Ice heart

Capítulo 28

"Talk to me, I need to hear you need me like I need ya"

O churrasco estava ótimo, e para falar a verdade foi o lugar que eu mais visitei desde que cheguei, até porque eu vou nas festas já pensando na comida. As meninas se afastaram para ir dançar já faz um tempo, elas estavam parecendo duas malucas dançando perto da piscina, orgulho de ter ensinado as duas malucas, como elas tinham me deixado sozinha com o João fiquei puxando umas conversas aleatórias enquanto comia, mas imaginem qual a minha surpresa quando comecei a procurar a Eloise e meu olhar se cruzou com o do Guilherme, ele estava tão lindo, aquele jeito todo convencido, como eu posso ter me deixado abalar por ele? Eu estou sendo uma idiota tentando negar a verdade, eu não sei se posso continuar aqui para terminar a missão que comecei, mas eu também não quero ir embora.

Quando me dou conta nós já estavamos nós encarando a um bom tempo, me apresso em olhar para outro lado, claro que o João percebeu na hora.

- Vocês dois estavam quase se comendo com o olhar - reviro os olhos

- Ta ficando louco migo, recomendo um manicômio - ele me mostra o dedo

- Teimosa pra caralho mina, sei nem como te aguento - dou de ombros

- Com certeza é porque eu sou maravilhosa e a melhor amiga desse mundo todinho - me gabo jogando o cabelo

- Convencida - ele resmunga mas decido ignorar

Quando volto meu olhar para onde o Guilherme estava não vejo mais ele, certeza que deve estar se pegando com alguém por aí, típico do Guilherme.

- Ei João, aonde tá as cervejas?

- Lá dentro no freezer, quer que eu pego? - nego com a cabeça

- Deixa que eu vou, preciso sair do meio de tanta gente - ele assente

Saio de perto dele indo até a cozinha, tinha umas duas pessoas se pegando no sofá que nem me viram passar, vou direto no freezer e me inclino para pegar a cerveja, nesse momento sinto alguém apertando minha cintura e se aproximando, sabe a vontade de socar a cara da pessoa? Já virei pronta para tacar a latinha na cara do idiota, mas quando vejo o Guilherme fico até surpresa, ele estava me ignorando a tempos, aí agora isso.

- Ta querendo o que Guilherme? - falo sem controlar minha arrogância

- Você - fala já me puxando e abraçando minha cintura

Nesse momento eu tinha tudo para fingir que eu não estava mais nem aí no que ele fez, mas quando que as coisas poderiam ser tão fácies assim? Nunca.

- Já ouviu que querer não é poder? - tiro suas mãos da minha cintura e fecho o freezer me virando de frente para ele - eu não sofro de alzheimer não, ta bem guardado aqui na memoria o foda-se que você me deu

- Deixa de marra morena, já passou - ele tenta se aproximar mas nego com a cabeça

- Passou? Só se for contigo, comigo não passou não, você me deve boas explicações - falo cruzando os braços

- Da pra pelo menos a gente sair daqui? Vamo subir lá no quarto - assinto com a cabeça e vou seguindo ele até o quarto

Eu nunca fui do tipo impulsiva que o homem pisca eu tô morta no chão bem de boa, então se ele acha que tentando alguma coisa vai dar certo, aqui a coisa é bem diferente.

- Fala logo, não quero ter que te ouvir por mais tempo do que o nescessario - falo entrando no quarto e fechando a porta

- Eu queria morena, queria pra caralho ficar contigo, mas porra tu tomou um tiro por mim - dou de ombros

- Ta bom, mas aonde tá o problema? Eu não sou lesada, se pulei na frente da bala foi porque eu quis

- Ta ligada que agora tu tem um alvo nas costas? Qualquer inimigo meu vai dar tudo pra te usar contra mim - dou um sorrisinho de lado, se ele soubesse o enorme alvo nas costas que eu tenho

- Sabe Guilherme, eu fui idiota pulando na frente daquela bala, não por agora ter um alvo nas costas, eu tô pouco me fodendo para isso, mas por achar que você ia fazer diferente - estava com tanta raiva, eu queria poder acabar com tudo isso agora

- Como assim pouco se fudendo? Tu não liga de morrer não? Eles podem até te matar Beatrice - começo a rir da cara de nervoso que ele estava fazendo

- Lembra quando eu disse que sou protegida de gente poderosa? Eu não menti, não tenho o menor medo de morrer, porque pode apostar, quem me matar vai sofrer mil vezes mais - cruzo os braços me apoiando na parede

- Me fala então, quem é essa gente poderosa? Ta aqui porque ainda então? - dou de ombros

- Nem tudo eu posso te contar, talvez em algum momento, mas agora, eu não estou interessada nas suas desculpas, ou seja lá o que for isso - falo abrindo a porta, antes de sair me viro para ele - Talvez em outras situação daria certo, mas eu não sou essa tonta não - saio o mais rápido possível do quarto

Desço até a varanda e vejo a Eloise entrando na casa, vou até ela puxando seu braço sem muita força.

- Já deu por hoje, eu tô indo embora, vai também ou vai ficar aqui? - ela nega com a cabeça

- Vou ficar aqui, a Camila deu perdido e eu vou fazer companhia para a Alicia - assinto

- Tchau então, tô indo - solto ela saindo de perto

Saio da casa dele e já vou direto para o carro, quando vejo ele estava saindo atrás de mim, eu acabei falando demais, não quero e nem posso conversar agora.

Entro no carro e dou partida o mais rápido possível, vou dirigindo até em casa sem muita pressa, eu deveria considerar ir embora? Não tem o que eu ficar fazendo aqui, é isso, depois do meu aniversário eu vou embora, vou apagar tudo o que aconteceu aqui da minha mente, vou conseguir superar tudo isso como eu sempre faço, nem que demore muito tempo.