Lua de Sangue - 2a. Temporada

2. Essa Festa É Fogo

ATUALMENTE

STILES

Voar.
É uma coisa incrível.
Sem sombra de dúvida.

Passo pelas nuvens do céu noturno, contemplando uma lua perfeitamente normal. Agradeço aos céus por essa lua não poder ficar vermelha pelos próximos 13 anos.

Fecho os olhos, apenas sentindo o ar passando pelo meu rosto, enquanto as minhas asas douradas fazem o trabalho de me manter há muitos metros acima do chão.

Isso evita que eu pense ... em tudo o que aconteceu, há 3 meses.

A Lua de Sangue.
A ameaça de Lúcifer.
Lydia indo embora ...

Voo para baixo, querendo tirar aquilo da cabeça ... mas não consigo. Por mais que eu tente.

Subo levemente e sobrevôo um rio, vendo o meu reflexo pálido e sarcástico ali, com duas grandes e belas asas douradas atrás das costas.

Mieczyslaw Stilinski.
Codinome: Stiles.

Metade humano.
Metade Serafim.

O "estranho".
O "anormal".
O diferente.

Não existia ninguém como eu no mundo. O que fazia com que eu me sentisse ainda mais solitário.

Se a Lydia estivesse aqui ...

Mas ela não está.
Ela me traiu.

Lydia praticamente me entregou aos vampiros que queriam me matar, desde os 4 anos de idade.

Ah. E, à propósito, ela era um desses mesmos vampiros.

Que reviravolta surpreendente, Stiles. Seria até engraçado, se TODO MUNDO não tivesse te avisado de que isso poderia acontecer se você se envolvesse com uma vampira.

Mas ... não dá pra eu continuar vivendo assim. Sério.

Já fiz 18 anos. Estava no último ano do Ensino Médio. As aulas recomeçariam amanhã.

Hoje é Halloween, Stiles.
Se divirta.

Está mais do que na hora de seguir em frente.

Eu faria de tudo para voltar a me sentir normal de novo ... e esquecer o que eu vi no espelho, naquela noite. (CAPÍTULO 32 DA 1A. TEMPORADA)

Continuo voando, seguindo em frente até o lugar certo em Beacon Hills. Voo na direção de um beco próximo e recuo um pouco, me preparando para pousar.

Consigo colocar os pés no chão, mas minhas asas seguem em frente, fazendo com que eles se arrastem.

- O, o, o, o, o ... ! - Tento "frear", mas tropeço e caio de cara no chão perfurante, parecendo uma galinha que caiu do telhado. - Hmm ...

OK. Ainda estamos trabalhando na parte da aterrisagem ...

- Você está bem ? - Um senhor, de aparência transparente, pergunta.

- Sim. - Me arrasto no chão, tentando me levantar. - Melhor impossível.

Fico de pé, olhando para o fantasma, que tinha uma enorme ferida na garganta.

Antes da trava ser quebrada, eu só podia ouvir os fantasmas, como a Allison, por exemplo. Agora que a trava não existia mais ... eu podia VÊ-LOS.

E não ajuda muito hoje ser Halloween. O dia em que o tecido que separa os vivos dos mortos fica mais frágil.

- Foi suicídio ? - Pergunto.

- Não. - O velho enfia o dedo no buraco da garganta. - Uma ferida durante a Segunda Guerra Mundial.