Capítulo 10 - Segredos do passado

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Capítulo 10

- Podemos conversar? - pergunto já esperando um belo de um não na minha cara. Shinobu suspira e me dá espaço para entrar. O apartamento dela é igual ao meu, tirando a decoração delicada com flores e quadros nas parede. Em casa eu tenho pouco quadros, que ficam em cima da estante ou no meu quarto. Meu quadro preferido de casa é o que está a Sayuri carregando o Isao recém nascido.

- Então? - nos sentamos no sofá.

- Eu queria te explicar o motivo da minha reação com o que a Sayuri disse.

- Não precisa, ela já me contou. - cruza os braços em baixo dos seios e dessa vez, parece não perceber que estou encarando. Porra, Shinobu tem seios lindos que eu tenho vontade de esmagar entre os meus dedos. Como posso ter tanta atração sexual por uma garota de idade que poderia ser a minha filha?

- O que ela contou, exatamente? - enquanto Shinobu fala, meus olhos caem por suas coxas. Ela está com uma perna em cima da outra, o que deixa sua coxa ainda mais destacada. É linda.

- Tomioka-san, está me ouvindo? - balanço a cabeça, acordando dos meus pensamentos.

- Estou. Eu acho que ela contou a versão do que ela sabe, se quiser posso te contar a história inteira. - assente.

- Pode me contar tudo. Sou toda ouvidos, Tomioka-san. - essa voz dela é fofa de mais, principalmente quando fala meu nome. Estou completamente seduzido por essa garota.

- Então... anos atrás, eu conheci uma modelo japonesa que era considerada a mais linda do país. Ela era fofa e realmente, muito linda. Nos conhecemos na cede de uma revista, onde eu fui procurar por uma modelo para ser a garota propaganda dos novos batons produzidos pela minha empresa. Eu estava com a Sayuri esse dia, ela adorou a Sakura e disse que ela seria perfeita para mim.

- É a mesma Sayuri que eu conheço? - dá uma risadinha.

- Ela era bem gentil com oito anos de idade. Enfim, a mulher mostrou interesse por mim e acabamos saindo algumas vezes, era legal, Sakura é uma pessoa cheia de vida e animada. Mas claro, isso era só uma fachada. Logo ela engravidou de mim e surtou. Queria de qualquer maneira abortar a criança, já que uma gravidez iria, segundo ela, deformar o seu corpo. Eu nunca fui fã de abortos, ainda mais quando se tratava da vida de um filho meu. Quando Sakura notou isso, resolveu tirar proveito. Veio até mim um dia em casa, Sayuri brincava com suas bonecas enquanto nós conversávamos, por isso ela escutou tudo.

- Tudo o que?

- Ela pediu quinhentos mil reais para manter a gravidez, do contrário, iria tirar o filho na primeira chance que tivesse. Eu fiquei sem reação. Como uma mulher poderia vender sua gravidez dessa forma?

- Isso é horrível. - abaixa a cabeça. Eu suspiro.

- Eu não tive escolha, era a vida de uma criança que estava em jogo. Eu só sabia que tinha que aceitar as condições dela. Foi isso tudo que a Sayuri ouviu. E quando a Sakura notou que a Sayuri nos observava, disse algo do tipo "menina irritante, devia ter sido abortada"

- Eu não acredito que ela disse isso! - Shinobu se levanta. - É por isso que a Sayuri odeia tanto a Sakura. Essa parte ela não tinha me contado. Essa mulher é o demônio!

- Espera que tem mais. - volta a se sentar, cheia de curiosidade. - Quando chegou perto da época do bebê nascer, eu pensei que ela ou me entregaria ele, ou seria para a sua família cuidar. Mas foi pior. Ela pediu mais dinheiro ainda, dizendo: ou me dá o dinheiro, ou jogo essa criança na primeira caçamba de lixo que eu encontrar. - Ela arregala os olhos. - Outra vez, não tive escolha, paguei o dinheiro e fiquei com a guarda de Isao. Desde então Sakura quase nunca da as caras, só quando eu sou obrigado a obriga-la a vir visitar o filho, que não sabe da história e ama a mãe como ninguém. Tenho medo do que vai acontecer no futuro, se a Sakura resolver criar outro plano para me arrancar dinheiro e isso acabar magoando o meu filho. Isao é… bem, é meu bebê, não suportaria ver ele sofrendo por causa de uma mulher interesseira e sem escrúpulos como a Sakura.

- Tomioka-san… - toca minha mão, me arrepio por inteiro. - Isso é horrível. Muitas pessoas sabem disso? Digo, se muitas souberem, mais fácil é do Isao descobrir a história e ficar mal. Mas ai, que ódio! - volta a se levantar. - Se eu encontro essa mulher na rua, quebro ela no meio sem piedade.

- Você sim daria uma boa mãe. - fica vermelha. - Já pensou em ter filhos?

- Aham. - Outra vez, volta a se sentar. - Meu sonho é ter meus filhos correndo e brincando pela minha casa. É um sonho meu desde que vi minha irmã ter as filhas dela. Aoi e Kanao são tão fofas, elas têm a mesma faixa de idade que a Sayuri. É incrível ver uma criança crescer, sabe.

- Sim, eu sei. - dou um leve sorriso. - Os primeiros passos, as primeiras palavras… são momentos tão intensos, e maravilhoso. Só queria entender em qual fase a Sayuri virou aquela menina mimada e… doida.

- Acho que o senhor mimou ela de mais por falta da mãe. E por falar na mãe dela, por que Sayuri a odeia tanto?

- Essa é uma outra história, Shinobu. Qualquer dia te conto essa parte da saga da minha vida, ok? - assente sorrindo.

- Você pode ser um tarado, mas no fim é um bom pai.

- Obrigada… espera, tarado? - começa a rir. - Shinobu!

- Acha que eu não percebo o senhor me comendo com os olhos? Pervertido-san. - fico vermelho e desvio o olhar, cobrindo a boca com o antebraço.  - Que fofo, está tímido!

- Fica quieta. - dou um leve empurrão nela, que bate as costas no sofá, rindo como uma boba. - Para, Shinobu.

- O senhor com vergonha é a coisa mais linda que já vi. - fico ainda mais envergonhado. - Acho que posso te dar um prêmio por seu um bom pai. - antes que eu reaja, ela está me dando um beijo na bochecha. Quando se afasta, toco o lugar que formiga pelo seu toque.

Droga, isso ativou meus instintos. Agora quero toca-la por todo os lugares e receber seus beijos por meu corpo todo. Eu preciso possuir essa garota, agora.

- Shinobu, eu… - a seguro pelos ombros.

- O que? - está com vergonha.

- Cheguei, maninha! - a porta do apartamento é escancarada. Nós dois se viramos para a porta, onde vemos uma moça de cabelos longos e com enfeites de borboletas no cabelo. - Ara, ara. - dá uma risadinha. - Vejo que adorou seus novos vizinhos, pequena.

- Não... Não é nada disso, Nee-san!

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