14 • comethru

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– "I don't know what I'm feeling, maybe I'm just needing someone to pass the time. I'm trying to realize, It's alright to not be fine on your own." –



– Liv, péssimas notícias – Calum disse assim que sentou ao meu lado na mesa do pátio. O encarei surpresa. – Todas as salas estão reservadas pra essa semana.

– O que?! – quase gritei. Aquilo não era possível. – Como assim?

– Também achei estranho – Calum fez uma careta. – Vamos ter que arranjar outro jeito.

– O que? – Irwin, que estava sentado no lado oposto da mesa, se intrometeu. Típico de meu melhor amigo.

– Eu e a Liv queríamos uma sala pra editar nosso projeto. Mas todas já foram reservadas pra essa semana.

– Ah, que merda. Eu e a Payton reservamos a última disponível – Ashton disse e eu pude sentir certa ironia em sua pronúncia. Aquilo não me parecia algo natural. Confirmei minhas suspeitas quando o vi trocando olhares cúmplices com Payton.

– E vocês não podem liberar pra gente, não? – indaguei desafiadora. Os dois se encararam.

– Não – disse Payton. – Não temos outro lugar para fazer. Foi mal – fez uma careta. Grande mentirosa. Eu sabia que os dois estavam aprontando pra mim. – Por que não chama o Hood pra fazer na sua casa? – os três me encararam, assim como Michelle, Piper e Luke que conversavam qualquer coisa relacionada a bandas antigas ao nosso lado. Me senti pressionada.

– Ah, não sei – gaguejei. – Você quer fazer lá em casa? – encarei Calum.

– Se quiser podemos fazer lá em casa também – deu de ombros. Ashton e Payton trocaram olhares. Eu os mataria.



– Amanhã você pode? – Calum perguntou andando ao meu lado.

– Posso – dei de ombros. – Que horas?

– Depois da aula, pode ser? Aí vamos juntos – eu não sabia dizer por que, mas tinha algo estranho no ar.

– Pode ser sim – sorri. – Meu ônibus tá vindo. Tchau, Hood. Até amanhã!

– Tchau, Liv. Até! – o abracei e abanei, vendo Calum seguir até seu carro.

Entrei no ônibus e agradeci mentalmente pelo mesmo estar praticamente vazio. Me sentei perto da janela, peguei meus fones e relaxei. Lá estava eu, novamente, pensando sobre até onde aquele projeto iria nos levar. Já estávamos quase acabando, e tudo havia mudado muito desde o dia em que encontrei Calum Hood na cantina e chegamos atrasados juntos em uma aula de Fotografia.

Já sentia falta de toda aquela aproximação. E me perguntava se depois de apresentarmos o trabalho ele iria seguir sua vida, e eu a minha. De verdade? Não estava muito afim de seguir minha vida sem as conversas aleatórias e, ao mesmo tempo, profundas, com Calum. Queria seguir minha vida com ele ali, fosse como amigo ou como algo a mais. Não mentiria mais pra mim mesma, se possível. Eu estava tão afim de Calum Hood que, se possível, aceitaria qualquer coisa com ele.

Se Calum me chamasse para uma viagem relâmpago, eu iria. Se me pedisse para assistir um filme de terror com ele – ou dez –, eu assistiria. Se ele se declarasse pra mim, eu retribuiria. E na verdade, essa última possibilidade matutava tanto na minha cabeça que eu até já tinha meu discurso pronto. Típico de Olivia Jones. Eu só estava esperando o sinal verde.

Eu estava tão exausta. E aquilo era prova do final do semestre se aproximando. Provas e mais provas, testes surpresa, trabalhos gigantescos... Tudo aquilo somado ao fato de que estávamos há quatro meses vivendo aquela rotina era de acabar com a felicidade de qualquer um. Gostaria de poder chegar em casa, me trancar no meu quarto, e maratonar qualquer série besta que me fizesse rir e esquecer meus problemas. Mas eu sabia que aquilo não era possível.

coffee & tea • c.t.hOnde histórias criam vida. Descubra agora