Capítulo 5

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"Don't be that way
Fall apart twice a day"


Guilherme Araújo narrando

A merda do rádio começou a tocar logo cedo, jogo na parede e levanto já puto, quando olho pro lado a Ariane tava ali, mandei essa vagabunda embora ontem mas pelo visto ela conseguiu me dobrar, coloco minha roupa e saiu direto para fora, subo na minha moto, acelero no máximo para a boca, eu devo estar atrasadão já, que merda.

Chego na boca e vou direto na minha sala, o otário do Patrick já tava ali, folgado do caraí.

- Folgado pra carai mano, nem parece meu sub - ele só mostra o dedo pra mim e continua olhando o celular

Assim que sento na minha mesa um vapor entra correndo.

- Chefe tem um carro lá na barreira, já mandei vazar várias vezes e disseram que não saem enquanto o senhor não for lá

- Não tem rádio não porra? Burro

- Liguei mas não atendeu - lembro que joguei o rádio na parede, merda

- To descendo, vaza daqui - dou um tapa na cabeça do Patrick - vamo lá, vai ficar morgado o dia todo não

Ele bufa e se levanta me seguindo, monto na minha moto e ele na dele, vamos acelerando até a barreira que ficava no pé do morro, chegando lá vejo um Audi R8 branco, tinha duas minas pra fora e um cara segurando uma delas, parecia que ela queria bater no meu vapor, surtadona.

- ACABOU A PALHAÇADA - tiro minha arma e atiro pra cima - O que ta acontecendo nessa merda? - me aproximo

- O inútil do teu vapor ainda não entendeu que eu sou moradora nova e vou subir essa merda por bem ou por mal - fala cruzando os braços, toda surtada

- Vai subir se eu permitir, agora me diz a casa

- Acho que é a rua 5 ou sla, só me falaram que pegaram quase no topo do morro - lembro do aluguel, esses dias ligou um cara procurando casas, não achei que ia aparecer uma patricinha mimada

- Pode subir - falo e ela olha pro vapor como se avisasse, joga o cabelo e entra no carro seguida dos outros dois, ta se achando demais, vou cortar as asinhas dessa mina rapidinho

Subo na moto e acelero indo até a casa que eles alugaram, mandei reformar toda parece que é protegida de gente importante a doida, foram me seguindo até chegar na casa, lá estaciono a moto e desço indo até eles.

- Podem ficar a vontade aí, toda sexta e sábado tem baile, ou seja, se acostumem com o barulho - joguei a chave pra surtada

Antes deles falarem alguma coisa já vazo indo pra minha moto, volto pra boca e fico resolvendo todos os b.o do dia, cobranças e etc.

[...]

Quando finalmente da o horário saio direto pra casa, quando entro vejo minha mãe cheia de papo com a Camila e aquela patricinha de hoje cedo, a Camila é a única que eu chamo de amiga, essa é fechamento certo, considero uma irmã demais.

Me aproximo delas e a conversa encerra na hora, sei não em.

- Qual era o papo? Encerrou assim que cheguei, o assunto era eu mesmo né

- Se manque viu, se ache bem menos - a patricinha fala

- Se contenha você patricinha, chegou hoje e já ta querendo achar demais viu

- Meu querido, eu não acho, eu sou - fala me encarando

- E ta achando que tem banca assim por quê? - me aproximo dela

- Não percebeu? Sou protegida de alguém, eu faço uma ligação e a casa caí pra você - ela fala toda convencida, já ta me dando ódio

Pego minha arma e aponto na cabeça dela.

- Repete essa porra! - falo já alterado

- ABAIXA ISSO GUILHERME, NA MINHA CASA NÃO! - minha mãe grita comigo mas eu nem tava prestando atenção

- Guilherme abaixa essa merda, respeita sua mãe cara - Camila tenta amenizar a situação

- Ouve elas, e aproveita que eu tô de bom humor pra não te matar hoje - cansei dessa merda

- Vai tomar no cu sua patricinha

Antes que eu pudesse destravar a arma ela me fez cair no chão e ainda pegou a arma da minha mão ficando em pé na minha frente enquanto eu estava caído no chão.

- O que você disse? Eu tentei avisar - ela joga a arma em mim e saí batendo a porta

Me levanto ouvindo a risada das duas, essa mimada de merda vai ter o que merece, o dela ta guardado.

- Ui ui, vai idiota subestimar minha amiga - mostro dedo pra ela e entro puto indo no quarto

Eu tinha coisa pra caralho pra resolver e essa idiota fica me estressando atoa, jogo um vaso de vidro com tudo na parede e ele se quebra em vários pedaços, pego meu cigarro na gaveta e vou na varanda ficar suave fumando o meu até que a Camila aparece pra tirar a minha paz.

- Me empresta uns 200 reais aí nenê, por favoorrr - falou me abraçando, toda otaria, tava rindo de mim agorinha

- Nera tu que tava rindo agorinha? Toma tento Camila

- Mas é porque tu mereceu, me arranja aí por favor, vou sair com a Beatrice

- Quem é essa tal aí?

- Ih ta esquecido? É a patricinha que te derrubou - começou a rir, nem sabia o nome da mina

- To ligado nisso não, vou te dar só dessa vez viu, até porque emprestar nada se você nunca me devolve - ela revira os olhos

Pego uns 500 reais que tava na carteira e dou na mão dela, conhecendo essa doida como eu conheço ela ia me ligar no meio do rolê pra avisar que tinha acabado o dinheiro.

- Tu é o melhor amigo desse mundo! - falou me abraçando forte e distribuindo beijos pelo meu rosto

- Ta ta, já deu da tua bajulação, vê se trás pelo menos um lanche pra mim, fortalece um pouco - ela revira os olhos, mania chata do carai

- Vou pensar no teu caso, agora eu preciso ir me arrumar porque minha beleza não aparece do além sozinha como mágica não

- Nem beleza tu tem doida, se liga - ela me mostra o dedo e saí

Termino de fumar o meu e vou almoçar, depois de bater meu rango vou direto na boca resolver os b.o que tem.

Ice heartOnde histórias criam vida. Descubra agora