5. Adore You

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Calum's POV

Completavam alguns dias desde o beijo e não haviamos conversado ou tocado no assunto. Trocávamos mensagens mas não nos víamos. Estava muito ocupado com a produção do álbum e Tália parecia concentrada nas provas da faculdade.

Mesmo distante, aquele episódio me atormentava nas horas mais infelizes. Só hoje, perdi a conta de quantas vezes os meninos tiveram que chamar minha atenção no estúdio por estar com a cabeça em outro lugar: nela.

Não conseguia parar de pensar em como acontenceu tão aleatoriamente e inesperadamente, nunca tivemos nenhum sentimento além de amizade, o que deu na gente? Foi espontâneo e desejado, parecia que queriamos aquilo a tempos.

Arrumava minhas coisas para ir pra casa e no caminho decido sair para esquecer um pouco e vê se recuperava minha concentração para os próximos dias. E então é o que faço, mal chego em casa e já me arrumo para passar a noite em qualquer bar movimentado da cidade.

Paro no bar para pedir um drink, já havia conversado com algumas pessoas e até encontrado alguns conhecidos.

Enquanto espero a bebida ficar pronta, me viro para dar uma olhada geral no local. Grupos conversando nos cantos, outros maiores sentados em grandes mesas, alguns casais no balcão e por fim observo a pista, aquilo não podia ser real, bem na minha frente, Tália dançando com algumas outras garotas, subia, descia e rebolava como mais ninguém naquela pista, estava hipnotizado. Viro-me imediatamente antes que ela me veja ali.

Aquilo era ridículo, por que estava com medo de falar com minha melhor amiga? Se é que ainda posso chamá-la assim. Nos últimos dias ela tem me feito sentir o que nunca achei que ela fosse capaz de me provocar. Resolvo ir falar com ela mas é como se tivesse lido meus pensamentos, ela tinha vindo até mim.

Para do meu lado, radiante, sorri pra mim e se vira para o bartender, eles parecem se conhecer. Tália troca algumas palavras com o homem barbudo e com um sorriso no rosto se direciona para dentro do bar.

Acompanho seus movimentos, assim que para na minha frente mas do outro lado do balcão pergunto o que está fazendo.

– Um drink, não está vendo? – ela se vira para o homem que a permitiu estar ali
– Leo me conhece e deixa que eu faça minha caipirinha já que não está no cardápio do bar. – eles trocam sorrisos.

Tália corta um limão e espreme dentro da coquiteleira cheia de cachaça e açúcar. Assim que termina de mexer, pega um copo e se vira pra mim

– Você vai querer? – não estava esperando que oferecesse então apenas aceito rapidamente sem pensar muito.

Ela pega um segundo copo amassa o gelo e bota uma rodela de limão dentro, por fim dispeja a bebida dentro de ambos os copos. Agradece mais uma vez ao barbudo, que agora eu sabia que se chamava Leo, e deixa o bar.

Tália se aproxima de mim de novo me entregando uma das bebidas. Me encara esperando que experimente a caipirinha, tomo um primeiro gole e estava realmente muito boa.

– Onde aprendeu isso? É muito bom.

– Não sei se está sabendo mas eu sou latina, bebê! – responde feliz fazendo uma pose.

Rio da sua resposta e ninguém fala mais nada. Tiro aquele momento que estava parada na minha frente para observa-la, vestia um vestido curto preto que por ser colado no corpo marcava toda sua silhueta perfeita e seu sapatênis branco de sempre, e naquele momento sinto a tensão de quando nos beijamos mais uma vez. Meu olhar sobe de seus pés até seus olhos que me encaravam e entendiam o que acabara de fazer e tudo que ela faz é sorrir em resposta.

– O que esta fazendo aqui? – ela pergunta me tirando do transe.

Precisava distrair a cabeça, não parava de pensar no nosso beijo mas chego aqui e te encontro assim, parece castigo. – aquilo é o que penso mas não falo, apenas respondo – Precisava me distrair. Achei que você estivesse em prova...

– E estava mas acabaram hoje, podemos sair e conversar agora. – ela toca na ferida

Proponho que saíssemos dali e ela concorda. Entramos no meu carro e, na verdade, não tinhamos muita ideia do que iríamos fazer. Estávamos estacionados e completamente parados parecíamos duas estátuas dentro daquele automóvel.

– Você quer conversar sobre o que aconteceu? – Tália tira o cinto e se vira para mim no banco do passageiro.

– Sim mas não sei como começar essa conversa.

– Foi bom pra você? – ela me atinge com aquela pergunta sem mais nem menos, não conhecia esse seu lado mas Tália podia ser bem provocativa quando queria.

– Eu... eu acho que sim? – é obvio que foi mas estava desconfortável demais com aquela conversa.

– Aí, nossa, esperava um pouco mais de convicção. 

Fico sem graça e sem palavras. Sei que estou totalmente vermelho e não tinha ideia de como acabar com aquela situação. Acho que ela percebe e continua

– Estou só brincando. – me acalmo
– Nosso beijo foi a coisa mais aleatória, não acha? A gente se afastou um pouco e não queria que isso interrompesse nossa amizade, podemos seguir sem que as coisas fiquem estranhas?

– Sim. – não digo mais nada apenas concordo, na verdade fico meio chateado que ela queira seguir em frente como se nada tivesse acontecido e só eu tenha pensado demais no nosso beijo.

Aquele sentimento era muito estranho e queria poder falar naquele momento que talvez não conseguisse fingir que nada aconteceu, não que esteja apaixonado mas podia repetir a dose ali mesmo mas tudo que posso fazer é admira-la do meu lado sorrindo com seus lábios brilhando por causa do gloss que tive a oportunidade de provar a dias atrás e sabia que tinham sabor de morango.

espero que estejam gostando da história!
os próximos capítulos vão ser mais curtos e direto ao ponto por que o propósito da fic é outro e vocês vão entender no final.

beijos!

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