2° temporada - Capítulo 1 - Dor

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Oie! Animados para lerem esse capítulo???

Boa leitura!

...

Capítulo 1

— Isao, para de roubar toda a Nutella!

A primeira voz que escuto nessa manhã é a Sayuri, gritando com o irmão mais novo. Dou uma risadinha. Nossa vida é bem movimentada.

Coloco meu minha roupa de trabalho, pego minha bolsa, onde está meu jaleco.

Nesses oito anos que se passaram, eu me formei em medicina. Trabalho num hospital público. Motivo por eu preferir um público ao invés de um particular? Quero ajudar todos que precisam.

Eu amo a medicina. É um trabalho que salva vidas!

Antes de sair do quarto, olho para a aliança no meu dedo. Sabito me deu, dizendo que era a da mãe dele e do Giyuu.

Giyuu...

— Mãe! — nem tenho tempo de refletir, Sayuri e Isao invadem meu quarto. Sayuri está com a cara coberta de Nutella, enquanto segura o irmão pelos cabelos.

— O que está acontecendo?

— Essa peste me sujou inteira! Agora vou ter que me trocar para ir à faculdade!

Sim, é isso mesmo que ela falou.

Sayuri faz faculdade!

Quando ela se viu sem o pai, decidiu cumprir um sonho dele: que ela tivesse alguma formação.

Quando ela foi fazer a prova de admissão, estava meio ansiosa e com medo. Mas conseguiu! Passou na faculdade de artes cênicas.

Acho que esse curso combina muito bem com ela. Estou dando total apoio para a minha filha. Sabito também apoia ela. Está pagando por tudo de adicional da faculdade.

Encaro os dois e tento manter a pose, mas logo estou rindo.

— Mãe! — grita Sayuri. — Eu vou matar ele!

— Vai tomar banho, querida. Eu cuido do seu irmãozinho. — Isao faz uma cara de nervoso.

Eu não bato no meu filho. Não sou como Giyuu era. Educo eles do meu jeitinho. E está funcionando. Apesar de serem sapecas, são bons filhos e acima de tudo, boas pessoas.

Me sento na cama e puxo Isao para sentar no meu colo.

— Vou levar bronca? — encolhe os ombros. Sorrio para ele e lhe dou um beliscão noo braço. — Ai!

— Você tem que parar de provocar a Sayuri, ela é sua irmã mais velha.

— O cacete! — olho mortalmente para ele, que cobre a boca. Lhe dou mais um beliscão.

— Você sabe que eu não bato em vocês, mas tem hora que você, Isao, pede por umas palmadas no bumbum.

— Desculpa, mãe. — Me abraça.

Eu nunca imaginaria que teria duas crianças na minha vida. Ainda mais na naneira que tudo aconteceu.

Sayuri aparece limpa na porta do quarto e encara Isao.

— Eu te mato se me sujar de novo. Te jogo pela janela.

— Tá bom, despeitada.

— Rola murcha.

— Crianças! — entro entre eles. — Mais uma discussão e os dois vão ficar sem o pudim que eu vou fazer!

Silêncio.

— Tô indo pra faculdade, tchau, mãe, peste!

Sai correndo. Me viro de costas pro Isao não me ver rindo. Essa menina é incrível.

Sabe, depois que peguei a guarda da Sayuri e do Isao, eu pensei que iria mil vezes mais difícil do que está sendo.

— E você, filho, vai para a escola. Pega a sua mochila. — assente e vai buscar sua mochila. Às vezes olhar para o Isao me deixa triste. Ele é a cara do Giyuu.

Sinto falta do Giyuu, acho que preciso ir fazer uma visita para ele na clínica.

Giyuu não está morto, apenas sem memória.

Nesses oito anos que está internado, ele não deu nenhum sinal de melhora. O que faz meu coração doer.

Depois de deixar meu filho na escola, aproveito meu horário de folga que tenho dessa semana e vou direto para a clínica.

Quando chego, a atendente me recebe com um sorriso.

— Kocho! Que bom que veio!

— Aconteceu, Mitsuri?

— O Giyuu. As perdas de memória dele estão piorando.

Meu coração falha por um segundo.

A condição de Giyuu é complicada. Além de não se lembrar do passado que tive com ele, ele perde as lembranças, tipo, de dois ou três dias. Por isso ele sempre age como se fosse a primeira vez que nos vimos.

— Entendo... por visitá-lo?

— Claro! Ele fica super feliz quando conversam, mesmo... é...

— Não precisa completar a frase. Ele está no jardim, certo? — assente.

Sigo para o jardim, procurando Giyuu com o olhar. Vejo ele, em silêncio, sentado embaixo de uma cerejeira florida.

Quando me aproximo, seu olhar cai em mim. Queria tanto que desse um sorriso para mim e dissesse "Shinobu, eu te conheço. Como estão Isao e Sayuri?"

Mas isso não vai acontecer.

Me sento ao seu lado.

— Como tem passado esses dias? — pergunto tirando uma caixa de bombons da bolsa. Eu sou chocólotra, sempre preciso de um docinho, por isso a caixa de bombons. — Quer?

— Sim. Eu não sei... parece que todos os dias são iguais. Você vem sempre aqui? Veio visitar algum familiar? — pergunta e morde o bombom.

— É... é isso. — fico com um nó na garganta.

A última vez que vim aqui foi há quatro dias atrás. Ele já esqueceu de mim. Sem contar a sua aparência. Ele está muito magro (ele esquece que comeu, por isso pensa que já se alimentou. Coisa psicológica). Suas olheiras são profundas e o cabelo cresceu.

Está horrível.

— Seu anel é bonito. — levo um susto quando ele toca minha mão.

O toque dele.

Como senti falta disso. O único toque que me mantém viva é os abraços que meus filhos me dão. Mas os dedos do Giyuu...

Desesperada, puxo ele para um abraço e começo a chorar.

— Lembre-se de mim! — aperto ele contra mim. — Sou a Shinobu! Lembra? Você tem filhos! Eu... eu... eu sou sua mulher!

Nesse instante Giyuu começa a gritar. Eu me toco do que fiz.

Jogar informação demais na cabeça dele só o deixa pior.

— Giyuu? — dois enfermeiros aparecem e levam os ele para dentro do prédio.

Eu simplesmente caio de joelhos.

— Por quê, Deus?! Por quê?!

E assim acaba meu dia.

...

Gostaram??? Em breve irei lançar o segundo.

Lembrando que temos um grupo para interagir! Quem quiser entrar, fala comigo no PV!

Beijos 💋

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