Capítulo 7

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Eu tenho uma imaginação fértil e quando tentei imaginar o vestido que Nathaniel queria que eu usasse, admito que meus pensamentos vagaram para o couro e a renda. Mas o vestido que esperava por mim na minha cama era deslumbrante. Um exclusivo de grife que eu nunca seria capaz de pagar, nem com um adiantamento de dois anos do meu salário. Cetim preto, de gola baixa e alças delicadas nos ombros, justo sem ser vulgar ou revelador. Era longo e se abria um pouco na bainha. Adorei. Fiz uma maquiagem leve, com o cabelo preso no melhor estilo elegante que eu podia conceber, olhei-me no espelho.

- Linda — elogiei-me. — Acho que pode comparecer à festa sem constranger a si mesma ou a Nathaniel.

Uma parada rápida no meu quarto para calçar os sapatos e estava pronta. Desci a escada para encontrar Nathaniel no hall e, devo admitir, estava eufórica como uma adolescente em seu primeiro encontro. Cheguei ao hall de entrada e parei. Nathaniel esperava de costas para mim. Tinha um sobretudo de lã preto e longo. Um cachecol escuro estava em seu pescoço e o cabelo roçava no colarinho. Ele se virou quando me ouviu. Eu havia visto Nathaniel de jeans e Nathaniel de terno. Mas não havia uma visão na Terra que se comparasse a Nathaniel de smoking.

- Você está linda — disse ele.

- Obrigada, mestre — consegui pronunciar, sufocada.

Ele estendeu um casaco preto.

- Vamos?

Assenti e, ao me aproximar dele, era como se eu caminhasse sobre nuvens. Não sabia como era para Nathaniel, mas ele realmente fez com que me sentisse linda. Ele passou o casaco em mim, as mãos roçando levemente meus ombros. Desenfreadas, imagens da noite anterior assaltaram minha cabeça. Lembrei-me daquelas mãos. Lembrei-me do que fizeram no meu corpo. Ele havia dito certa vez que não gostava de humilhação pública. Eu torcia para que tivesse falado sério e não me pedisse para fazer sexo oral nele à mesa de jantar. E eu estava nervosa por conhecer sua família. O que pensariam de mim? Em geral, ele saía com figuras da alta sociedade, e não sua assistente. Janeiro em Nova York era frio e esta noite era uma das mais frias já registradas. Mas Nathaniel cuidou de tudo. O carro estava ligado e bem aquecido por dentro. Ele até abriu a porta do carona, como um verdadeiro cavalheiro, e a fechou depois que entrei. Seguimos em silêncio por um bom tempo. Por fim, ele ligou o rádio.

- De que tipo de música você gosta? — perguntou.

A melodia delicada que tocava tinha um efeito calmante sobre mim.

- Esta é ótima. – Olhei para fora da janela do carro e suspirei.

- Quer me dizer alguma coisa, Luna? – Perguntou sem desviar seu olhar da direção.

- Eu conheço Rosa e Leigh, Rosa é minha amiga, eu não sabia que vocês se conheciam, eu sei que você pediu total sigilo em relação a isso que estamos tendo, só que ela ...

Nathaniel soltou um suspiro e fechei os olhos pronta para ouvir o que tivesse que ouvir, e argumentar se precisasse. Mesmo se isso levasse as consequências, mas ele me surpreendeu quando o que simplesmente saiu de sua boca foi.

- Tudo bem.

- Tudo bem? Tem certeza?

- Chegamos. Depois conversamos sobre isso.

Um manobrista pegou o carro quando chegamos e entramos no prédio. Como residente de Nova York há muito tempo, acostumei me aos arranha-céus e às multidões, mas subir a escada naquela noite, fazendo parte da multidão da alta sociedade que em geral eu apenas via de longe, fez com que me sentisse estarrecida. Felizmente, Nathaniel mantinha a mão na base das minhas costas e isso era estranhamente tranquilizador. Respirando fundo, esperei enquanto Nathaniel entregava meu casaco e seu sobretudo à mulher que trabalhava na chapeleira. Minutos depois de nossa entrada, Rosa veio saltitando até nós com Leigh.

Meu Chefe DominadorOnde histórias criam vida. Descubra agora