Capítulo 22

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ALOHA! Desculpem o sumiço de meses ;-; Vocês desistiram de mim não, né?

Vamos de capítulo...


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O elevador subia eternamente em silêncio. Cada uma de nós num canto – os olhos dela em mim e os meus nela. Invariavelmente. Conforme os andares passavam, um a um, a nossa respiração se intensificava. Sem tirar os olhos uma da outra por um segundo. A tensão crescia.

Nós sabíamos o que ia acontecer.

Heyoon se apoiou no espelho e encostou a cabeça para trás, me encarando, enquanto cruzava as pernas naquele vestido desgraçado. Tão curto que eu podia ver uma das flores de cerejeira tatuadas na sua coxa – só o comecinho duma pétala. Das que desciam pelas suas costas até o seu quadril. Cacete. Ela estava maravilhosa. Com ares de fim de rolê, sabe, como se tivesse cambaleado para fora do boteco mais decadente da Augusta às seis da manhã, bêbada e tatuada, com os braços descobertos, o cabelo levemente bagunçado e torcido sobre o ombro, de qualquer jeito, depois de dançar a noite toda, só alguns fios soltos. O tipo de garota que eu gostava.

Sentia o meu corpo inteiro faminto, pendendo inconscientemente na sua direção, numa vontade de ter ela logo. E Heyoon me observava de volta, interessada. Por mim, te comia aí mesmo, garota. Mas aquele jogo silencioso me empurrava de volta para a parede do elevador. Respirei fundo. A porra daquele andar não chegava nunca...

Caralho.

De repente, a porta se abriu. Nos despertando daquele estado embriagado de tesão expectativa. Fomos em direção ao apartamento e ela agachou em frente à porta, desamarrando o cadarço do coturno para pegar a chave que ela tinha "guardado" amarrada ali. Achei graça na estratégia e entrei atrás dela no apartamento. Todas as luzes estavam apagadas. Ela se dirigiu à cozinha, acendendo apenas uma lâmpada que ficava sobre a mesa.

- Eu sei q-que... – ela falou arrastado – ...e-eu não preciso beber mais n-nada... assim, p-por um mês... – fez graça, enquanto abria a geladeira e debruçava-se rapidamente dentro dela – ...mas é q-que tem... cerveja... em a-algum... lugar... p-por aqui.

Eu ri, me sentando sobre uma bancada atrás dela. Heyoon fechou a porta da geladeira com o pé, meio desequilibrada, e se virou na minha direção com duas latinhas nas mãos.

- Você bebe também, né?

- Manda aí... – eu sorri.

Ela me entregou uma das latinhas e eu a abri, apoiando os cotovelos nas pernas, ainda sentada na bancada. Ganhávamos tempo. Heyoon encostou na pia, do outro lado, me encarando. O clima entre nós voltou. Desgraçadamente. Cacete, dei um gole e sorri, estou prestes a me dar tão bem. Nós duas sabíamos onde aquela tensão toda ia dar – com sorte, na cama.

Matei o último gole da minha cerveja e fiquei em pé no chão. A minha vontade era de colocá-la contra a primeira parede que visse na frente. Então Heyoon perguntou se eu não queria "deixar minhas coisas" lá no seu quarto e foi em direção ao corredor. Que coisas?, achei graça, com a carteira e o maço enfiados no bolso de trás da calça. Observei ela caminhar no escuro por um instante, com os pés descalços e o coturno na mão. Então a segui.

Aquele era o momento pelo qual eu tinha esperado a noite toda.

Heyoon entrou primeiro, abrindo a porta e acendendo a luz, caminhando não-muito-sóbria até o armário para guardar as botas. E eu entrei segundos depois, fechando a porta e apagando de novo a luz, caminhando não-muito-bem-intencionada até ela. Consciente de cada passo que eu dava. Encostei a mão na sua cintura e pude ouvir a sua respiração acelerar no escuro, na mesma hora. Aproximei o meu corpo das suas costas, me movendo deliberadamente devagar. E beijei o seu ombro, a sua pele estremeceu. Podia sentir cada poro seu, como se a minha pele arrepiasse junto. Caralho. Beijei o seu ombro com mais força e então a curva para o seu pescoço.

F*ckin' Siyoon (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora