Capítulo 2 - Precisamos de uma babá

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Capítulo 2

- Pai, você vai por a Sayuri de castigo? - Isao me segue por dentro do apartamento, pulando e falando como um tagarela. Esse menino fala muito, não sei como consegue.

- Primeiro eu preciso achar ela. - olho em volta. Não está na sala, nem na cozinha, então só pode estar no seu quarto. - Isao, vá brincar, eu vou conversar com a Sayuri.

- Tá bom! Podemos brincar depois?

- Não sei se tenho tempo, preciso analisar uns documentos ainda hoje. Tive sorte de só precisar dar uma passada na empresa.

- Entendi, pai. - abaixa a cabeça. Eu suspiro. Queria poder dar mais atenção à ele, mas é bem difícil cuidar dos meus dois filhos sozinhos e administrar uma empresa.

Paro em frente à porta do quarto da Sayuri. Tento abri a porta, mas está trancado.

- Sayuri, abra essa porta. - Não responde. - Sayuri! - espero alguns segundos e desisto. Vou até o meu quarto e pego o molho de chaves da casa toda, assim abro a porta do quarto.

Vejo minha filha jogada na cama com uma revista em mãos.

- Como você entrou aqui? - se senta.

- Por que você deixou o seu irmão preso fora de casa? - ela dá de ombros e volta a se deitar. - Sayuri, estou falando com você.

- Isao é um saco.

- Isso é motivo para agir como uma criança e deixar o seu irmão pequeno trancado do lado de fora do apartamento? - cruzo os braços.

- Eu não agi como uma criança, apenas fui esperta o suficiente para me livrar de um estorvo.

- Seu irmão não é um estorvo.

- É sim! Ele só fica enchendo o saco! Não me deixa em paz!

- Você já teve sete anos, garota. Não pode julgar Isao, você era dez vezes pior.

- Sim, eu era! Eu sempre sou a pior! Me erra, pai. - travo os dentes. Minha vontade é de dar uns tapas nessa adolescente mimada que acha que pode fazer tudo que quer. Mas não vou bater, não gosto de usar da violência pra educar meus filhos.

- Eu já vi que você não consegue cuidar do seu irmão sozinha, então vou ter que chamar outra babá. E dessa vez, não quero que você faça da vida dela um inferno, como nas últimas quinhentas babás que você atormentou.

- Eu não preciso de babá! Já tenho quinze anos!

- Com mentalidade de três anos. Está decidido, vou arrumar uma babá.

- Eu vou me livrar dela em menos de um dia, você vai ver só! - massageio minhas têmporas, que estão doloridas.

- Quer parar de gritar? Eu estou cansado, quero dormir.

- Ah, você quer silêncio? - sorri maldosa. Pega a sua guitarra e conecta-a na caixa de som.

- Não ouse fazer o que estou pensando. - aponto o dedo para ela, mas é tarde de mais, Sayuri começa a tocar essa porcaria de guitarra. - Sayuri Tomioka! - como esperado, ela finge que não existo e continua tocando. - Eu devia te mandar morar com a sua mãe! - grito ao arrancar o plug da caixa de som.

- Faça isso! Se livre de um estorvo! Fique só com o Isao, já que ele é o seu bebê! - consigo ver muita raiva no seu olhar.

- Para de gritar, Sayuri! - pego a sua guitarra.

- Ei, me devolve! - saio do quarto, sendo seguido por ela. - Pai!

- Se quiser isso de volta, me deixe dormir em paz essa noite, ou nunca mais vai ver essa guitarra. - Ela grita de raiva.

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