Surrera - E agora, isso é real?

O Casamento - Fanfic 17

Era sábado à tarde, aproximadamente 16 horas. Maya estava em pé em frente ao espelho esperando à hora mais sonhada de sua vida. Sua maquiagem estava perfeita, o cabelo impecável. Olhava diretamente para seu abdômen aonde ainda existia uma enorme cicatriz do chamado há exatamente um mês e quinze dias. Aquele foi o pior chamado já atendido pela 19, os traumas físicos e psicológicos ainda estavam na vida de todos que participaram daquele episódio.

- As madrinhas chegaram! Andy disse entrando no quarto juntamente com Meuri e Victoria.

- Nossa Maya você está perfeita! Victoria elogiou a amiga.

- Está com o semblante triste... Meuri disse e foi interrompida por Maya.

- Eu estava lembrando daquele chamado. Ela começou devagar para não chorar e estragar a maquiagem. Eu me lembro de ouvir a despedida de Miller pelo rádio antes de apagar, lembro de sentir meu corpo se entregando a morte, eu pensei realmente que não sairíamos de lá. Maya tentava não chorar.

- Eu lembro de pensar apenas na Sophia, eu pensava no quão injusto seria ela perder outra mãe... eu lembro de discutir com a Victoria por que ela me cedeu o oxigênio, e depois me lembro de ver ela desmaiar e pensar que ela havia morrido, acho que essa foi a pior cena de tudo, ver a minha amiga morrendo ali e não poder fazer nada. Meuri respondeu.

- Eu tenho memórias que me aterrorizam até hoje. Victoria começou. Lembro de ouvir Sullivan pedindo se alguém sabia aonde Travis estava e ninguém tinha notícias dele, eu pensei que ele já estava morto, eu pensei que todos nós morreríamos.

- Eu me lembro de gritar com Jack implorando para ele acordar e não ter respostas, eu via o fogo se aproximando, meu oxigênio finalizando o Jack não respondia, e... eu pensava em tudo, me passou um filme pela cabeça, Mick, Sullivan, a Ana, a Lua, o acidente, a perda de meu pai e a minha mãe, eu apenas lembrei que eu não a perdoei e que se ali fosse o meu fim, eu teria partido com ódio dela, eu não sei como, mas estou pensando em tentar pelo menos entender ela, mas não quero falar sobre isso agora é muito dolorido ainda. Andy disse.

- Eu me lembro de acordar no hospital três dias depois. Eu só perguntava por vocês e tinha quase certeza que todos haviam morrido e só eu sobrevivido, aí que a Carina veio e me explicou que todos estavam vivos, eu senti um alívio tão grande que não sei explicar. Maya respondeu.

- Sullivan disse que foi por poucos segundos, pensei que... não estaríamos mais aqui. A 24 e 25 chegaram e rapidamente o fogo foi controlado, depois disso o acesso foi rápido até nós. Ele disse que quando conseguiram entrar a primeira pessoa que encontraram foi o Travis que estava desmaiado por que um concreto atingiu ele em cheio e ele saiu de lá praticamente morto. O desespero do Ben, Sullivan e Jô eram inexplicável, eles tinham muitas vidas para salvar. Depois encontraram Eu e Jack, e logo vimos que ele estava vivo, nossa que alivio quando Thuanne disse “Ele está vivo, só está apagado, as pupilas estão boas, ele vai ficar bem”, mas Sullivan disse que a maior preocupação era vocês três, Maya estava praticamente morta quando chegou até Ben e Jô, estava com parada cardíaca, foi reanimada na PRT depois de usar o desfibrilador duas vezes. Victoria e Meuri estavam com parada respiratória e por pouco não evoluía para cardiorrespiratória, cada uma que era retirada de dentro era uma batalha pela vida. Eu fui a última a ser retirada, não tive fratura e estava bem. Andy disse as amigas.

- Carina disse que o hospital foi à loucura. Ninguém queria perder mais um de nós, já perdemos muito né. Andy recebeu alta no primeiro dia, mas nós continuávamos lá, vocês duas, Maya disse olhando para Vic e Meuri, saíram no outro dia, eu só fui acordar na UTI três dias depois de dar entrada e Travis precisou de uma cirurgia neurológica muito arriscada e permaneceu por mais 20 dias no hospital, Jack teve fraturas sérias e precisou de uma pneumotórax e permaneceu no hospital por semanas também, eu me lembro de acordar todos os dias no hospital durante os 10 dias que fiquei lá e perguntar se eles estavam vivos... depois em casa era a mesma coisa, eu tinha medo quando meu telefone tocava... eu sempre pensava que poderia ser notícia ruim. Maya desabafou.