31- Tia do Chá

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Narradora
Meu café ficou ruim de novo, levanta por favorzinho ruivinha -e lá estava Gilbert às onze da manhã tentando novamente acordar Anne que se escondeu de baixo da coberta para não se levantar. A ruiva fora arrebatada por uma insônia violenta na última noite, e só conseguiu dormir quando o Sol começara a nascer, então levantar não estava nos seus planos-

—Um café aguado não mata ninguém Blythe -responde de mau humor enquanto se vê obrigada a se sentar na cama quando o garoto retira a sua coberta- Ok, você conseguiu um pior do que aguado, você conseguiu um forte demais. -a ruiva fala após se levantar rapidamente e cuspir na pia o café amargo e forte que lhe revirava o estômago só de ver na caneca que Gilbert havia a dado-

—Viu? Sem café como é que eu vou te beijar em todos os pontos turísticos que nós visitarmos? -pergunta divertido inclinando a cabeça para beijar a garota que tinha o seu cabelo bagunçado em uma rabo de cavalo e que passa direto indo em direção à cozinha, fazendo com que Blythe a olhe confuso- Bom dia para você também.

—Chá de capim-limão? Faz bem as vezes -oferece mostrando a xícara para o menino que faz uma cara de nojo enquanto come uma torrada com leite e achocolatado-

—Minha namorada é a tia do chá e eu não sabia -diz e recebe um tapa no braço vindo da ruiva que riu incrédula, porém ainda sonolenta- Ai ai como eu gosto de apanhar de mulher bonita.

—Ai ai como você tem sorte por eu ter paciência. -rebate puxando o sachê de seu chá como se ele fosse a coisa mais pesada do mundo para ela que só queria voltar a dormir-

—E por te ter também não é? -fala finalmente conseguindo um beijo com gosto de chá sem açúcar e se esforça para não fazer uma careta, mas a ruiva percebe e sorri entre os lábios do garoto- Vamos aproveitar o nosso ultimo dia aqui, se não eu vou querer ficar neste apartamento com você o dia inteiro.

As construções de Roma davam uma sensação de alegria para Gilbert, mas também transmitiam paz para Anne que adorava sentir o vento batendo em seus cabelos, o que ajudava a aliviar o calor da cidade.

O mais próximo que Shirley conseguiu chegar de comparar os sentimentos que cresciam em seu corpo quando observava as casas, era com a emoção que a ruiva sentia ao observar o por do Sol.

Era como se cada casa, monumento ou construção fosse um pequeno pedaço de algum belo poente que se fragmentou sob a cidade, assim possibilitando que a sensação de assistir um por do Sol pudesse se fincar nos corações de cada pessoa que andava pelas ruas cheias de Roma, e foi por essas ruas que Anne e Gilbert caminharam sem nenhum destino específico, mas pararam ao escutarem a barriga da garota roncar pedindo por uma pizza.

—Quer dividir uma de marguerita? -Blythe pergunta lendo o menu enquanto a Cuthbert olhava distraída as plantas que se espalhavam pela rua não muito larga, porém só de ouvir alguma coisa relacionada a comida, vira o seu rosto interessada-

—Dividir? Deus que me perdoe, mas dividir comida não é algo que faz sentido na minha cabeça.

—Vou beber um vinho, quer um suco de laranja? -Desde, bom, o acontecimento, Anne não tocava mais em uma bebida alcoólica. Foi como se tivesse feito uma promessa para si mesma de que nunca mais iria ingerir álcool ou se colocar naquele estado irracional, o que fez ela aceitar o suco com muito bom grado-

Certas coisas se tornaram muito comuns no dia à dia de Gilbert e Anne na Itália, mas a principal foi a pizza. Eles comiam pizza, muitas vezes tinham cheiro de pizza impregnado em suas roupas, e passavam por diversos lugares que cheiravam igual o prato, porém, principalmente em Roma, uma coisa que se tornou muito comum no dia à dia deles também, foram as fontes e as praças.

Road Trip - Shirbert e Anne with an E Onde histórias criam vida. Descubra agora