SURPRESAAAA!!!!
Tudo bem, gente? Não sumi, ta?
Esse capítulo é menor que os outros pelo clímax que vai gerar e pelo decorrer da historia. Ja passamos de mais da metade da fanfic, então...
Espero que curtam. <3
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Mas não veio. Sei disso não porque me lembro, mas porque quando o frio me acordou e amanheceu do lado de fora, Heyoon não estava lá. Não tinha ninguém ali comigo. Minha cama estava vazia – como sempre. Sozinha nos lençóis, a minha memória custava a recordar como eu havia chegado da porta até ali. Deve ter sido a bebida, pensei, ao abrir os olhos e sentir um enjoo horrível, afundada no meu próprio cabelo com cheiro de cigarro. O meu braço despencava do colchão, descoberto, e a minha cabeça parecia pesar mais do que o normal contra o travesseiro. Ressaca. Argh. Tinha preguiça até de me mexer – o restante da cama não estava tão quente quanto o pedaço onde eu estava deitada e isso me tirava toda a coragem de sair dali. Despertar um músculo sequer parecia um esforço desnecessário. Ô manhãzinha ingrata, resmunguei mentalmente, azeda. Mas, ainda assim, me estiquei. Empurrei o corpo levemente para cima, apoiada no braço direito, e usei o outro para alcançar a coberta amassada ao pé da cama. A lã estava gelada de tanto tempo jogada ali, às traças, mas só de cobrir aquele tanto de pele exposta – de quem dormiu equivocadamente só de cueca e com a janela aberta –, ah, já me deixou bem mais confortável. Me aconcheguei e fechei o olho por um instante. Daí reabri, de repente. Tive a impressão de que o "instante" – que era para ter durado dez segundos – tinha sido bem mais do que aquilo. Merda. Chutei as cobertas para baixo novamente, pulando apressada da cama. Argh, eu odiava levantar assim tão bruscamente, ainda mais de ressaca e com a cabeça doendo. Inferno. Saí do meio dos lençóis e corri para pegar meu celular no bolso da jaqueta, ainda largada no chão perto da porta. Bosta, xinguei para mim mesma ao ver as horas. Apoiei a testa contra a madeira do batente, apertando os meus olhos fechados, já sentindo uma preguiça descomunal do dia que mal havia começado. Devia ter saído vinte minutos antes para trabalhar e não estava sequer vestida. Que ótimo. Arrastei-me lentamente até o corredor, abrindo a porta, e fiquei parada por um tempo, observando o silêncio no apartamento. Então atravessei até o banheiro e escovei os dentes para tirar aquele gosto de vício da boca. Aí entrei no banho, ignorando o meu atraso, e fui me deixando tomar por aquele estado contemplativo melancólico de quarta-feira-de-manhã. A água escorria pela minha cabeça e eu me afundava em mim mesma – num cansaço desanimado. Aquela lentidão sem fim. Ao sair, me enxuguei e andei pelo apartamento com o cabelo molhado, pingando pelo chão conforme eu andava. Cheguei na cozinha e parei por alguns segundos em frente à geladeira. Até me decidir pelo ovo – cura-ressaca infalível: torrada, ovo mexido e uma fatia de queijo por cima. Anos de eficiência. O frio arrepiava o meu corpo descoberto. Lá fora, o dia estava cinza – feio e escuro e bem paulistano. Ainda assim, eu me recusava a acender qualquer luz na casa e a interferir no meu mau-humor. Tinha dias em que fazia questão de me afundar na fossa lama. Peguei meu prato e levei-o para o quarto, sem qualquer senso de urgência pelo atraso. Deixei-o em cima da cama, enquanto me enfiava em um moletom-quentinho-de-dormir.
E então decidi: não vou pro trampo. Concluí que a desculpa até que colaria, considerando o quanto eu supostamente já não me sentia bem no dia anterior. Liguei e avisei. Que se dane. Coloquei uma meia no pé e subi na cama para terminar de comer. E aí... aí... Bom, aí o dia ficou livre, né. Droga. Eu tinha horas – horas e horas e horas – desocupadas pela frente e nem um maldito plano do que fazer senão me recordar de que continuava sozinha naquela porra de quarto. Um fracasso amoroso ambulante. Para ajudar, a blusa da Heyoon continuava junto ao resto das outras coisas largadas no chão. Ali, paradinha, só incomodando. Que inferno. Tentei ignorar aquele pedaço de pano, enquanto ele me lembrava cruelmente com quem eu não havia dormido naquela noite, e pus-me a pensar no que fazer com o meu dia. Tá. Sentada ali, sozinha na cama, não ia rolar. Levantei e liguei o computador. Meti o som no último volume, claro, na esperança de que aquilo ocupasse o cômodo vazio. A primeira música aleatória tocava enquanto eu rodava a minha playlist atrás de algo que combinasse com o meu humor. Sabe-se-lá quantos GBs de obsessão musical em pastas e subpastas – centenas de nomes pequenininhos correndo pela tela. E aí, como quem não estava procurando, achei a música que eu havia perdido. É. A mesma da noite anterior. Coloquei os pés cruzados em cima da mesa e deliberadamente pus "Oh You Pretty Things" para tocar, me sentindo vingada.
Foi então que me veio uma ideia de como aproveitar o meu tempo livre de forma mais produtiva – isto é, no sentido mais babaca e apaixonado da coisa. E de repente, o meu mau-humor sumiu. Tomada por uma energia repentina, passei as horas seguintes sentada em frente ao PC. Sabia que àquela altura a Heyoon estava em alguma aula tediosa de arquitetura no Mackenzie e isso me dava tempo para fazer as coisas da única forma que eu sabia – compulsivamente.
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F*ckin' Siyoon (+18)
Fanfic» Estória adaptada para Siyoon Shippers « Uma garota muito gay e outra não tão hétero assim. Contém conteúdo sexual, drogas lícitas e ilícitas, xingamentos. Sina é mais velha que Heyoon A estória se passa em SP. » A estória possui seus pontos altos...