8. Sunflower, Vol. 6

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– Tália, eu não consigo fingir que nada aconteceu. – congelo mas tento disfarçar – Eu sei que devia ter sido sincero quando sentamos para conversar sobre isso mas eu não consegui, ser vulnerável também é muito difícil pra mim. Você provavelmente está com o Ashton agora, e peço desculpa mas precisava falar o que está a dias entalado na garganta.

– Calum, eu não to com o Ash. E ele, provavelmente, nunca mais vai querer sair comigo de novo. – seu rosto se enche de dúvida. – Era para ter acontecido um beijo mas eu surtei, não estava preparada para as futuras responsabilidades que aquilo poderia me causar. Eu sou um pedra de gelo gigante e maciça, eu não quero magoar mais pessoas, muito menos você.

– Você não pensa no que aconteceu entre a gente?

– Penso, até mais do que deveria, por isso sugeri que esquecêssemos, isso me assusta.

– Também estou assustado. O que a gente faz?

– Vamos deixar as coisas acontecerem.

Nada de extraordinário aconteceu no resto dos dias em Bali, até por que ninguém sabia do que havia acontecido entre eu e Calum, e nos preferíamos assim. Fugia algumas madrugados para o seu quarto mas nada além disso.

Primeiro dia após a viagem. Estava sentada na cama de Calum com o duke, seu cachorro, quase dormindo em meu colo enquanto ele desfazia a mala.

– Você está com fome? – pergunto enquanto faço carinho no bicho.

– Eu to sempre com fome.

– Vou usar sua cozinha. – ajeito o duke na cama, passo por Calum para ir até a porta do quarto, sorrio e mando um beijinho para o mesmo saindo do cômodo.

Ligo a caixinha de som, conecto com meu telefone e deixo minha playlist tocar no aleatório. Abro a geladeira para vê o que posso preparar mas está quase vazia. Tiro tudo que encontro e invento alguma coisa.

Abro uma garrafa de vinho com a permissão de Cal e encho uma taça para ir tomando enquanto cozinho. Não dá tempo de tomar um pimeiro gole quando ''What I like about you'' do New Romantics começa a tocar. Não me seguro e começo a cantar e dançar pela cozinha.

Keep on whispering in my ear, tell me all the things that i wanna hear – vejo Calum apoiado na porta da cozinha com as duas mãos no bolso sorrindo e me observando. Sorrio envergonhada mas continuo – 'cause it's true that's what i like about you – aponto para ele.

What i like about you, you really know how to dance – ele quem canta dessa vez enquanto puxo a gola da sua camisa para que ele venha dançar comigo – when you go up, down, jump around, think about true roamance – ele continua enquanto dançamos pela cozinha.

O segundo refrão começa e cantamos juntos. A música termina e ''Sherry'' do The 4 Seasons começa a tocar em seguida. Ele me puxa pela cintura e encaixa nossos corpos. Cantamos e dançamos mais aquela música em sincronia.

I wanna make you mi-i-i-i-ine – ele canta imitando o cantor enquanto girávamos abraçados pela cozinha. Não contenho a risada.

A música some no fundo, acaricio seu rosto e Calum me olha nos olhos. Passo o dedo por suas pintinhas do rosto. Já não nos movimentávamos mais, paramos no meio da cozinha paralisados no olhar um do outro. Meu dedo segue involuntariamente para sua boca perfeitamente desenhada passeando por ali.

Beijo a ponta do seu nariz e ele morde meu lábio inferior em seguida como quem implora por aquele beijo mas em outro lugar. Rio e encosto nossas bocas para um beijo leve, que permaneceu assim apenas por alguns segundos.

Calum me pega no colo e me coloca na bancada. Passa a mão pela minha coxa e sobe até minhas costas.

– Calum... – tento chamar sua atenção em meio a suspiros. Ele segura meu cabelo em um monte só e puxa para lado para abrir espaço em meu pescoço onde deixa beijos molhados. Acabo sedento quando sinto seus beijos descerem até o decote da minha blusa, mas não por muito tempo pego seu rosto – Calum... a comida está no fogo. Depois a gente faz isso.

– Mas... – reclama e eu boto o indicador em sua boca para que pare de falar. – Tá bom. – ele bufa e se afasta.

Terminamos de cozinhar e comemos sentados no chão da cozinha sem ligar para nada. Passamos horas conversando sobre todos os assuntos possíveis como sempre fazíamos e bebemos uma garrafa e meia de vinho.

Calum está deitado em minhas pernas que permaneciam esticadas no piso gelado. O assunto parece acabar e ficamos em silêncio pela primeira vez depois de horas que não vimos passar.

– Você quer sair comigo? – Calum quebra o silêncio.

– Tipo um encontro?

– Sim – ele pensa por um minuto – Quer saber, você vai e pronto, esteja pronta amanhã de noite e aviso quando estiver saindo para te buscar. – ele fala convicto e não seguro a risada

– Ta bom, mestre. – brinco – Mas o que eu visto?

– Não se preocupe com isso. – ele sobe o corpo sentando do meu lado mas ficando de frente pra mim.

Levanto-me deixando a louça na pia. Me direciono para sair da cozinha.

– Onde você vai? – Calum levanta e vem atrás de mim.

Chego perto do banheiro e tiro a blusa, ele faz uma cara de surpresa. – O que está fazendo?

– O que acha? – seguro seu rosto dando um beijo provocativo, bordo seu lábio e término com um selinho. Ele abre o olho devagar parecendo processar o que estava acontecendo. Sorri e encara meus peitos despidos descaradamente.

Acho graça da sua reação e jogo a camisa que estava na minha mão em seu rosto.
– Eu vou tomar banho, seu pervertido! – sigo até o banheiro.

– Posso ir junto? – ele pergunta esperançoso.

– Não. – fecho a porta do banheiro antes que ele entre. – Mas você pode lavar a louça que tá na pia. – grito para que ele escute do outro lado.

– Vai ter volta! – brinca.

Termino meu banho. Passo pela cozinha para pegar algo para beber antes de ir para sala e rio sozinha vendo que ele realmente havia lavado a louça. Sigo para sala e o encontro deitado no sofá, me deito por cima do seu corpo e sou recebida com seu abraço. E é assim que ficamos o resto do dia.

veio aí meu capítulo favorito!
espero que estejam gostando :)

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