Capítulo 30

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"I was getting kinda used to being someone you loved"

      
Guilherme Araújo narrando

Tava mo animadão com o dia de hoje, tava tudo dando certo, ia ser finalmente o dia da surpresa da minha morena, eu espero que com isso ela me perdoe, foi aterrorizante ver ela tão frágil naquela cama de hospital, eu pedi tantas vezes para que eu estivesse no lugar dela. No começo só consegui ver o lado convencido dela e logo de cara intitular como patricinha mimada, mas ela é bem mais que isso, por dentro daquela fachada de menina brava ela é doce, meiga e totalmente indefesa, não tem como ficar muito tempo com ela sem querer abraça-la e protege-la de todo o mal do mundo.

A Camila estava sendo muito parceira nesses dias, ela que teve ideia, planejou e tudo, eu fui mais o banco disso tudo, e o escravo já que ela me obrigou a ajudar em tudo, como seria hoje estava eu e uns 20 vapores aqui recebendo as ordens dela, arriscaria dizer que ela estava amando essa posição de mandar na gente e gastar todo meu dinheiro em roupas falando que era coisa da festa, a doida acha que me engana, não falei nada porque ela merece, ta fortalecendo demais.

- Oh Guilherme, brota aqui - escuto o grito da Camila de longe, dar asa a cobra da nisso

- Fala filha de satanás - me aproximo segurando para não revirar os olhos

- Me respeita seu idiota, vai lá na dona Célia buscar uma marmita pra todo mundo, to morta de fome

- E cadê a novidade? Você sempre ta morta de fome - ela me da um tapa forte no braço, e puta que pariu a doida tem força pra caralho

- Vai logo, e trás refri que eu não sou obrigada a ficar o dia todo aqui sem comer nada - mostro o dedo pra ela e saio de perto

Da próxima vez eu peço ajuda pra primeira pessoa que estiver passando mas não peço pra Camila, o Patrick que vai ter que lutar com essa mala sem alça em casa, soldado abatido irmãos.

Aproveito que ela me mandou sair e me mando dali, vou até demorar mais se der, tô nem besta de querer voltar logo pra ficar recebendo tapa da surtada.

Como a barraca da dona Célia era só umas duas quadras pra baixo decidi ir de a pé mesmo, geral da quebrada hoje tava pra fora, as crianças brincando, era assim que eu gostava. Chego no restaurante e peço as vinte e duas marmitas, vou falir alimentando esse povo.

Hoje eu tava pretendendo pedir a morena em namoro, nunca fui fã dessas paradas, mas a Camila ficou pesando na mente falando que ela ia gostar, então dei um jeito de comprar o anel, era de prata com uma pedra em cima, diz a Camila que ela que escolheu mesmo sem saber.

Fiquei esperando uns vinte minutos até ela me entregar as marmitas, pago tudo e pego um refri também, chamo uns vapores que tava passando pra me ajudar a carregar até o galpão, até porque eu tô parecendo um camelo escravizado pela Camila.

[...]

Tava incrível demais a decoração, tava toda nas cores preto e azul, tinha uma pista enorme de dança, jogos de luzes espalhados, e já estava combinado de mais tarde ir buscar o bolo, íamos deixar pra buscar assim que ela estivesse vindo.

Já tava indo para casa, só ia passar na casa da Camila e deixar ela lá, mas me ligaram da barreira falando que tinha uma mina lá fazendo o maior escândalo querendo falar comigo, tava sem paciência mas tive que ir lá ver o que a maluca queria.

Quando cheguei perto já dava pra ouvir os gritos, estaciono um pouco distante e desço do carro.

- Me espera aqui - falo para a Camila que só assente

Desço até a barreira e na hora a mina para de gritar, ela sorri, na verdade um sorriso que me deixou intrigado, tinha alguma coisa estranha nisso.

- Finalmente! Achei que teria que passar a noite aqui - ela fala revirando os olhos

- E tu é quem? Não te conheço - fico tentando me lembrar pelo menos algum detalhe, mas era impossível, eu tinha uma ótima memória, não ia esquecer

- Não adianta me encarar tentando lembrar, você não me conhece mesmo

- Então o que faz aqui?

- Quem me conhece são as pessoas que te querem morto - ela saí correndo e nessa mesma hora vem um monte de policial

Tinha uns 100 cara ali se não era mais, hoje a maioria dos vapores ficaram ajudando na festa da morena e eu nem liguei em deixar só dois aqui na barreira, a gente tava em uma puta desvantagem.

- Acabou GM, avisa teus vapor para abaixar a arma, ou tu morre - olho para os lados e vejo o Ze e o João com as armas apontadas

- Abaixa as armas - eles ficaram meio indecisos mas abaixaram

- Quem diria, grande GM pego com tanta facilidade - um bota azul fala se aproximando e me algemando, eu não podia reagir, tinha morador demais na rua, eles com certeza seriam atingidos

- Vai se fuder! - assim que termino de falar sinto um soco muito forte no estômago

- Cala a boca bandido de merda, vamos logo que teu lugar na cadeia ta bem guardado - começamos andar até a viatura quando começou a troca de tiro

Eles correram em me colocar logo na viatura, pela janela dava só pra ver o Patrick descendo com um monte de vapor do lado, certeza que foi a Camila que ligou avisando. Foi uma troca da porra mas quando eles viram que iam perder o carro saiu correndo com tudo, eles não iam arriscar que eu fugisse.

Eu tava puto com essa merda, tinha que ser logo hoje que eu ia conseguir me acertar com a minha morena, pedir ela em namoro na frente de geral, quem armou isso é de dentro e sabia bem o que ia rolar hoje, não importa quem foi, quando eu descobrir vai pagar caro.

Ice heartOnde histórias criam vida. Descubra agora