Capítulo 15 - Lembranças de um Herói

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Disclaimer: Todos os personagens pertencem a JK Rowling. Esta fanfic é uma tradução autorizada de "Maldición de una serpiente" postada em 2009 no FanFiction por Acarolin95.

Capítulo 15 - Lembranças de um Herói

Aquela noite fazia mais frio do que todo o mês de janeiro, apesar de se aproximar a primavera, a temperatura tinha caído consideravelmente. Os flocos de neve voltavam a cobrir o solo e o topo das árvores.

O frio que subia pelos pés, chegando aos ossos, acordou Harry amarrado na árvore. Depois de um momento, conseguiu apenas aproximar os joelhos de seu peito, mas o frio não diminuiu. Sentiu os flocos caírem sobre sua cabeça e embaçarem seus óculos. Ficou tenso ao escutar um forte ruído muito próximo dele, mas era apenas o garoto ruivo, o Weasley.

Sentia-se cansado e já nada mais tinha sentido. Quando tentava lembrar-se de algo de seu passado, só encontrava espaços vazios em sua mente, não conseguia lembrar-se de mais nada, depois da seleção das casas. Apenas flashes como quando tinha encontrado o nome da garota.

Uma luz cegadora o fez retornar aos seus sentidos. Entre a vegetação rasteira do bosque, vislumbrou uma corça prateada, reluzente como a lua e deslumbrante, que avançava sem fazer ruído e sem deixar rastros dos seus cascos na fina camada de neve. A reconhecia. O animal foi até ele com a linda cabeça erguida, e distinguiu seus enormes olhos de longas pestanas. Tinha a sensação de que devia segui-la, como se estivesse ali só por ele. Olharam-se um ao outro por alguns segundos e a corça logo virou-se e se afastou.

— Espera! — sussurrou Harry desesperado para segui-la.

Estranhamente, as amarras que o mantinham preso na árvore afrouxaram-se. Não tinha sentido, mas a magia precisava ter sentido? O pouco que lembrava era das palavras de sua mãe lhe explicando que a magia agia por conta própria. Harry levantou-se estremecido, as pernas entorpecidas e se dispôs a seguir a corça. Enquanto a corça adentrava o bosque, ele teve que apertar o passo, convencido de que quando a corça se detivesse, a permitiria aproximar-se dela. E então sua mãe falaria e o ajudaria com tudo aquilo. Não saiba o porquê, mas sentia que a corça tinha a ver com sua mãe.

Depois de caminhar um bom tempo atrás da corça, chegaram a uma área aberta. A corça parou e virou sua linda cabeça para Harry, que começou a correr atrás dela, mas quando ia tocá-la, ela se desvaneceu. Apesar de ter sido ela que iluminou seu caminho e o bosque, a tênue luz da lua foi suficiente para captar um reflexo. Desceu o olhar, mas o único que viu foi um lago congelado, sua superfície estava rachada onde caíam pequenos flocos de neve.

Caminhou até o lago com cuidado e olhou em seu interior. O gelo refletiu sua distorcida silhueta e a luz da lua. No fundo, debaixo da grossa e embaçada camada de gelo, brilhava outra coisa: uma grande cruz de prata... ou algo assim.

Foi um sentimento muito estranho, tinha certeza de que a espada lhe daria todas as respostas. Mas como ia ser possível? Simples, pensou Harry. Se conseguisse a espada, talvez poderia estar com sua mãe de novo. O ar frio bagunçou o seu cabelo negro enquanto as folhas das árvores balançavam no ritmo do vento. Harry olhou ao redor, assegurando-se de que não tinha ninguém ali ou esperando ver sua mãe. Instintivamente, levou sua mão para seu pulso esquerdo e apalpou os bolsos em busca de sua varinha, não lembrava-se de onde tinha deixado-o, mas não estava ali com ele.

Ajoelhou-se em frente ao lago e inclinou-se, tentando ter uma melhor visão da cruz prateada. Viu um reflexo vermelho intenso, uma espada com deslumbrantes rubis na empunhadura. Não a reconhecia. Então, por que esse sentimento desesperado de consegui-la? Talvez o seu homólogo precisava dela ou algo assim? Fosse o que fosse, era certo que ele ia pegá-la.

Maldição da SerpenteOnde histórias criam vida. Descubra agora