40 • crash

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— " How could you do this to me? I think you should've known. I think you fucked me up. And I've got nothing to say to you." —


Olivia Jones

– Eu acho que você deveria me deixar escolher, porque assim, o aniversario é meu – Calum disse ao telefone. Ele era extremamente teimoso.

– Não interessa – respondi rindo, terminando de enrolar os brigadeiros no granulado. Encarei Payton em minha frente e revirei os olhos, ela se segurou para não rir.

– Não? – Hood perguntou do outro lado da linha.

– Não.

– Como não? – ri. Céus. Estava sendo quase impossível de convencê-lo.

– Calum, pelo amor de Deus, eu fiz toda uma programação pra nós dois – bufei, ouvindo sua risada. – Você quer mesmo jogar meus planos no vento pra ir se enfiar numa pousada em Napa?

– Chantagem emocional, Olivia? – riu. – Pensei que você fosse melhor que isso – gesticulei um "e agora?" desesperado para Payton, que riu e mexeu os ombros. – Liv?

– Cal... – apelei para o choramingo. – Por favorzinho – Payton precisou sair da cozinha, largando sua gargalhada na sala. – Eu juro que vai ser o melhor aniversário da sua vida. Você nunca, nunca mesmo, vai se esquecer desse dia. Vai ser tão...

– Ai, tá bom – me interrompeu e riu, derrotado. – Você sempre me ganha no cansaço. 

– Eba! – vibrei e Calum gargalhou. – Eu te amo.

– Eu também te amo – fiz sinal positivo para Payton, vibrando animada. – Mas, o que vamos fazer então?

– É surpresa! Eu te encontro às dez aí na frente da sua casa – coloquei todos os brigadeiros que faltavam dentro da travessa.

– Tá bom – Hood riu. – Boa noite.

– Boa noite. Te amo.

– Também te amo.

Então, eu e Payton começamos a comemorar, afinal eu havia passado quase uma semana tentando convencer Calum de que seria melhor passarmos seu aniversário em Los Angeles, quando, na verdade, Hood insistia para que eu e ele fizéssemos um programa de casal em Napa, no interior da Califórnia.

Os preparativos para festa surpresa de vinte e três anos dele estavam à mil. Mali-Koa e Joy já estavam na cidade, hospedadas na casa de uma tia avó de Calum para que ele não desconfiasse da surpresa. Eu e Payton havíamos passado o dia fazendo docinhos e Johanne prometeu fazer o bolo favorito de Calum. Já havíamos avisado todos os amigos mais próximos e a família, e eu estava morrendo de ansiedade para saber se ele ia gostar. Eu esperava muito que ele adorasse, afinal, sabia o quanto Calum se sentia especial quando percebia que era amado. E nós o amávamos muito.



Uma semana antes de seu aniversário Calum me fez jurar que não iria gastar dinheiro para comprar um presente pra ele. Segundo ele, não era preciso eu dar um bem material quando poderia apenas ser a melhor companhia que ele tinha. Eu achei a coisa mais fofa do mundo, mas, ainda assim, decidi que o presentearia com algo material, sim. Então, criei meu próprio presente. Assim como ele havia feito no Natal.

Pedi ajuda ao Ashton, já que ele sempre costumava gravar CDs para todos nós quando éramos adolescentes, então, seguindo suas instruções, gravei um CD para Calum. Eu sabia que aquela técnica já estava um pouco ultrapassada e que não estávamos mais nos anos 2000. As plataformas digitais eram a nova maneira de adquirir música, e eu poderia muito bem apenas criar uma playlist dedicada ao meu namorado. Mas, queria fazer diferente. Queria que Hood tocasse naquele CD com suas mãos perfeitas e que precisasse parar sua vida de alguma maneira para ouvir o que eu podia falar a ele por meio de algo que nos unia tanto.

coffee & tea • c.t.hOnde histórias criam vida. Descubra agora