Na semana seguinte, ela não apareceu. E nem na outra. Era como se ela estivesse inventando desculpas para me evitar, já que o Noah agora estava sempre fora de casa. Merda. Duas semanas sem vê-la parecia uma eternidade – principalmente depois que eu resolvi beijá-la no meio da madrugada. Por que eu fui fazer isso?
Não conseguia tirar aquele beijo da minha cabeça. Caralho. Eu estava prestes a enlouquecer. Ia dormir pensando nela, acordava pensando nela e a tortura se estendia por todo o dia. Não conseguia me concentrar no trabalho, perdia a fome, simplesmente não sabia o que fazer. Estava a um passo de me comprometer terrivelmente e pedir o endereço dela para Noah e ir me fazer de idiota em frente ao prédio dela. O que era uma péssima, péssima ideia – não importa o ângulo que se veja.
Ah, Heyoon.... Era tudo o que eu conseguia pensar. Onde foi que você se meteu? Onde foi que eu me meti?
Inferno.
++++++
Resolvi encontrar a Any para um almoço no meio da semana e contar-lhe a história toda. Já faziam duas semanas e meia desde o beijo. Heyoon continuava sumida e eu continuava desesperada.É. Eu preciso da Any.
Any era uma ex-namorada minha que, alguns anos depois, tornou-se uma grande amiga. Não nos víamos há um tempo e logo me lembrei o porquê: encaixar os nossos horários foi uma tarefa ingrata e quase impossível. Ela estava trabalhando como jornalista numa revista e passava o dia correndo de um lado para o outro, sem horários fixos e nem tempo para respirar. Já eu, ganhava os meus míseros 60 minutos de sempre – a serem consumidos na mesma hora, todo santo dia.Com um atraso significativo, ela chegou para o nosso encontro em um bistrô próximo ao estúdio onde eu trabalhava, na Vila Madalena.
De todas as minhas ex-namoradas, Any Gabrielly era de longe a mais culta e a mais desastrada – o que era bem charmoso, para falar a verdade. Ela tinha cabelos negros e cacheados. Ah, eu amava aquela garota.
Como a Any já sabia de todo o meu encantamento pela Heyoon, não foi difícil inteirá-la dos últimos acontecimentos assim que ela se juntou a mim na mesa.
- Hmm, assim? Sem mais, nem menos? – perguntou, interessada.
- É! Simplesmente beijei. Ai, Any, eu sou uma completa idiota... IDIOTA!
- E ela não disse mais nada?!
- "Por que você está fazendo isso comigo?" – revirei os olhos – E-eu não consegui responder!
- Bom, isso é sugestivo... – analisou – Mas ela te beijou de volta?
- Não sei... Mais ou menos – Any me olhava, insatisfeita com a resposta – Ah, sei lá... Ela não me impediu, mas também não fez porra nenhuma! Não foi um "beijo beijo", sabe?
- Mas ela parecia brava? Digo, depois, ela ficou brava?
- ...mais para assustada. Ela estava triste, eu não sei – a lembrança dos olhos de Heyoon surgiu na minha cabeça, de repente – Mas era estranho, não parecia comigo...
- Com quem, então?
- Não sei – respondi, acendendo um cigarro, ainda nervosa.
- É... Meio difícil de entender... – ela parecia refletir, com os olhos focados acima da minha cabeça, perdidos no espaço – Quer dizer, achei que ela tinha batido na sua porta pra isso. Não?
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F*ckin' Siyoon (+18)
Fanfiction» Estória adaptada para Siyoon Shippers « Uma garota muito gay e outra não tão hétero assim. Contém conteúdo sexual, drogas lícitas e ilícitas, xingamentos. Sina é mais velha que Heyoon A estória se passa em SP. » A estória possui seus pontos altos...