Ela

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Emma




Aquele dia talvez tivesse sido a tal gota que faria tudo transbordar, eu vinha relevando Killian em minha vida ha anos, eu nunca amei ele, nosso casamento foi arranjado, eu nunca  havia me acostumado com ele, mas sempre fui levando, mas hoje aquele tapa na cara foi estranho, parecia que todos os meus machucados vieram atona, e eu não estava bem, aquele amor nunca existiu,  eu deveria estar feliz por ter compreendido tudo, mas eu estava com uma tristeza profundo instalada em meu ser naquele momento.  E se minha cabeça já estava uma bagunça, só piorou quando ouvi a voz da morena que ficou na minha cabeça o dia todo, Regina, sim ela estava na minha casa. Sim a mulher que eu conheci a poucas horas estava ali colocando meu filho para dormir, eu poderia dizer que era uma loucura mas eu precisava realmente de alguém para conversar, Ruby não estava bem para me ouvir, e o pequeno não tinha idade para isso, e querendo ou não eu precisava me abrir e por muita coisa para fora, eu me sentia como quando era adolescente, aquele desejo insano de ter uma arma para atirar, uma lamina para me cortar, ou uma sacada alta para pular voltava.

- Emma? - a voz da morena na porta novamente.

- Está aberta. - Ela entrou, e agora estava diferente, hoje de manha eu havia visto ela em um treino, com roupas de academia e o cabelo preso, não que ela estivesse feia, aquela mulher dificilmente ficaria feia em algum traje, mas agora ela estava com seus cabelos soltos, uma maquiagem leve, um shorts e uma regata branca, ela era absolutamente linda.

- Sei que pode parecer muito estranho, mas eu me preocupei quando o garoto disse que você estava doente. - Ela veio e se sentou na cama perto de onde eu estava, e passou a mão no meu rosto perto de onde havia ficado vermelho pelo tapa. - Porque está com um homem que faz isso com você?

-Eu não sei, talvez seja medo, é complicado, mas eu não aguento mais mentir que estou bem, tantos anos nesse relacionamento minha autoestima está acabada, eu já não sei o que é sorrir de verdade sabe, e quando me olho no espelho me sinto a mulher mais feia do mundo, não tenho mais prazer em me olhar, eu não aguento mais. - Falei em um desabafo. - ela tirou sua bolsa e colocou no criado mudo junto com seu celular, acariciou meu rosto e sorriu.

- Você é linda Emma, já olhou se bem no espelho? Qualquer mulher daria a vida para ter essa pele perfeita, esses olhos lindos, seu sorriso... - Regina falava e sorria enquanto analisava meus detalhes e aquilo chegava a me acalentar um pouco, mas eram tantos anos de Killian me dizendo o quanto eu era feia, insignificante, ruim de cama, que suas prostitutas eram melhores que eu em todos os sentidos, que ele nem poderia culpar um filho por me deixar feia porque nem de mim nasceu Henry.

-Obrigada! - falei limpando uma lagrima em meu rosto, ela tirou os tenis e sentou direito na cama. - Você deve achar que somos todos loucos mal nos conhecemos e você está aqui.

-Prefiro acreditar que o destino cruzou nossos caminhos por um motivo maior. Não creio que foi apenas acaso.

- Sabe eu nem sei mais como ser eu, minha melhor amiga voltou hoje para minha vida, e eu durante muitos anos odiei ela, por ela ter ido embora e nunca ter dado noticias sabe, ela foi ser modelo, e ontem eu descobri que ela só sumiu porque foi vitima de trafico de mulheres, foi violentada, obrigada a se prostituir e ai eu me senti um lixo por ter nutrido tanto odio por ela esses anos todos. - falei tentando não chorar.

-Você não tinha como saber isso.

- Eu sei, mas isso só me derrubou mais sabe, e ai meu marido me agrediu hoje, porque eu resolvi falar para ele, o quanto eu detesto ele, e que ele sai por ai com suas garotas de programa se achando o comedor, mas na verdade ele é um pobre coitado, porque todas essas mulheres só dormem com ele porque ele paga, duvido que ele teria todas elas se fosse pelo que ele.

