Capítulo 16

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Enfim voltamos a comer: apoiados nas almofadas, indolentes e relaxados. Dei uma garfada na massa fria. Não estava tão ruim.

- Há quanto tempo você é dom?

Ele enrolou o macarrão no garfo.

- Quase dez anos.

- Teve muitas submissas?

- Isso depende do que você considera - muitas- .

Revirei os olhos.

- Sabe o que eu quis dizer.

Ele baixou o garfo.

- Não me importo de ter esta conversa, Luna. É a sua biblioteca. Mas lembre-se de que, só porque você faz uma pergunta, não quer dizer que terá uma resposta.

Engoli a porção de macarrão que tinha na boca.

- Muito justo.

- Então, pergunte.

- Você já foi submisso?

Ele assentiu.

- Sim. Mas não por muito tempo, só por uma ou duas encenações.

Tudo bem, isso era interessante. Deixei o assunto de lado para mais tarde.

- Algum dia uma submissa sua usou a palavra de segurança?

Ele me olhou com atenção enquanto respondia.

- Não.

- Nunca?

- Nunca, Luna.

Encarei o prato.

- Olhe para mim — disse ele, e todos os vestígios do Nathaniel dos dias úteis desapareceram. Eu estava falando com o Nathaniel Dom. — Sei que você é muito nova nisso, então eu te pergunto: algum dia estive perto de te obrigar a fazer mais do que consegue suportar?

- Não — respondi com sinceridade.

- Eu não tenho sido gentil, paciente e carinhoso? Prevendo cada necessidade sua?

- Sim.

- Acha que eu teria sido gentil, paciente e carinhoso com minhas antigas submissas? Que previ cada necessidade delas?

É claro que sim.

- Ah.

- Estou começando com você aos poucos, porque vejo nisto uma relação de longo prazo, mas há muitas coisas que podemos fazer juntos. — Ele correu um dedo por meu braço. — Muitas coisas de que seu corpo é capaz e ainda nem sabe. E, assim como você precisa aprender a confiar em mim, eu tenho que aprender sobre seu corpo.

Eu podia muito bem ter rolado e morrido ali mesmo. Estava acabada.

- Tenho que aprender sobre seus limites, então estou trabalhando em você lentamente. Mas existem muitas, muitas áreas que ainda precisamos explorar. — Seu toque ficou mais rude. — E quero explorar todas. — Sua mão caiu. — Isto responde a sua pergunta?

- Sim — sussurrei, querendo explorar todas também.

- Mais alguma pergunta?

- Se as suas outras submissas não usaram a palavra de segurança, como a relação terminou?

- Terminaram como terminam qualquer relacionamento. Nós nos distanciamos e tomamos rumos separados.

Tudo bem, isso fazia sentido.

- Já teve uma relação amorosa com uma mulher que não fosse sua submissa?

Ele se remexeu um pouco.

Meu Chefe DominadorOnde histórias criam vida. Descubra agora