Capítulo 2 - Explicações

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Disclaimer: Todos os personagens pertencem a JK Rowling. Esta fanfic é uma tradução autorizada de "Maldición de una serpiente" postada em 2009 no FanFiction por Acarolin95.

Capítulo 2 - Explicações.

Sentia-se lívido, sem nenhuma dor. Uma brisa fria despenteou ainda mais o seu bagunçado cabelo.

Era um frio que lhe atingia os ossos. Levantou-se com dificuldade, mas foi uma péssima ideia, já que ficou tonto e caiu de bruços ao chão sobre os seus joelhos. Levou as mãos à cabeça para segurá-la quando todas as lembranças vieram à tona. Seus pais vivos junto dele, que estava em uma cama, à frente de Dumbledore. Seria tudo um simples pesadelo? Ou era tudo verdade? Imaginou que fosse a primeira opção. Tinha certeza de que era apenas produto de sua imaginação, mas se era imaginação, não deveria ter sido melhor? Com certeza, talvez a resposta era que Voldemort o tinha feito acreditar que era verdade. Sim, era o mais lógico de tudo aquilo.

Um sussurro longínquo o fez abrir os olhos no mesmo instante e perceber que tudo ao seu redor estava escuro. Entre toda a escuridão escutou, de novo, um sussurro mais próximo dele. Não sabia dizer exatamente de onde vinha. Ficou um tempo escondido pelo breu com as mãos no chão atrás das costas, tentando identificar de onde vinha o som.

De repente sentiu algo pegajoso, duro e delicado roçar na mão. Levantou-se sobressaltado, sentindo novamente a tontura, mas dessa vez não se importou. Procurou tateando pela sua varinha nos bolsos, mas não encontrou nada, o pânico o invadiu, esquecendo por um momento que devia respirar. As coisas não podiam piorar mais, ainda estava abalado pelo sonho/pesadelo que Voldemort o fez viver. Só de lembrar-se, o seu corpo estremecia, e agora quem sabe ao que enfrentaria sem proteção alguma. Sem sua varinha, sentia-se indefeso, como um rato encurralado por um gato, e também o fazia sentir-se nu.

Odiava Voldemort. Era tudo culpa dessa criatura desumana. O odiava agora mais do que nunca, o que tinha feito tinha passado de todos os limites. Se antes o odiava com todo o seu ser, agora era mais do que nunca. Tinha feito da sua vida miserável.

— Isso não é culpa do mestre — disse uma voz aguda embaixo dele. Era uma serpente enviada por Voldemort — Não sou.

— Quê? — perguntou Harry, sentindo sua voz rouca, nada natural.

— Não venho sob suas ordens, mas não nego que sou uma serpente, como já sabe. Na verdade venho ajudá-lo.

Harry bufou. Que ideia ridícula. Achava que podia tirar sarro dele assim tão fácil?

— Não estou tirando sarro, estou falando a verdade.

— E no que supostamente vai me "ajudar"? — disse, dando ênfase na última palavra.

— Não é óbvio? — Harry deu de ombros, mesmo não sabendo se seria visto ou não, mas talvez o silêncio fosse uma resposta, e para sincero não conseguia pensar direito por causa da tontura. Ao parecer, a serpente entendeu, pois continuou — Explicar sobre o mundo em que caiu.

— Quê?

— Se me deixasse terminar — retrucou a serpente — É óbvio que não sabe que foi levado ou transportado a um mundo paralelo, mas é óbvio que você, mesmo que seja um senhor que sabe falar o idioma de minha antiga realeza, é tão insolente quanto todos os demais mortais estúpidos, que acham que sabem e devem saber de tudo sem limites! E sempre acha que todas as serpentes estão sob as ordens de Voldemort, que somos todos malignos e com só nos ver, o que querem é nos matar. Acha que é muito bonito, não é? Asqueroso mortal insolente...

— Basta, Zuthin! — exclamou uma voz grossa e rouca, que não soube de onde saiu — Sinto por isso, Harry Potter — voltou a dizer, sem falar em ofidioglossia, a voz mais calma, mas ainda rouca. Não importou-se que soubesse o seu nome, era a menor das surpresas no momento.

Maldição da SerpenteOnde histórias criam vida. Descubra agora