He's The One • Yeonbin

questioning

Yeonjun estava encolhido no banco de madeira velha, com os dedos entrelaçados uns com os outros em cima de seu colo, mordendo o lábio algumas vezes pela tensão que estava se acumulando dentro de si. Aquele banco de praça desconfortável na qual ele decidiu sentar definitivamente não foi a melhor opção para ter uma conversa casual. E com conversa casual, estou dizendo interrogatório, com o advogado Jeong Yunho, um rapaz de grande porte e bem estiloso, exalando seu charme pelo parque inteiro.

O Choi se sentia nervoso com tantas perguntas que Yunho fazia, mesmo sabendo que as perguntas eram extremamente necessárias. Não havia ficado ansioso daquele jeito nem quando foi a sua primeira entrevista de emprego. Parecia como uma nova e péssima experiência.

O bom é que Yunho era bem paciente e compreensível com Yeonjun, então não o pressionava a responder todas as perguntas detalhadamente até sobre cada passo que deu. Entendia que de certa forma, Yeonjun estava traumatizado e instável ainda.

A partir do momento em que Eunsoo soube dos problemas que Yeonjun estava passando sobre não saber se conseguiria um bom e confiável advogado ou teria que aguentar um advogado qualquer que conseguissem para ele, Eunsoo prontamente deixou seu amor e preocupação por Yeonjun falar mais forte e conseguiu um advogado renomado para o Choi, ganhando abraços e muitos agradecimentos do menor.

O loiro, vez ou outra, pegava uma balinha de goma em formato de ursinho do pacotinho colorido que Yunho havia lhe entregado, na tentativa de deixá-lo mais a vontade com a situação.

Jeong Yunho é bem fiel ao seu trabalho. Ficou lendo sobre o caso de Yeonjun e seu pai centenas de vezes antes de conseguir tirar algumas conclusões e ir fazer perguntas a Yeonjun, que nem estava tão preparado assim. Estava totalmente disposto a ajudar Yeonjun a ganhar o caso e finalmente se livrar daquele peso que tinha que chamar de "pai", mesmo que evidentemente a consideração não existisse naquela família.

Yunho quebrava todos os esteriótipos que Yeonjun tinha sobre advogados em geral. Yeonjun imaginava advogados como homens sérios, frios, na maioria das vezes velhos e que fazem tudo por dinheiro. Sabia que os advogados, mesmo que uma pessoa seja claramente culpada, se o advogado é pago, tem que defender essa tal pessoa. Foi um dos motivos de Yeonjun desistir da faculdade de direito mesmo antes de entrar nela. Mas Yunho era diferente, com seu sorriso gentil e seus cabelos platinados, junto de uma boa sapiência e um coração bom.

ㅡ Por que toda essa complicação mesmo? ㅡ Yeonjun disse, assassinando mais um ursinho de goma azul inocente que só queria viver sua vida junto dos outros ursinhos de goma coloridos.

ㅡ Seus pais alegam que você é, na verdade, um filho rebelde e que está tentando acabar com a vida deles para ter mais "liberdade". ㅡ Yunho respondeu enquanto anotava algo importante em seu tablet moderno, e Yeonjun deduziu ser sobre as respostas que ele deu anteriormente.

Yeonjun não podia se sentir mais nauseado por saber que, mesmo depois de tudo que seu pai fez, sua mãe continuava defendendo-o de todas as maneiras possíveis.

ㅡ Então, você é agredido verbalmente e fisicamente desde seus dezesseis anos, quando se assumiu homossexual para seu pais, certo? ㅡ Deu uma revisada nos tópicos que estavam falando há pouco, tendo cuidado com cada mínimo detalhe que poderia ser útil mais para frente, vulgo no tribunal. Yeonjun balbuciou algo, concordando. ㅡ Mesmo assim, eles queriam que você continuasse o relacionamento com o ex ator Kang Eunsoo por dinheiro? ㅡ Yeonjun assentiu mais uma vez. ㅡ E de qualquer modo, as agressões ainda continuavam... Entendo.

ㅡ Ele agrediu a mim e a minha mãe. Eu não acredito que ela ainda o defenda. ㅡ Apertou a barra de sua blusa larga e comprida cor verde-água que cobria uma boa parte de seus dedos, o que deixava a calça branca sem nenhum destaque aparente. ㅡ Também não acredito que demorei tanto para falar sobre o que ele fazia comigo... ㅡ Sentiu remorso, já que as agressões começaram quando ele tinha dezesseis anos e ele decidiu falar apenas quando completou vinte e três.