Maldição da Serpente

Capítulo 14 - O Poder do Imperius

Disclaimer: Todos os personagens pertencem a JK Rowling. Esta fanfic é uma tradução autorizada de "Maldición de una serpiente" postada em 2009 no FanFiction por Acarolin95.

Capítulo 14 - O Poder do Imperius

Harry sentia uma dor inconcebível, uma dor insuportável...

Já não estava mais no escritório de Dumbledore, e sim preso em um abraço de uma criatura de olhos vermelhos, tão fortemente enrascada ao seu redor que Harry não sabia onde terminava seu corpo e onde começava o da criatura. Estavam fundidos, unidos pela dor, e parecia que não tinha escapatória...

Mas ele não deixaria que acontecesse outra vez.

Quando falou, usou a boca de Harry, que atingido pela dor descomunal, notou como sua mandíbula se movia:

— Se me odeia tanto, então me mate! — cegado e moribundo, tentando soltar-se de cada centímetro do seu corpo, Harry percebeu que a criatura ria. Tentou tirar os braços do forte agarramento da criatura, mas era impossível, não tinha forças suficientes — Não pode! Não lute — sentiu como a criatura se movia e pegava algo em suas mãos. Harry percebeu que a criatura voltava a usá-lo, mas não prestou atenção. Pare com essa dor. Não posso deixar que faça mal a eles, pensou — Se você não fizer, eu farei... Não! Por favor! — conseguiu olhar com seus próprios olhos para a situação e falar, talvez Sirius o entendesse — Diga adeus, mamãe.

Não podia permitir que isso voltasse a acontecer, ainda mais no seu corpo. Não agora. Tinha que despistá-lo. Harry tentou voltar a se mover, mas o abraço fechou-se mais, a dor era terrível. Acabe com isso. Me mate. A morte não se compara a isso... Então voltarei ao meu universo onde sei que tem gente que me ama... Mas Sirius...

As pessoas presentes no escritório estavam petrificadas, sem saber o que fazer. James tinha se posto protetoramente diante de Lily, enquanto Rabicho tremia suando como um rato molhado. Dumbledore tinha o olhar preocupado, mas não sabia o que fazer. O primeiro que reagiu foi Sirius, que moveu-se veloz até Harry, o pegou pelos ombros e começou a falar em sussurros para que os outros não escutassem. Mesmo assim, Lily conseguiu captar algumas palavras como: "Você consegue lutar contra ele", "Tem a mim", "...nas pessoas que te amam", e não precisou de mais nada que decidisse ajoelhar-se diante de seu filho.

O coração de Harry se encheu de emoção, e então o abraço da criatura afrouxou-se e a dor parou. Encontrou-se jogado no chão de boca para baixo, sem seus óculos, tremendo como se estivesse sobre o gelo e não sobre a madeira. Abriu os olhos e viu seus óculos jogados junto à perna da cadeira em que estava sentado antes. Pôs os óculos e levantou um pouco a cabeça, e então descobriu os olhos verdes de sua mãe a poucos centímetros dos seus.

— Tudo bem, Harry? — lhe perguntou Sirius, colocando uma mão sobre seu ombro para fazê-lo sentir-se melhor.

— Sim — respondeu, enquanto estremecia tanto que não podia manter a cabeça erguida — Sim, estou... Onde está Voldemort?

Como se sua pergunta tivesse sido escutada, uma figura alta encapuzada apareceu de repente diante de Harry, Sirius e Lily. A figura afastou com elegância o capuz da túnica negra com uma mão anormalmente longa e descobriu sua cabeça calva de rosto pálido como um defunto, com os olhos vermelhos de pupilas verticais, e no lugar de um nariz tinha dois orifícios nasais como fendas parecidas com as de uma serpente e com uma boca sem lábios tinha um sorriso, embora parecesse mais uma careta desagradável.

Harry tentou levantar-se do chão, mas sua mãe o empurrou para baixo e levantou-se em defesa do filho. James pegou sua varinha rapidamente enquanto Rabicho permanecia encurralado em um canto, tentando passar despercebido.