Capítulo 21

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SURPRISE, SEUS RECLAMÕES E RECLAMONAS <3

Vocês reclamaram demais no meu direct, resolvi postar mais um pra compensar. Sou boazinha, pô.

Me dêem todo o amor do mundo e aproveitem. ;]

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Play: Massive Attack - Dissolvedgirl

Começa com um olhar na balada. Depois, uma conversa cheia de segundas intenções e, enfim, um convite imoral. Os acontecimentos se aceleram progressivamente até a pista de dança, bem acompanhada até o chão. Numa rapidez, tudo converge contraditoriamente para o silêncio – aquelas quatro paredes dum pequeno apartamento paulistano, a meia-luz sugestiva, as intenções subentendidas. Três garotas. E a música começa, lentamente, despindo-as uma a uma. Camisetas e vestidos no chão, alças de sutiã escorregando, braços descobertos, zíperes se abrindo e, pouco a pouco, os beijos esquentam a pele. Numa indecência compartilhada.

"Shame, such a shame...
I think I kind of lost myself again..."

Começa, na verdade, com um olhar em meio a uma tarde lenta. Mais lenta que a música no quarto acima. Você deixa seu rosto escapar em segredo para o lado, mesmo quando não deveria, e acaba por vê-la. Progressivamente, as batidas do seu coração aceleram. A lentidão te irrita, o silêncio te incomoda. Você sente o que não quer e, então, procura sons mais altos. Para ensurdecer o barulho que vem de dentro do seu peito. Procura qualquer coisa que te faça perder os sentidos – e encontra as curvas perfeitas no meio do caminho.

"...say, say my name...
I need a little love to ease the pain...
I need a little love to ease the pain..."

As pontas dos seus dedos percorrem as curvas de uma, enquanto a língua da outra desliza pelas suas. Continuamente. Vocês se movem juntas, sem pensar muito a respeito, e deixam o álcool desinibir o resto. Pêlos molhados, peles suadas. O gosto delas na sua boca. Velha de guerra, você sabe como agradar uma mulher. Ou duas. E faz exatamente isso – como se fosse parte da sua própria natureza.

"...'cause it feels like I've been,
I've been here before..."

Por dentro, todavia, você está cansada. Física e emocionalmente cansada. Cansada de tardes como aquela, mas cansada também de noites como esta. Cansada de agradar uma, duas, três ou quantas mais vierem. E elas vêm, uma após a outra. Todas elas – menos a que você tanto quer. Ela, não. Ela não vem. E no fim do dia, a sua cama continua sempre vazia. Dia após dia. Uma hora você simplesmente se cansa e, antes que perceba, está de novo nos braços e nas pernas e nas bocas de outras.

"...you are not my savior
But I still don't go..."

Que se dane. Que se dane toda essa baboseira romântica – você pensa. Mulher alguma é melhor do que mulher nenhuma. Não é como se você tivesse algo melhor para fazer enquanto a espera, ali, sem perspectiva alguma, sofrendo por detrás de portas fechadas e corredores estreitos, incertos demais. Com elas, é fácil. É gostoso. É descomplicado – você se convence. E ao menos, você se diverte.

"...passion's overrated anyway
Say, say my name..."

Então, você troca as pernas que viu sentadas sobre a pia naquela tarde pelos dois pares de coxas magníficas que agora se entrelaçam no seu corpo. O nome – aquele nome – continua na sua cabeça e em cada mulher que você coloca na sua cama. Te perturbando. Insistentemente. No entanto, pouco a pouco, toda a intensidade e os dedos e o sobe e desce e os toques e os arrepios e as línguas e a endorfina e aquele gosto salgado de suor fazem você esquecer. Esquecer do nome, esquecer dela, esquecer de porque você está ali, afinal. Você se perde em cada centímetro de pele descoberta. Você perde a cabeça.

F*ckin' Siyoon (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora