Trabalhar com um jogo de celular nunca foi o que eu pensei fazer da vida, mas acabou que a vida é imprevisível. Conheci o Free Fire devido ao meu ex namorado, que jogava e eu comecei a jogar também pra passar mais tempo com ele, porém acabou que eu...
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No dia seguinte as meninas só voltaram pra casa no final da tarde, e como ainda era meio de semana nos organizamos pra treinar a noite - mesmo que sejamos bem livres quanto a obrigações gostávamos de manter uma rotina de treino principalmente durante a semana. Durante o treino foi o momento em que colocamos todos os babados da noite anterior em dias, também falei o que tinha acontecido pra ter que sair da boate daquela forma e elas admiraram minha atitude.
Depois do treino pedimos uma pizza no aplicativo, e colocamos alguns colchões na sala pra assistir uma daquelas Comédias Românticas qualquer da Netflix, daquelas bem água com açúcar - afinal quem não adora um filme clichê pra ficar viajando numa trama que nunca vai acontecer.
Depois do filme todas nós estávamos com preguiça demais pra subir até os quartos e acabando dormindo por ali mesmo.
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O sábado havia enfim chegado, e com ele o fogo no cu dos australianos começou a coçar pra sair. Estávamos em uma boate diferente da que fomos na terça - aquela parecia ser bem maior e bem mais movimentada - no palco o Pedro Sampaio fazia a pista ferver, enquanto isso Babi havia estourado os tímpanos de boa parte de nós pobres mortais vendo o cantor subir no palco. Mas agora a mesma já estava rebolando até o chão junto a gente, até a Sasa arriscava alguns passos - bem mais timida que o restante do pessoal, óbvio, mas ainda assim admirava que ela estava começando a se soltar.
- PE DRO SAM PAI O - Fac chegou do meu lado rebolando aquela bundona dele de um jeito desengonçado, arrancando risada de geral - Bora mãe Cah, me ensina a dançar
- A professora de dança aqui é a Mari, ensina o Fac aí Mari - chamei a atenção da carioca e a mesma logo puxou o cacheado pro seu lado e foi fazendo um tutorial, o que chamou a atenção de todo mundo de tão engraçado que tava a cena.
Foi nessa hora que percebi um dos meninos um pouco mais afastado, bebendo quietinho em um canto, forcei um pouco a vista pra ver se reconhecia e logo vi que era o Nobru. Saí da rodinha em que estávamos discretamente, e fui me aproximando do rapaz, que levantou o rosto assim que percebeu minha presença.
- E ai, Cathe! - o moreno me cumprimentou sem emoção, me estendendo a long neck que tinha em suas mãos, eu prontamente aceitei e fui logo dando um gole
- Quer me falar o que tá pegando? - o mesmo me olhou sem entender - Tu aqui quieto ao invés de tá zoando com a galera... Tu não é assim Nobru. Aconteceu alguma coisa?
- Só não tô na mesma vibe, acho até que vou meter o pé. Não quero estragar o rolê de ninguém - disse ameaçando sair dali, mas eu segurei seu braço - Você tá levando bem a sério mesmo esse negócio de ser mãe da galera, né?
- Eu só tô querendo ajudar. E saber o que tá rolando, é o primeiro passo pra eu tentar fazer algo. Mas, se não quiser me contar tudo bem, porém vou ficar aqui contigo e pelo menos tentar melhorar essa tua cara de cu - voltei a entregar a garrafa pra ele, que virou todo o líquido em apenas um gole. Desviando o olhar para um outro canto da boate em seguida, mantendo seu olhar ali por alguns segundos, olhei naquela mesma direção vendo a silhueta de duas pessoas em uma pegação muito forte, naquele canto escuro.
Tentei forçar um pouco mais minha visão afim de reconhecer os rostos daquelas duas pessoas, quando as mesma se desgrudaram, identificando que um deles era meu companheiro de org., Pedro, vulgo Brabox, e junto com ele havia uma moça de cabelos loiros. Seu rosto não me era estranho, acho que já havia a visto sair em algum daqueles instagrans de fofoca. Inclusive tinha saído recentemente alguns boatos de um lance entre ela e o Nobru. O que, com certeza, explicava a cara de velório do garoto ao meu lado
- Acho que entendi essa tua cara aí - ele pareceu assustar e então percebeu que havia encarado o casal por tempo demais
- Eu sei que mereço isso, fui maior cuzão com a mina, mas parece que ela faz pra me provocar, saca? - afirmei com a cabeça, voltando a olhar em direção ao casal pegando no pulo um momento em que a moça fitava o moreno ao meu lado
- Mas acho que tu ficar aqui na fossa não vai ajudar em nada, eles vão continuar se pegando, enquanto, tu vai ficar de trouxa só olhando - ele deu os ombros - Se tu quiser ir embora, vai ser bom pra ti - falei e ele não respondeu nada, então eu continuei - Mas isso só vai dar mais munição pra que ela continuar te provocando em outras oportunidades. E tu vai fazer o que? Vai embora todas as vezes que ela tiver pegando alguém?
- E o que eu faço, não consigo ficar aqui e ignorar o que tá acontecendo
- Reage garoto, bota um cropped! - zoei, finalmente arrancando um sorriso do rapaz - Inclusive, tu tá perdendo o Fac pagando maior micão - disse voltando a olhar em direção onde estava o pessoal e a Marisa ainda tentava ajudar nosso amigo desengonçado - É tua chance de tirar o foco dessa porra aí, e ainda dar umas boas risadas - Continuei - Mas a escolha é tua. E se tu decidir ir embora, só me avisa pra que eu não fique preocupada - conclui e fui logo me levantando, saindo em direção ao bar, já que aquele golinho que eu tinha dado na cerveja do Nobru só aumentou minha vontade de beber.
- Ei Cathe, pera aí - o mesmo chamou um pouco mais alto devido à distância que eu estava, e foi se apressando em me alcançar - Acho que eu vou ficar com a segunda opção - disse me acompanhando até o bar e pegando mais uma cerveja também.
