Capítulo 9 - Podemos conversar?

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Capítulo 9

Fico assustada com o que a Sayuri acabou de dizer e parece os dois homens no local também estão. Vejo Tomioka fechar a cara e olhar mortalmente para a Sayuri, que se encolhe.

- Pai! - Isao começa a chorar. - Não é verdade, né? - o pai engole em seco.

- Claro que não é! - tomo a frete da conversa. Pego o menino no colo. - É só uma brincadeirinha de mal gosto da sua irmã. - olho séria para ela.

- Sayuri. - a voz autoritária do Tomioka faz a garota se encolher ainda mais. - Vamos conversar. - me assusto ainda mais quando ele tira o cinto da cintura. Ele não iria…

- Papai, não! - desvia quando ele tenta pegá-la pelo braço. - Desculpa! Eu não queria dizer isso!

- Sayuri, eu já disse: nós vamos conversar, no seu quarto, agora. - consegue pegar ela pelo braço. Puxa Sayuri até o quarto dela e bate a porta. Escuto o som da cinta nela, o que me faz querer chorar de pena da pequena. Ela pode ter errado, mas bater não é certo.

- Eu preciso parar ele. - digo e coloco o Isao no chão. Antes que eu passe, o tal Sabito coloca a mão no meu ombro e me olha triste. - Por que você não vai impedi-lo?

- Porque dessa vez ela merece.

- Não merece, não! Não se…

- Pai, para! - o grito da Sayuri me deixa fervendo de raiva do Tomioka por estar batendo nela.

- Sai da minha frente. - corro até o quarto da Sayuri, meu coração se aperta quando vejo ela encolhida enquanto o Tomioka usa da força bruta para castigar a filha. - Chega! - grito mas ele me ignora. - Tomioka-san, pare com isso! - levo a mão até o braço dele e o seguro. Isso o faz parar e me sinto aliviada. 

- Monstro! - Sayuri grita pulando nos meus braços e chorando. - Shinobu, me protege dele, por favor! - aperta seu corpo ao meu.

- Você sabe muito bem que aquele assunto é pesado de mais para falar para o Isao. Eu nem acredito que deixei você escutar o que aquela doida da Sakura dizia. - sussurra num tom frio. - Por hoje, chega. Mas se você falar mais uma palavra sobre a história da Sakura para o Isao, eu te coloco num internato e te deixo lá até que aprenda a lição. - Sai do quarto. 

Olho para a garota abraçada a mim com pena no olhar. Faço carinho nos seus cabelos, até que ela se acalme.

- Por que você disse aquilo, Sayuri? - pergunto enquanto coloco ela sentada na cama. Suas pernas estão com a marca da cinta.

- Porque é a verdade.

- Como assim?

- Quando eu era pequena, eu escutei sem querer a conversa da Sakura com o papai. Ela cobrou milhares de dolares para manter a gravidez e mais uma certa quantia para deixar o pai ficar com o Isao. - arregalo os olhos. - A mãe dele é o pior tipo de escória que existe, igual a minha mãe, claro.

- Sayuri… - lhe dou um abraço. - Eu entendo que você estava com raiva do Isao naquele momento, mas você nunca, escute, nunca, deveria contar isso para o seu irmão. Ele só tem sete anos.

- Eu sei, Shinobu… mas na hora eu fiquei sem saber o que fazer. Eu não quero que o meu pai saiba dos meus interesses amorosos. Não é da conta dele.

- Isso eu entendo também. Mas acho que você merece ficar de castigo depois dessa. - nós afastamos. - Você deu uma grande bola fora com o seu irmãozinho. Vai precisar pedir desculpas.

- Nem morta. - cruza os braços. Seu rosto está marcado de lágrimas.

- Sayuri, você cometeu um erro e deve arcar com as consequências.

- Mas…

- Tomioka Sayuri, você vive dizendo que não é mais criança, mas não tem nem coragem de se desculpar? - uso golpes baixos nela. Suspira tristemente.

- Tá bom. Mas você vai comigo?

- Vou estar observando, mas é você que tem que fazer isso. Vamos? - levanto e estendo a mão, a qual ela pegue e me segue até a sala, onde o Isao se encontra no colo do pai, com a carinha mais triste do mundo.

- O que está fazendo fora do quarto? - Tomioka está bravo de mais.

- Sayuri, vá. Se curve e peça desculpas. - sussurro no ouvido dela.

A garota de cabelos lisos e pretos fica em frente ao irmão e o pai, se curva e diz:

- Peço perdão pelo o que disse, era apenas uma mentira que inventei para você parar de me irritar. Perdoe-me, Isao.

Os três homens - acho que dá pra contar o Isao como homem - na sala arregalam os olhos. Eu olho satisfeita para a Sayuri.

- Essa é a minha garota. - faço um joia para ela, que sorri para mim.

- Como você... - Sabito está abismado. - Isso é bruxaria, só pode.

- Agora eu vou voltar a odiar todo mundo, falou. - Sayuri volta para o seu quarto.

- Como você conseguiu fazer isso? - Tomioka grita. Coloca Isao no chão e se aproxima de mim. - Como… como fez ela pedir desculpas?

- Só dei o meu jeitinho. Ah, ela vai ficar sem celular por duas semanas, um castigo meu. Agora, Tomioka-san… - acerto um chute na canela dele o mais forte que consigo. Ele grita de dor. - Isso é por ter batido numa criança! Você ficou doido ou o quê? Violência não resolve coisa alguma!

- Mas ela mereceu!

- Criança não merece apanhar! Você devia saber disso, já que é tão velho como é.

- Eita porra. - Sabito fala assustado. - Além de botar moral, ainda chamou ele de velho. Boa, Shinobu! 

- Só fiz o meu trabalho. E digo mais: se você bater mais uma vez em uma dessas crianças, eu uso minha Nichirin para cortar o seu brinquedinho. - está tão assustado que não fala nada. - Com licença, tenho que ir estudar. Até amanhã. - aceno e saio do apartamento Tomioka.

Entro no meu apartamento e fecho a porta com a chave. Não tiro os sapatos na entrada que meu celular toca. Dou um gritinho animada quando vejo o nome Douma bem estampado na tela do celular.

- Oi, amor! - digo feliz. Vou para a sala e me deito no sofá.

- Olá, minha borboleta. Como foi seu dia?

- Legal. E o seu?

- Ótimo. Eu só te liguei para saber como está, agora vou desligar porque tenho um compromisso, até mais.

- Douma, espera! - tarde de mais, ligação encerrada. Suspiro, triste.

O Douma nunca me dá toda atenção que eu necessito. Eu sou carinhosa, gosto de ser mimada, ainda mais pelo o meu homem. Meu homem lindo e maravilhoso de cabelos loiros.

A campainha toca. Vou atender, mas esperança de ser uma surpresa do Douma, mas quando abro a porta, só vejo Giyuu Tomioka.

- Ah, é só você. - suspiro outra vez. - O que deseja?

- Podemos conversar?

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