Capítulo 19

196 15 4
                                    

"There's just one life to live
And there's no time to wait, to wait"


Beatrice Myers narrando

6 dias depois...

Meu corpo inteiro estava dolorido, acho que até posso dizer que eu não estava quase sentindo nenhuma parte do meu corpo muito bem, estava prestes a tentar abrir meus olhos quando escuto a porta se abrindo e logo em seguida alguém segurando forte minha mão, assim que a pessoa começa a falar eu percebo que é o Guilherme.

- Ai morena, você ta me assustando tanto - ele diz baixo fazendo carinho na minha mão - Luta bastante e seja forte, porque se você morrer eu desço naquela porra pra te trazer de volta - tive vontade de rir, do jeito dele ele estava preocupado

- Tu não sabe o clima ruim que ta em geral, até as doida da Camila e da Alicia tão meio paradas, geral se reveza pra vir te ver, até minha coroa veio, ela ta toda de ideia que quer falar com você e te agradecer por ter me salvado - ele para um pouco, parece pensar

- Sabe morena, eu queria que você não tivesse feito isso, eu senti um vazio no peito tão ruim em te ver caida nos meus braços sangrando, você tem toda essa pose de fortona, te ver daquele jeito me fez ficar puto comigo mesmo - era isso mesmo produção? O mesmo Guilherme do começo que ficava puto comigo ta aqui agora falando que ficou mal? Eu morri, certeza

- Eu volto pra passar a noite contigo, vê se me espera pra acordar, quero ser o primeiro a ver esse teu olhar, e quem sabe um sorrisinho - senti suas mãos me deixando e isso de certa forma me deixou chateada, até que senti seu beijo na minha testa, provavelmente ele estava indo embora, resolvo abrir meus olhos

- Gui, volta por favor... - falo em um sussurro que eu quase duvidei que ele tivesse realmente ouvindo

- Tu acordou, a minha morena acordou caralho! - ele falou quase gritando que eu tenho certeza que o hospital todo podia ter ouvido, ele correu e me abraçou com força me causando um pouco de dor

- Ei, calma aí que eu ainda tô com dor - falo fazendo um biquinho e ele logo se afastou um pouco

- Desculpa, eu fiquei surpreso - sorri de lado

- Vou repetir sua frase, não mereço nem uma beijo? - ele sorriu e me deu um selinho rápido

- Não vou arriscar te beijar com esse bafo não, de noite quando eu voltar tu me beija - ele ri e eu bati no seu braço

- Seu abusado, eu acabo de acordar depois de levar um tiro e você não me da nem um beijo? É assim mesmo hoje em dia - falo cruzando meus braços parecendo uma criança mimada

- Marrenta do caralho - mostro língua pra ele

- Me conta aí, dormi muito? - falei esperando que fosse só algumas horas sla

- 6 dias - olhei espantada pra ele com os olhos quase pulando para fora

- Ta brincando?! Ai mds, eu tô ferrada certeza - ele me olha sem entender que eu falava do meu pai - É uma coisa com meu pai, mas ta tudo bem - ele parecia desconfiado

- O Arthur vem com a Eloise de tarde, a Camila e a Alicia tão aí, e de noite eu volto, ta bom? - assinto e ele vem até mim me dando um beijo na cabeça - Vê se fica bem e se cuida, quero ter que te amarrar na cama pra tu ficar quieta não - reviro os olhos

- Ta bom seu chato, e vê se me traz alguma coisa boa pra comer de noite, eu odeio comida de hospital

- Vou pensar no teu caso - deu um sorrisinho de lado e saiu pela porta me deixando sozinha no quarto

Olhei em volta e o quarto tinha uma pequena mala em cima da cadeira, também tinha cobertas e travesseiros, devem dormir aqui comigo de noite, antes que eu voltasse a dormir a Camila e a Alicia entraram no quarto gritando e vindo correndo me abraçar.

- Sua puta descarada, tu nunca mais da esse susto na gente - fala a Camila enquanto me abraça e a Alicia concorda

- Vocês não tem dó de mim não? Acabo de acordar depois de 6 dias, uma dor do caralho e vocês me chamando de puta, suas falsas - cruzo o braço fazendo bico

- Encarnou uma criança de 5 anos foi? Te situa nega - jogo um dos travesseiros na Alicia

- Olha as duas, parem aí, a gente trouxe roupa e algumas coisas suas ontem, tu ta parecendo uma assombração com essa cara e esse cabelo todo pra cima, o Guilherme que lute - Camila sempre me motivando demais

- Cada um com seu fardo né nega - Alicia fala rindo, dou um tapa no braço dela

- Alguém chama a enfermeira pelo amor, eu preciso de um banho, preciso pentear esse cabelo e me sentir pelo menos um pouco viva, ta tudo dolorido de tanto ficar deitada nessa cama - falo revirando os olhos, a Alicia só assentiu e saiu indo chamar a enfermeira

- Amiga, eu não tinha certeza, mas depois disso eu tenho certeza, o Guilherme foi fisgado com tudo, cara ele passou todo o tempo aqui esperando notícias quando você foi para a cirurgia, sem contar que toda noite ele vem dormir com você e só vai embora lá pela hora dó almoço pra não ter polícia - aquilo de certa forma me fez sorrir igual uma boba, ele estava realmente se importando comigo, aquilo tudo que ele disse, mas e se for só pelo fato de eu ter levado o tiro por ele? Melhor assim, vou pensar que é por isso

- Nada haver Camila, ele só deve estar grato por eu ter levado o tiro por ele, nada demais, é tudo coisa da tua cabeça - ela me olhou meio desconfiada mas ficou quieta

- Se você quer se enganar com isso, o pior cego é o que não quer ver, e na minha opinião você ta assim porque também gosta - nego com a cabeça e viro o olhar encarando a parede, eu não estava gostando do Guilherme, não mesmo, e eu não posso esquecer disso, vou terminar essa missão e voltar para casa, e tudo isso vai sumir

Ice heartOnde histórias criam vida. Descubra agora