Capítulo 17

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"My love where are you?
My love where are you?"


Estava tudo tão tranquilo que eu estava até achando que meu pai se enganou, deixo as meninas lá e vou para o banheiro, faço minhas higienes e arrumo meu cabelo, estava lavando minhas mãos quando alguém abre a porta, e qual a surpresa quando eu vejo o Guilherme.

- O banheiro de visitas é lá em baixo, pode sair por favor? - falo sem encara-lo

- Eu quero falar com tu morena - parece que alguém decidiu ceder

- Tô ouvindo

- Faz direito vai - fala me virando de frente para ele, nossos corpos estavam colados - Eu senti tua falta

- Não acredito, o que fizeram com você? Ta sob tortura ou te drogaram, certeza! - falo tirando com a cara dele

- Para de marra vai, me desculpa aí, tava afim de te curtir hoje - cruzo os braços um pouco desconfiada ainda

- Sei não, hoje me curtir e amanhã sumir né? Só se for assim - reviro os olhos

- Para de graça, tu sabe que não é assim - devo ter cara de trouxa

- Eu tenho cara de quê? Tenho certeza que nesses dias aí você estava bem tranquilo com as outras - ele da de ombros

- A gente não tem nada não morena, esse sou eu, não vou largar tudo pra ficar com tu sem mais nem menos

- Eu pedi isso? Quer saber, já deu Guilherme - empurro ele abrindo a porta para sair

Foi aí que começamos a ouvir o barulho dos tiros.

- Porra! Eu tenho que ir, esconde todo mundo em um cômodo - assinto e ele sai correndo

Desço correndo também e vou direto na varanda vendo que só estavam as meninas e o Arthur.

- Venham logo, precisam se esconder - eles começam a me seguir e eu subo direto no meu quarto, fecho todas as janelas e abro o closet

- Entrem no closet - falo enquanto pego uma arma na minha gaveta, vou até o closet e entrego a arma para o Arthur - Se alguém além de mim abrir essa porta, atira com tudo - ele assente

- Você não pode ir Bea, fica aqui - Camila fala

- É perigoso demais - Alicia tenta me convencer

- Eu preciso ajudar o Guilherme, por favor se protejam e não saiam daqui, eu volto para buscar vocês - saio antes de receber mais perguntas

Desço direto no porão e troco de roupa colocando a que havia separado, pego a pistola e coloco nas costas, seguro a sub metralhadora e uma recarga, saio direto para fora, não tinha muito gente, eles ainda devem estar mais pra baixo.

Vou descendo em direção ao barulho dos tiros e entro em um beco quando vejo as pessoas vindo, o João estava atirando em um, vi um homem atrás indo para atirar nele e atiro mais rápido, só assim o João me vê.

- Que merda você ta fazendo aqui Beatrice? Tu pode morrer cara - fala preocupado

- Salvando sua vida agora, vamos continuar que eu quero acabar o mais rápido possível com isso - mesmo relutante ele assente sem ter alternativa

Vamos descendo atirando nos que viamos, eles estavam conseguindo avançar até o meio do morro, o que não é nada bom considerando que ainda está no começo.

Avisto o PH de longe pulando os telhados, tinha um homem atrás dele, miro e atiro acertando no peito, finalmente minhas aulas de mira estão sendo bem utilizadas.

Em nenhum momento vejo o Guilherme, o que é péssimo, se ele morrer nesse ataque eu terei que mudar todos os planos, e isso não seria nada bom para me ajudar com o Rafael.

- Vamos procurar o Guilherme - aviso o João e ele só assente

Não é possivel que não vamos achar, o rádio do João não parava de chegar aviso de todos, estava prestando atenção só para ver se alguém fala alguma coisa do Guilherme.

[...]

Já deviamos estar a umas duas horas nessa merda de troca de tiro e nada do Guilherme, ainda como se fosse pouco eu acabei levanto um tiro de raspão no braço, nada demais, mas arde pra caramba.

Me separei do João para procurar mais, fui entrando nos becos até ver o dono do morro do dendê apontando a arma diretamente para o Guilherme que ia pular o muro, me escondo atrás se uma lata de lixo.

- Desce daí GM, ou eu atiro - ele parecia bravo

- O que você quer seu verme? - Guilherme fala enquanto desce do muro e se vira para ele

- Tu sabe muito bem, você roubou a minha mulher teu vagabundo - ele fala muito alterado - Abaixa a porra dessa arma

- Corno ta brabo - ele debocha e abaixa a arma deixando ela no chão

- Cala boca! Se não fosse você tudo tava bem - eu tenho que fazer alguma coisa isso está saindo do controle

- Ela que veio atrás cara, não tenho culpa se o marido dela tava falhando - Guilherme bem que podia de deixar de debochar da cara do homem que ta quase matando ele

- Você destruiu tudo, eu era teu amigo - que papo furado irmão

- Amigo se cu é rola, tu nunca foi nada além de um invejoso pau no cu - reviro os olhos

Deixo de prestar atenção na conversa e verifico as balas que eu tinha, o universo só podia estar de brincadeira com a minha cara, porque justo no momento que eu mais preciso as balas acabaram, sorte eu tenho demais.

Nesse momento eu percebo que ele ia atirar, estavam se xingando demais.

- Você morre hoje - ele ia atirar

Eu não podia acabar com uma boa chance de conseguir tudo, e sem pensar muito me jogo na frente do Guilherme sentindo o impacto da bala na minha barriga, logo meu corpo cai com tudo no chão e só consigo ouvir mais alguns tiros e o Guilherme tentando me chamar.

- Beatrice por favor, fica comigo, não dorme - tudo que ele falava parecia tão distante

- Gui... - tento chama-lo mas parecia que eu estava somente sussurrando de tão baixinho que saiu minha voz

Eu tentei muito me manter acordada me concentrando nele mas era impossível, estava muito difícil, cada vez mais meus olhos foram se fechando e eu acabei apagando.

Ice heartOnde histórias criam vida. Descubra agora