- Eu te entendo, e quanto ao seu marido eu concordo com você, pelo pouco que ja sei dele, nenhuma mulher sairia com ele sem ser paga.

-Obrigada, sabe ele acabou comigo em tantos sentidos, eu até tomo remédios para dormir.

- Emma, vamos tentar deixar ele de lado o que acha? - ela falou e seu telefone tocou.

-Eu não estou bem, mas está tudo bem eu só tenho esse sentimento que eu não sei explicar. - falei e ela pegou em minha mão e atendeu  o telefone, e acariciava minha mão com a ponta de seus dedos.

- Alô, não... hoje eu não posso, preciso que passe para outra pessoa esse atendimento.... porque? porque eu estou com minha namorada, ela não está muito vem e estou cuidando dela.... não sabe dela porque ela é minha namorada e não trabalho, então não vejo necessidade em contar fatos da minha vida pessoal.. é ... o filho dela me ligou disse que ela estava com febre e eu vim para cá... eu sei que ele só pede para que eu resolva, mas explique que eu não posso, e muito menos fora da cidade... vou ficar o final de semana indisponível. - ela desligou o telefone e me sorriu. - Vou desligar, assim ninguém vai me incomodar.

- Era trabalho, não quero te atrapalhar. -falei e ela continuava acariciando minha mão.

- Não vai atrapalhar, eles podem passar para outra pessoa não era nada mais importante do que você. - Ela falou e corou, ficou sem graça. - você está precisando de uma amiga.

- Obrigada. 

-Sabe eu fiz alguns cursos na minha vida que podem ajudar, meu professor de quiropraxia sempre dizia que as vezes a gente guarda muita coisa no corpo, é uma boa massagem e alinhar os pontos pode ajudar a aliviar muita coisa sabe.

- Não tenho nada a perder, já que esse final de semana pelo jeito sou sua namorada. - Ela deu risada e eu também.

- Se eu falasse que era uma amiga, me obrigariam a ir trabalhar. E eu também não pego folgas a muito tempo sabe, então sem problemas. A menos que queira terminar nosso relacionamento e me mandar embora. - ela deu risada.

-Não jamais. - Falei e ela se levantou, e  tirou seus anéis e colocou sobre o móvel ao lado.

- Mas então me deixa tentar ajudar com o que eu sei. - Ela disse e eu então tirei as cobertas de meu corpo, eu estava apenas de camisola.  E ela me olhou, parecia correr os olhos por todo meu corpo, juro que a vi sacudir a cabeça. - Seu marido é cego. - falou e depois sorriu. - Pode deitar de costas. - Me virei e logo senti ela subindo na cama. - Licença.- Ela pediu antes de sentar se sobre meu quadril. - Normalmente eu faço isso com óleos, Mas vamos lá. - Ela falou e logo senti ela colocar meu cabelo de lado, senti seus dedos em meu pescoço me massageando lentamente, seus dedos tocavam minha pele, ela circulava seus dedos com certa pressão  ia das minhas orelhas, até os meus ombros, e eu apenas relaxava em suas mãos, ela foi descendo em sentido minhas costas, e senti ela desamarrar o fio de cetim que prendia minha camisola, não questionei apenas continuei ali quieta, aproveitando cada segundo daquele momento que me fazia sentir bem, pelo menos um pouco. Suas mãos percorriam minhas costas e subiam até meus ombros,  e desciam até a altura da minha cintura, soltei um leve gemido. - Isso é porque estou fazendo certo?

- Se tem uma coisa que você está fazendo .... é certo! - falei e demos risada, e logo o silencio tomou conta novamente e ela continuou me massageando, eu curtia cada toque dela, mas o problema é que eu já estava sentindo outras coisas, e era automático empinara bunda em busca de mais contato.

Closer - SwanqueenOnde histórias criam vida. Descubra agora