Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo?
Desculpem a demora, minha vida ta uma loucura, mas não desistam de mim, pfvr.
Boa Leitura.
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- Nunca vi uma garota te deixar sem palavras – a Any zombou, colocando os pratos sujos debaixo d'água.
Eu estava sentada na pia, com os pés apoiados na mesa da cozinha e o telefone em mãos, sofrendo de uma indecisão desgraçada. O apartamento dela era minúsculo. Any enxaguava os pratos, aí olhava para o meu celular, me observava em seguida e ria. Achando graça da minha indecisão. Pelo menos uma de nós está se divertindo, pensei. Sábado à noite e lá estava eu, refugiada na casa de uma ex, tentando escapar da confusão inacreditável na qual eu havia me enfiado.
- Só diz que não vai – Any sugeriu e eu arregalei os olhos, indignada – Ela vai entender, meu amor.
- Não posso dizer isso!
- Por que não? Fala que vocês precisam conversar, que é melhor cês se encontrarem outro dia.
- Não, meu... Vai parecer sério demais... – argumentei, acendendo mais um cigarro.
- Mas cês precisam conversar! Ou cê acha que cês podem ir se metendo uma com a outra, assim? Sem falar a respeito, nem pensar um pouquinho no que tão fazendo?! Ela namora o Noah, meu. Não é qualquer cara, é... É o seu melhor amigo.Eu sei. Estou bem ciente – olhei para Any, incomodada. Traguei demoradamente, soltando a fumaça em seguida. Não respondi. Eu odiava ter que "pensar um pouquinho" antes de fazer o que quer que fosse – principalmente quando se tratava de outras garotas. Era maduro demais. Responsável, careta, tedioso. Totalmente Any. Não que ela fosse tediosa em si, mas era o típico conselho que eu esperava ouvir dela. Não, obrigada. Vou fazer isso do meu jeito. Mas segurava o telefone na mão sem conseguir digitar uma só palavra. E sentia o meu coração apertar – com medo do que pudesse acontecer caso eu e a Heyoon realmente pensássemos no que estávamos fazendo juntas. Merda.
- Ela não me escolheria... – murmurei, de repente.
- O quê?! – Any desligou a água na pia para conseguir me escutar – O que cê disse?
- Que se a gente conversar... – falei, com o cigarro na mão e a cabeça baixa, olhando para o chão – Se a gente parar para pensar a respeito, se eu for discutir isso com a Heyoon... Ela não vai mais querer ficar comigo, e-ela... – lamentei – Vai perceber que, se ficar... Ela pode perder o Noah e... – tentei apagar a possibilidade da minha cabeça, sentindo meus olhos marejar, mas não conseguia – ...e ela nunca me escolheria ao invés dele. Nunca. Eu sou só uma porra de u-uma garota.- Ei. Você não sabe disso, flor...
- Má, eu não teria a mínima chance.
Passei a mão nos olhos, chateada, e traguei mais uma vez. Tentando sufocar a dor no meu peito. Maldita Heyoon. A Any soltou um "ounn" piedoso, quase como se achasse fofo o meu abalo emocional por outra garota, e me abraçou carinhosamente. Continuei fumando, com os olhos marejados e fingindo não dar bola, tentando ao máximo ignorar o abraço da Any e as probabilidades nulas que eu tinha de realmente acabar ficando com a Heyoon. Caralho, viu. Sentia que a única chance que eu tinha era se arrastasse aquela confusão por tempo suficiente para que ela começasse a me amar. Quem sabe em meio a beijos impulsivos, roubados de madrugada no corredor, ela pudesse realmente gostar de mim. Inferno. Não tinha nada que eu odiasse mais do que estar apaixonada.
Era uma porcaria.
- ...com o dedo do meio, aí cê junta os dois lados com o dedão e o indicador.
- O indicador no meio?
- Não, Any, o dedo do meio! O indicador abre o da direita e o dedão empurra o da esquerda. O dedo do meio fica por baixo, no meio dos dois fechos.
- Isso é muito complicado...
- Não é, não. Você que não está juntando direito, assim não vai abrir nunca! Tenta de novo.
- Ai, não vai! Como cê consegue?
- Anos de prática – eu ri – Agora tenta mais uma vez. Me dá sua mão, eu te ajudo. É tipo estalar os dedos... Pronto! Viu?
- Meu deus. Isso é fantástico!
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F*ckin' Siyoon (+18)
Fanfiction» Estória adaptada para Siyoon Shippers « Uma garota muito gay e outra não tão hétero assim. Contém conteúdo sexual, drogas lícitas e ilícitas, xingamentos. Sina é mais velha que Heyoon A estória se passa em SP. » A estória possui seus pontos altos...