Capítulo 12

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"You break me down and build me up, believer, believer
Pain!"


Ontem a noite foi um pouco diferente, ele estava sendo gentil comigo, não entendi, inclusive se alguém entender por favor me avise imediatamente, jantamos juntos, ficamos vendo alguns filmes, e confesso que não consegui, dormimos juntos e infelizmente eu gostei, desejei que ele fosse péssimo na cama, ia facilitar a minha vida.

Como acordei muito cedo Guilherme ainda estava dormindo, resolvi fazer um café da manhã para nós, pego minha bolsa e vou até o banheiro fazendo minhas necessidades, troco de roupa colocando um short jeans branco e uma regata rosa.

Desço até a cozinha procurando alguma coisa que eu poderia fazer para comer, consegui encontrar ovos e as coisas que ia precisar para fazer panqueca, ligo o som não tão alto tocando um sertanejo e começo a fazer a comida enquanto canto algumas das músicas.

A massa de panqueca como era muito simples já havia terminado, começo a preparar cada uma e deixo no prato separado, pego os ovos fazendo duas omeletes com tomate e cebola.

Deixo separado em outro prato também e procuro alguma coisa para fazer suco, como só tinha abacaxi achei uma boa ideia, começo a fazer o suco e deixo batendo enquanto arrumo tudo na mesa.

O suco foi o mais chatinho de fazer, mas ficou ótimo, sempre gostei de cozinhar, não parece já que eu sempre fui cercada de empregadas, mas me acalma.

Com tudo pronto decido ir chamar o Guilherme, vou até o quarto e ele já estava se arrumando, estava vestindo uma camisa vermelha e uma bermuda jeans escura, por que ele tem que ser tão bonito? Isso nem devia ser possível.

- Já acordou, achei que ia estar dormindo ainda - falo me sentando na cama

- Me ligaram pelo rádio, acabei acordando - ele parecia bravo

- Fiz um café da manhã pra gente, estava com fome - ele foi até a janela olhando para o céu

- Ue, não ta chovendo pedra porquê? Nunca vi uma patricinha cozinhar

- Me respeita viu, você que não deve saber fazer nada

- Eu me viro, e aposto que queimou tudo, só ta me trazendo prejuízo viu - reviro meus olhos

- Vai logo seu chato, e você vai me levar no colo porque eu estou cansada, vai vai - estendo os braços para ele

- Folgada, dei moral demais - falou vindo até mim e me pegando no colo

- Isso mesmo, agora aguenta neném, porque eu sou insuportavelmente maravilhosa - me gabo e ele da um sorrisinho de lado

Descemos até a cozinha e ele me deixa sentada na cadeira, me ajeito já pegando meu prato, até porque eu que não vou passar fome para fingir que eu como pouquinho e sou toda fragil, ele que lute.

- Tu faz cara de quem não come quase nada, que prato é esse doida? - falou olhando meu prato

- Então né, já ouviu aquilo de carinha de princesa e o prato de pedreiro? Não vou me fazer de lady para só depois começar a me soltar, cada um com sua luta nego - ele revira os olhos e se senta pegando um prato

- Tenho que começar a pensar melhor nas pessoas que tô dando moral, ta abusada demais já - ele resmungo mas consegui ouvir

- Problema né, não mandei gostar de mim, até porque vamos admitir, eu sou muito divertida, você não teria nem chance em resistir - me gabo jogando o cabelo

- Você é convencida né - penso um pouco

- Não, só sou realista e sei reconhecer minhas qualidades, quer que eu me faça de coitada para você ficar "aí, mas é sim, bla bla" - faço aspas com a mão

- Tem razão, eu ia acabar falando que tu é um dragão e ficar de saco cheio

- Ta vendo, agora menos falatório e mais comida, você ta me atrapalhando - mostro língua

Começamos a comer e eu fiquei analisando ele, era tão bom conhecer esse lado dele, sem toda aquela casca de "aí eu sou mal, aí eu mato todo mundo", termino de comer e beber meu suco, como o Guilherme também já havia terminado de comer pego nossos pratos e levo na pia, vou lavando tudo que sujei enquanto puxava um assunto qualquer.

- Esse é o momento que você admite que realmente havia me subestimado e eu cozinho bem pra caramba - falo me virando um pouco para ver o que ele estava fazendo

- Tu sabe muito bem que eu não vou falar isso, se contente só com um "estava bom" - faz aspas com as mãos

Reviro os olhos e termino de lavar a louça, limpo minhas mãos e vou até ele roubando um selinho.

- Ok seu chato, mas em algum momento você vai admi... - antes que eu terminasse a frase sinto meu cabelo ser puxado com tudo

- SUA VAGABUNDA! - gritou a doida, maluca mano

Dou uma cotovelada nela e já dou uma rasteira fazendo ela cair.

- Ta com o que na cabeça porra? Puxa meu cabelo de novo que eu juro que arrasto a tua cara no asfalto - falo segurando ela

- Você é uma vadia! Esse é o meu homem! - olho para o Guilherme com dúvida, lembrando bem, essa era a menina que tava no colo dele no dia do pagofunk

- Tu não é nada minha Ariane, para de ser maluca porra - Ariane o nome da puta então

- Ela fez o que com você amor? Você me ama! - ele nega com a cabeça e ela me olha cheia de fúria - ISSO É TUDO CULPA SUA!! - sinto sua mão puxando meu cabelo com tudo e suas unhas no meu braço

- Mas que merda cara, não sabe nem brigar, agora você vai ter o teu, e nem ouse interferir Guilherme, se não apanha junto! - me levanto puxando ela até fora de casa, ela não parava de gritar

Nesse momento todos já estavam na rua vendo o barraco, bando de fofoqueiros, me abaixo no asfalto e puxo ela junto dando um soco no seu rosto com a outra mão.

- Olha aqui, eu tentei ser legal e te avisei, agora você que lute - pego pelos seus cabelos e encosto o rosto dela no asfalto, passo bem lentamente ouvindo os gritos dela - Agora, ouça bem, isso é só um começo, tenta me bater de novo por causa de macho que você vai ver o pior - largo ela ali e saio entrando em casa

Ice heartOnde histórias criam vida. Descubra agora