Capítulo 33

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"They say it's better to have loved and lost
Than never to have loved at all
That could be a lot of shit"


Assim que chego em casa fico na garagem para que eles não saibam que cheguei ainda, pego meu celular e ligo para a Camila.

Ligação on

Eu: Camila, me ajuda, rápido!

Camila: O que foi? Ta tudo bem?

Eu: Me fala por favor, porque você decidiu fazer aquela festa para mim?

Camila: Seria uma forma de você perdoar o Guilherme, só isso

Eu: Como sabia que era meu aniversário? Eu não disse a ninguém

Camila: A Elo me contou e me deu a ideia, porque? - bingo, era a informação que eu queria!

Eu: Nada, eu preciso ir agora, obrigada - desligo

Ligação off

Estava tudo na minha cara, o quão ingênua eu fui confiando nela, eu preciso dar um basta nisso agora mesmo antes que façam pior. Entro em casa sem fazer muito barulho e escuto os gritos vindo do quarto dela, subo para o segundo andar e me aproximo da porta de Eloise ouvindo a conversa, era a voz do Arthur, maldito! Eles estavam se juntando contra mim esse tempo todo.

- Ela vai descobrir Arthur! Estamos perdidos - Eloise fala, ela parecia muito nervosa

- Não vai, fica calma, nós vamos dar um jeito, ela confia em mim - isso foi a gota d'água, eles queriam continuar a me enganar e me fazer de idiota

Nego com a cabeça tentando não acreditar nisso, mas estava estampado na minha cara, com todas as provas bem ali, não tinha como ignorar, estavam me enganando. Vou até o meu quarto e pego minha pistola que ficava escondida no closet, guardo ela na minha cintura e volto até o quarto de Eloise, suspiro algumas vezes tentando me controlar e tomar coragem para enfrenta-los, sem muito sucesso e depois de alguns segundos finalmente abro a porta.

Eles logo me encaram parando de falar na mesma hora, Arthur logo tenta se aproximar mas eu nego com a cabeça, eu não estava acreditando nisso, acho que é por isso que a traição é algo horrível, ela vem de quem nós menos esperamos, de pessoas importantes.

- Bea deixa eu te explicar - nego com a cabeça e tento segurar uma lágrima que insistia em descer pelo meu rosto

- Cale a boca Arthur! Eu te odeio com todas as minhas forças - grito com ele, Eloise nessa hora tenta se aproximar mas eu dou um tapa em seu rosto com toda a minha força fazendo ela cair um pouco para o lado e se afastar - Vocês acham que eu sou que tipo de otaria? Iam continuar mentindo, eu dei uma oportunidade de falar a verdade, e o que vocês fizeram? Mentiram! Na minha cara, me culpando de louca por desconfiar de vocês, eu tenho nojo de vocês, nojo! - podia sentir meus olhos inundarem de lágrimas, estava perdida com isso, eu confiava tanto neles, daria a porra da minha vida, para receber isso agora

- Tenta entender Bea, ele nós mandou fazer isso - Eloise tenta se explicar, ela estava com a mão no rosto, com toda certeza ficaria marcado meus cinco dedos ali

- Me deixe adivinhar, meu pai ameaçou vocês? Não se faça de besta Eloise, se vocês tivessem falado comigo eu ia resolver, mas não, vocês mentiram, eu jamais esperei isso de você Arthur - nego com a cabeça suspirando para tentar me controlar - Você era a pessoa que eu mais confiava, tem noção Arthur? Você é um traidor! - grito com eles

- Por favor amor, tenta entender - pego o vaso de flores que estava na cômoda próximo a mim e jogo com tudo na parede ao lado dele

- CALA BOCA! - eles pareciam assustados, e não era para menos, eu estava furiosa - Agora, vocês vão descer, quero vocês lá na sala de treino - pego a pistola que estava em minha cintura apontando para eles

- Você não faria isso Beatrice, você não vai atirar em mim - ele nega com a cabeça tentando se aproximar de mim

Como a minha mira sempre foi excelente dou um tiro no meio de seus pés quando ele ficou parado.

- Não duvide de mim Arthur, eu avisei que se vocês me traissem eu não teria piedade, agora vocês são meus inimigos - suspiro e volto meu olhar diretamente para eles - ANDEM! - grito apontando a arma para Eloise

Estava doendo tanto ter que fazer isso, mas eu me sentia traída, fiz um perfeito papel de otaria. Eles estavam assustados com a minha reação, logo começaram a andar descendo as escadas e fomos até a sala de treino, eu precisava pensar bem no que eu farei agora, eu esperei tanto que fosse só uma paranóia da minha cabeça e eles fossem fiéis. Quando chegamos continuo com a arma apontada para a Eloise.

- Arthur, pega aquelas duas cadeiras e coloca ali, perto uma da outra - olho para ele - Não tente nada, eu não quero ter que matar a Eloise agora - volto meu olhar na Elo e ela estava apavorada

Eu sempre avisei a todos, eu dei toda a minha confiança, eles poderiam ter contado comigo, mas não, eles que escolheram que seria assim.

- Pronto - Arthur avisa e eu assinto

- Sentem - eles se sentam nas cadeiras e vou até o armário que tinha ali pegando as cordas, deixo a arma na minha cintura

Começo a enrolar e prender eles antes confirmando se eles não estavam com nada que pudessem usar para escapar, depois de tudo feito suspiro me jogando no sofá que tinha ali, eu estava perdida, confusa, sempre que me senti assim eu corria para os braços do Arthur e ele me fazia sentir como se tudo estivesse bem, mas agora ele que me causa esse sentimento.

- Bea conversa comigo, eu sei que você precisa de alguém para conversar agora, me deixa continuar sendo sua âncora - aquilo só me fez ter mais raiva

- CALA BOCA! Você tem noção Arthur?! Eu daria a merda da minha vida por vocês, eu ia fugir de tudo isso com você, nós teriamos pelo menos um tempo de paz, você acabou com isso - nego com a cabeça sentindo as lágrimas caírem

Era demais para mim, eu não ia aguentar pensar em nada agora, muito menos continuar a olhar para eles, deixo eles sozinhos ali e tranco a porta quando saio, corro direto para o meu quarto e me jogo na cama abraçando com força meu travesseiro. Eu queria tanto poder dormir e fingir que isso foi tudo uma coisa da minha cabeça, estava doendo tanto, era um sentimento horrível.

Ice heartOnde histórias criam vida. Descubra agora