Capítulo 15

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"I promise that one day I'll be around"


Arthur Rodrigues narrando

Esses dias que estou tendo que passar longe da Beatrice tem sido os piores, querendo ou não ela sempre foi minha âncora me ajudando no meio do caos ambulante que é a minha familia, eu não contei a ninguém o real motivo de ter voltado correndo para Santa Catarina, parece que invadiram a casa da Bea, meu pai e meu irmão mais novo estavam lá passando a tarde, ninguém se machucou gravemente, mas pelo visto uma bala atingiu diretamente o Carlos, ele está em coma lutando para conseguir sobreviver, ao que tudo indica só pode ter haver com a aliança com a máfia dos Estados Unidos, mas não conseguimos falar com o Rafael.

Passei mal esses dias, e confesso que ter me aproximado da Alicia me ajudou bastante, ela é leve, me faz rir e não sabe da bagagem que eu carrego, em outras palavras, é fácil falar com ela, posso me sentir eu mesmo, agradeço muito a ela por isso e claro, por estar sendo maravilhosa nesse momento para me ajudar, não contei a ela sobre meu irmão porque não posso correr o risco dela falar e isso chegar até a Bea, ela ficaria chateada de não saber por mim, falando nela, estavamos conversando agora.

Ligação on

Bea: Me conta amor, como você ta aí?

Me deixava muito mal não contar a ela, mas ela ia ficar se preocupando e nesse momento ela não pode largar a missão

Eu: Ta tudo bem, sabe como meu pai é

Bea: Sei bem como pode ser difícil, mas sabe que eu tô aqui né? Tô achando você muito cabisbaixo hoje, parece me esconder algo

Maldita seja a ótima percepção da Bea, nunca consigo mentir para ela, tenho que arriscar em contar

Eu: Carlos está no hospital quase a beira da morte, só amanhã vamos saber o que vai acontecer - desabafo

Bea: Não acredito que não me disse, deve ter se sentido tão mal carregando isso sozinho, me espera que eu consigo voltar amanhã mesmo para ficar do seu lado, não vou te abandonar

Eu: Não! Por favor Bea não faz isso, fica aí e consegue finalizar essa missão, vamos precisar muito disso, o Carlos foi baleado no meio de uma invasão a sua casa, e não conseguimos ter contato nenhum com o Rafael

Bea: Não to acreditando que ninguém me contou isso, e eu prometi a Eloise que ia conseguir noticias do Rafael, coitada...

Eu: Fica quieta sobre isso por favor, e sabemos que é melhor não falar sobre isso com a Eloise, se ela surtar e for atrás dele, dona Cassandra faz purê da gente

Bea: Você tem razão, obrigada por me contar, eu to contigo nos altos e baixos, lembra?

Eu: Lembro, depois que você assistiu the originals, você nós levou até o porão e nós fez prometer, "sempre e para sempre"

Bea: Então, é um contrato para a vida toda, não tem como me manter longe agora

Eu: Você é maravilhosa sabia? Obrigada por isso

Bea: Não precisa agradecer

Eu: Preciso ir agora, combinei de passar a noite no hospital com minha mãe, te ligo assim que tiver notícias

Bea: Ta bom, vai lá, bjs

Eu: Bjs - desligo

Ligação off

Vou tomar um banho e fazer minhas higienes, saio colocando uma calça moletom preta e uma camisa vermelha, arrumo minha mochila lembrando de colocar comida para de madrugada e saio de carro até o Mc, precisava me alimentar antes, porque a comida de hospital me deixa com o estômago ruim só de pensar, imagina comer.

Estaciono o carro e desço indo pedir minha comida, peço um pra minha mãe também, ela não saia de perto do meu irmão, só quando a gente obrigava ela a pelo menos ir em casa tomar um banho ou dormir.

Os hambúrgueres ficaram prontos e volto no carro deixando a sacola em cima do banco, vou em direção ao hospital pensando em que merda o Rafael se meteu, não tenho a menor noção de como vamos fazer com isso agora, infelizmente a única coisa que o pai da Bea fala é "vamos esperar ele fazer contato", é filho dele e parece que ele é o menos interessado nisso, está tacando o foda-se.

A Bea sempre me contou que ela, o irmão e o pai haviam feito um acordo de que nunca iam se meter caso fosse para uma missão e perdecem o contato, não sei o que é porque ela nunca me disse, mas parece que eles conseguem saber exatamente cada um deles está, nunca tive que me preocupar com isso então deixei de lado, espero que esteja tudo bem com o Rafael.

Chego no hospital e estaciono o carro, pego a sacola e minha mochila descendo do carro, vou até o quarto no qual meu irmão ficava e minha mãe estava lá, encarando ele na esperança de alguma coisa acontecer.

Me sento ao seu lado e estendo a sacola com os hambúrgueres.

- Trouxe comida para nós, papai me disse que não almoçou hoje - ela parecia muito distante, consigo entender, mas me deixa péssimo

- Obrigada meu filho, você tem sido um anjo - ela deu um sorriso fraco e pegou a caixa abrindo

Começamos a comer e a todo momento o olhar dela não saia do Carlos, aquilo devia estar matando ela por dentro.

- Falaram que amanhã vão tirar ele do coma, e fazer a cirurgia, eu rezo tanto que seu irmão esteja bem - olho para ela e estava com os olhos marejados, a abraço bem forte

- Não fica assim mãe, estamos muito preocupados com você, o papai também está se enfiando em casa vez mais trabalho, quase não come ou dorme, comecei a levar comida toda tarde e fico esperando até ele comer

- É bom saber que está cuidando do seu pai, você é o meu menino de ouro - acaricia minhas mãos e sorrio

- Agora me faz o favor e come isso, só vou ficar calmo quando comer - ela sorriu e começou a comer

Comemos tudo e fui jogar as coisas no lixo, passei a noite toda ali com ela, estava com muito medo, se alguma coisa acontecer com o Carlos, não sei como minha mãe pode reagir.

Ice heartOnde histórias criam vida. Descubra agora