É, ele realmente se alegrava por saber que Soobin se recuperou e voltou as atividades na empresa, mas não sentir saudades era impossível. A casa parecia vazia o todo tempo, apenas tendo a companhia do notebook e o celular, pois nem Wooyoung parava ali direito. Era um inferno ver todos indo viver suas vidas nos trabalhos, enquanto ele ficava horas mandando currículos e recebia zero respostas em troca. Infeliz dia que seu genitor - porque nunca o chamaria de pai mais - convenceu o seu antigo chefe a o demitir de algum modo.
Por querer do destino, Yunho fez uma breve ligação com Yeonjun e disse que precisariam conversar. Tiraria o Choi do tédio, porém não confiava nesse negócio de conversar sério com advogado nenhum, sempre dava ruim e isso os filmes mostravam bem. Medo.
Idealizando a notícia ainda desconhecida, apreciou o conjunto de suspensórios das calças jeans combinando com a camisa branca feito neve postas no próprio corpo. Usando mangas bem compridas como sempre, meio traumatizado depois da discussão com Soobin. Passou uma maquiagem simples, afim de esconder espinhas rebeldes e as famigeradas olheiras embaixo de seus olhos que nasceram perante as noites mal descansadas. Deixou os lábios ressecados e brancos daquele jeito mesmo, poupando esforços em passar algum brilho labial, normalmente emprestado de Wooyoung. Não era preciso ficar estiloso mesmo.
Pediu um táxi, avisando que iria ao escritório de advocacia. Contou o dinheiro restante que havia dentro da carteira de couro, suspirando aliviado ao ver que tinha o suficiente para pagar o taxista. Agradeceu a carona e parou na frente do prédio luxuoso, vendo pessoas realmente estilosas e chiques na recepção pelos vidros grandes.
Se sentiu um mero mendigo no meio de pessoas tão vibrantes. Adentrou, recebendo vários olhares esquisitos em sua direção. Passou reto e foi até a recepcionista sorridente, na qual já havia interagido no começo de toda confusão, e apenas disse seu nome. A moça prontamente discou alguns números e anunciou a chegada de Yeonjun ali, uma conversa que durou no máximo cinco segundos. Deixou o telefone de lado e largou a caneta de seus dedos.
ㅡ Quer que eu te acompanhe até a sala do advogado Yunho? ㅡ A moça que tinha aparentemente menos de trinta anos perguntou simpática e sorridente, recebendo a confirmação tímida de Yeonjun.
A recepcionista deixou o local com a outra moça que ali estava, indo até o elevador junto de Yeonjun. Pressionou o botão do terceiro andar de seis, segurando as mãos na frente do colo e tentando puxar assunto, vendo como o Choi estava apreensivo. As portas do cubículo metálico se abriram lentamente, dando espaço para os dois rumarem à sala espaçosa e bonita de Yunho. A mulher se despediu ao deixar Yeonjun ali na porta de vidro e voltou ao seu devido posto. Yunho já o esperava, então não se atrasou a abrir a porta e sorrir educado.
Não que já tivesse intimidades com o Jeong, mas, além do tédio caseiro, recebeu uma imensa ajuda do advogado nas questões judiciais, ajudas que até não estavam no contrato. Compraria um presente de agradecimento se sua situação não estivesse tão alarmante como agora.
ㅡ Boa tarde, Yeonjun ㅡ saudou, percorrendo a atenção por toda a anatomia do outro. Ficou feliz por ver que ele não estava mais tão magro quanto antes. ㅡ O que anda fazendo esses dias? Tem ido à um terapeuta?
ㅡ Não preciso de terapeuta, de verdade. E, sem querer ser chato... Por que me chamou? Aconteceu algo de ruim? ㅡ Yeonjun, com a mania que desenvolveu ao longo dos anos, apertou as mangas compridas entre os dedos, escondendo sua mão inteira.
ㅡ Depende do ponto de vista ㅡ começou. ㅡ O homem cujo quase sequestrou seu namorado foi realmente contratado por seu pai. Como o caso está resolvido e o homem se entregou, tudo foi resolvido em menos de quatro dias.
ㅡ E por que ele fez isso?
Por mais que parecesse uma resposta óbvia, ela verdadeiramente era estranha para Yeonjun. Já estavam no andamento do veredito final e isso acontece, não fazia sentido querer acabar com a vida de Soobin de repente e levar mais anos de prisão.
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He's The One • Yeonbin
FanfictionChoi Soobin, um compositor caseiro que acaba de terminar seu relacionamento tão incrível e não vê mais o porquê de escrever músicas. Só não esperava que aquele vizinho irritantemente simpático escutasse seus choros e o faria recuperar o belo sentime...