Capitulo 4 - Noite turbulenta

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Capítulo 4

- Que mulher é essa? - pergunto mais para mim mesma.

- Pai, Essa mulher é o demônio!

- É não! Você é uma chata, Sayuri! A Shinobu cuidou da gente como uma mãe!

- Ela não é a minha mãe, nem sua, pirralho idiota! É só uma garota idiota que veio bancar a boazinha pra depois colocar as mãos no nosso pai!

Escuto tudo parado ao lado da porta, sem coragem para interromper a briguinha idiota desses dois.

Isao não sabe o que é ter mãe, eu criei ele desde que nasceu. A mãe dele nunca se importou com o fato de ter um filho, ela dizia que sua carreira de modelo é mais importante do que cuidar de uma criança. Até quando ela ficou grávida precisei de muito tempo para convencê-la a não abortar. Eu nunca deixaria ela abortar um filho meu. Eu fui o burro de não usar proteção, então tive que arcar com as consequências.

Quanto a mãe da Sayuri… essa daí é uma história longa e complicada, prefiro nem comentar.

- Chega de brigas, crianças.

- Não sou criança! - gritam juntos.

- Tá bom, tá bom. Eu tenho muito trabalho pra fazer, vou ficar no meu quarto, não me incomodem. - antes que eu possa sair, Isao segura a minha mão. - Precisa de algo?

- Você não vai jantar com a gente? A Shinobu fez a comida com tanto carinho.

- Ele jantar com a gente? Deixa de ser iludido, Isao. Nosso pai só se preocupa com o trabalho.

- Isso não é verdade, Sayuri. - digo suspirando. - Eu preciso trabalhar, ou vocês preferem morar embaixo da ponte?

- Se fosse para me livrar de você, claro. - passa por mim. Escuto a porta do quarto dela ser batida com força.

- Isso! Quebra tudo! - Agora direciono meu olhar para o Isao. - Se precisar, estou no meu quarto. - saio antes dele responder.

No meu quarto, trabalho por algumas horas revendo uma papelada enorme. Eu me esforço muito para cumprir todas as minhas tarefas, mas cada dia parece que tem mais e mais coisas para fazer. Acho que preciso de uma férias.

Escuto o som da guitarra da Sayuri. Essa menina está louca de fazer tanto barulho?

- Sayuri! - grito do meu quarto. - Desliga isso agora! - nada de ela me responder. - Sayuri! - saio do quarto e tento entrar no quarto da garota, mas a porta está trancada. - Garota, desliga isso!

- Com licença. - dou um grito de susto quando escuto uma voz doce. Olho para trás e me deparo com a figura mais bela que já vi em toda a minha vida: Shinobu usando uma camisola de seda lilás, com um roupão aberto da mesma cor. Seus cabelos estão bagunçados.

- Como você entrou aqui? - tento olhar para qualquer lugar que não seja seus seios ou coxas.

- O Isao abriu a porta para mim. - aponta para o garoto atrás dela. - Você poderia pedir para a sua filha parar com o barulho? Tenho um trabalho para fazer e não estou conseguindo com esse som de guitarra.

Estamos falando mais alto que o normal por causa do barulho.

- Olha, Shinobu, se eu conseguisse fazer silêncio, eu faria. Mas essa garota resolveu testar a minha paciência hoje.

- Você é o pai dela, Tomioka-san. Faça ela te obedecer.

- Batendo?

- Não! Isso nunca! Não se bate em crianças. - cruza os braços embaixo dos seios. Meus olhos se fixam no seu par de peitos, que são grandes. - Meu rosto é mais em cima. - quando ela diz, pisco algumas vezes, até cair na real e ficar vermelho.

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