranço ainda.

Ligo o som que estava tocando algum sertanejo aleatório e vou cantando até a nossa casa, sim tinhamos uma casa fora do morro, onde deixamos guardado carros, motos, armas e mais algumas coisas caso algum dia seja nescessario.

Chegando na casa estaciono o carro na garagem e fecho o portão, tiro minha bolsa e coloco meu celular dentro deixando ali, não vou correr o risco de levar meu celular e acabar dando alguma merda, abro o armário com a chave e pego uma pistola colocando na minha cintura, pego a chave da moto e minha mascara, coloco ela no rosto ajeitando, em seguida coloco o capacete.

Abro o portão e já tiro a moto para fora fechando o portão em seguida, vou acelerando com tudo até chegar no morro do dendê.

Chegando na entrada já me barraram, estaciono a moto e desço até os vapores, tiro meu capacete deixando na moto também, ajeito minha mascara e vou até eles.

- Chama o dono daqui - falo para os dois vapores que estavam ali

- Se acha não mina, e ta achando que aqui é o que? Olha lá ze - um dos vapores fala, ranço do macho

Pego a arma e dou um tiro para cima depois miro direto nele.

- Um tiro bem no peito e você com sorte consegue chegar a tempo no postinho, talvez - coloco medo mesmo

- Chama logo o chefe aí ze - olha, ele tem cérebro

Depois de uns 5 minutos chegou ele que imagino ser o dono aqui, pela marra que chegou deve ser mesmo.

- Abaixa essa porra aí mina, ta querendo o que aqui - falou se aproximando

- Quero uma conversa, eu abaixo aqui e a gente vai conversar

- E o que te faz pensar que eu não te mataria agora mesmo? - até parece que é fácil assim, vaso ruim demora a quebrar

- Se você me matar vai irritar muita gente mais poderosa que você, não sei se você arriscaria, eu não - ele pareceu irritado com a resposta ousada

- Tu tem dois minutos, vem comigo - assenti e abaixo a arma indo até a moto dele, monto na garupa

Ele vai na velocidade máxima subindo o morro até o lugar que pela minha opinião deve ser a boca, paramos bem em frente e ele já desce, vou seguindo ele até uma salinha meio pequena como se fosse um escritório, fedia um pouco aqui.

- Desenrola, tenho todo tempo do mundo não - disse meio ríspido se sentando na cadeira atrás da mesa

- Vou ser direta então, como eu disse trabalho para gente importante, e queremos uma aliança, basicamente você obedece nossas ordens, mas isso te trás benefícios - explico ainda de pé

- Obedecer suas ordens? Uma doida que veio no meu morro usando uma máscara? Piada boa

- Se fosse para eu sair mostrando a cara por aí eu não seria da máfia né seu idiota - me estresso

- É o seguinte - pego um papel e anoto um número de um celular que uso só para isso - Me liga se você se decidir, não espero muito, não é todo dia que eu saio por aí oferecendo o benefício de fazer parte da máfia - ele me olha estranho e fica quieto - Agora levanta daí e me leva de volta lá na barreira, que você não me achou aqui não

- Abusada demais, vamo lá

Voltamos para sua moto e fomos até a barreira.

[...]

Já era lá pelas 20:00 quando decidi voltar para casa, estava tudo quieto então subi direto para o meu quarto, Arthur estava na minha cama vendo filme.

- Demorou demais, tava preocupado - sorrio e vou até ele dando um beijo rápido

- Não foi nada demais, estava na nossa casa treinando - ele assente

Deito com ele e ficamos maratonando séries até de madrugada.

Ice heartOnde histórias criam vida. Descubra agora