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Emma
Os momentos em que eu ficava em casa sem meu marido eram todos calmos, eu e Henry tínhamos nossos melhores momentos, brincávamos, assistíamos nossos programas favoritos, e quando eu me sentava para pintar, ele sentava atras de mim para me ver pintar e sempre dormia. Eu me sentia livre em meus quadros, neles eu podia ir aonde eu queria, ser quem eu queria, lá eu não precisava ter medo, e nem me preocupar com nada, e é como minha mãe sempre diz : "A poesia é a pintura dos ouvidos, assim como a pintura é a poesia dos olhos." Sem duvidas pintar era uma das sete maravilhas, pintar completou minha vida. perdi tantas coisas na vida, que pintar preencheu todas as coisas. A pintura tomou conta da maioria das minhas feridas. Pintar era o melhor remédio. Olhei para trás e Henry já dormia no sofá, fiquei ali por horas e horas pintando, até que já não me saiam mais pinceladas, então resolvi cobrir o quadro e parar um pouco. Me levantei com certa dor nas costas, olhei o relógio e pela hora Killian já deveria estar em casa, mas a anos que ele perdi o jantar, isso quando não perdia também o café da manhã. Fui até onde Henry estava deitado e comecei a fazer carinhos nele até que ele acordasse.
-O que acha de fazermos uma lasanha bem gostosa e assistir padrinhos mágicos? - Ele esfregou os olhos e se colocou em pé no sofá.
- Eu acho uma boa ideia mamãe. - Ele falou e me deu seus braços para pegar ele no colo e assim o fiz. Fomos até a cozinha e rapidamente fiz a comida e subi pro quarto dele com ele, assistimos desenhos até ele não aguentar mais e dormir, ajeitei ele na cama, e fui pro meu quarto. Ja passava da meia noite, mas eu já havia passado da fase de não dormir por ele não estar em casa, então estava me arrumando para deitar, quando ouvi a porta de baixo. Ignorei e apenas deitei, e logo ele abriu a porta do quarto,e começou a tirar a roupa.
- Quando vou chegar em casa e te encontrar disposta a transar?
-Quando você me der a mesma atenção que da para suas putas na rua. - falei de uma unica fez e ele jogou alguma coisa no chão.
- Se eu tenho outra, a culpa é totalmente sua, se você fosse uma boa esposa...
-Você continuaria me traindo, porque isso é uma falha no seu caráter.
-Não é isso, eu sou homem poxa. - ele começava a falar mais alto.
-Ok, agora trate de não fazer barulho porque meu filho está dormindo e ele é o único motivo para que eu esteja ainda nesse relacionamento. - ele veio para perto de mim e tentou me fazer carinho e senti o cheiro forte do perfume dela, desviei de sua mão e me virei. - Você podia pelo menos tomar banho nessa merda de lugar que se encontra com ela não? - Ele me ignorou e foi para o banheiro. Acho que se fosse anos antes, eu provavelmente estaria chorando agora, mas eu já não amava Killian ha muito tempo, e eu pouco me importava com quantas mulheres ele transava para rua, com tanto que não me tocasse estava tudo certo. Meu celular começou a vibrar, eu não ia atender mais resolvi faze lo, era um numero desconhecido mas atendi. -- Aló?
-Emma? - A voz não me era estranha, mas eu não tinha certeza de quem era.
-Sim, quem gostaria?
- Sou eu, Ruby. - Ruby era minha melhor amiga, mas eu não tinha noticias dela ha anos, ela havia saído da cidade com uma proposta de ser modelo fora do pais, e nunca mais mandou noticias.
- Meu Deus, Ruby Luccas?
- Sim. - a voz dela não parecia muito bem.
-Você está como? quando tempo não nos falamos.
-Eu sei, eu sinto muito por isso, eu posso explicar tudo, mas eu preciso de um favor seu.
-Se estiver ao meu alcance.
-Preciso que me busque agora, no aeroporto.
-Agora ?
-Sim, e o mais rápido possível, se você demorar muito talvez eu não esteja mais aqui. - Ela parecia nervosa.
-Você está com problemas? tem alguém te seguindo ou coisa assim?
-Coisa assim. Por favor Emma, sei que não tenho direito algum de pedir nada para você. - Ela realmente parecia com problemas e eu não tinha como negar isso a ela, eu apenas me levantei e me troquei, nem me dei ao trabalho de avisar Killian, apenas mandei uma mensagem no celular dele explicando tudo e fui pro aeroporto, chegando lá mandei um sms para Ruby, e fiquei esperando, eu não sabia bem o que fazer. E logo vi uma mulher vindo na direção do carro, abri a porta e ela entrou, ela estava bem diferente, afinal eram mais de dez anos que não nos viamos. - Muito obrigada. - ela falou e me abraçou. - Só sai daqui da frente e eu juro que explico tudo para você. Eu fiz o que ela pediu, e parei em um drive thru, ela ficou um bom tempo calada até que me olhou. - Eu, eu fui embora com uma promessa de uma vida melhor, de que eu seria modelo, ganharia muito dinheiro, teria casa, comida e roupas de marca. Quando eu cheguei em Portugal, não era nada do que eu esperava, jogaram eu e mais seis moças dentro de uma casa, onde nos fizeram tomar banho e ficar peladas, fizeram exames em nos para saberem se eramos virgens, e as que eram foram separadas, eu e mais duas, nos deram roupas bonitas, arrumaram nossos cabelos, e nos separaram, nos colocarmos em uma especie de caixa de vidro, não sabíamos o que aconteceria, mas logo apareceu uma luz vermelha e vários homens nos olhava, e foi quando começou a merda de um leilão, eles começaram a dar lances e só mais tarde eu entendi que eles estavam comprando nossa primeira vez. - ela a essa altura já chorava, e agora eu já entendia o que havia acontecido, ela havia sido vitima de trafico de mulheres, e eu nem podia imaginar o que ela passou. - Depois disso viramos prostitutas, ficávamos presas ao pê da cama, só saiamos para banho , comida e dormir, e ontem eu consegui fugir, um rapaz me ajudou, e eu não posso voltar para lá.
-Está tudo bem agora. - Eu abracei ela, e ela começou a chorar. - Você vai ficar na minha casa, amanha vamos até a policia e tudo vai ficar bem querida.
"A arte tem que nos revelar ideias, essências espirituais amorfas. A suprema questão para uma obra de arte é quão profunda é a vida de onde ela brota."
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Closer - Swanqueen
عاطفيةO mundo a presenteou com mais dores do que muitos poderiam suportar, mas ela sempre se manteve de pé, apesar de sua pouca idade, ela tinha muita bagagem, e as coisas que ela nunca esquecia eram que sexo por amor era uma coisa e por trabalho era out...