Despertar

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CHIARA PELEGRINI ⬆️⬆️⬆️

P.O.V NARRADOR

Vocês nem imaginam como estou feliz de poder contar uma nova história, essa em uma lugar bem distante do centro de aglomeração das grandes cidades.

Estou falando de Pitcairn Island.

Localizada no Reino Unido, Polinésia, fica a mais de 2.100 km de distância do Taiti. Com apenas 50 habitantes (isso mesmo não é brincadeira 50!!!).

Mas é nessa ilha cercada por águas cristalinas com uma beleza natural extraordinária que começa a jornada de aventura de três jovens sonhadores.

P.O.V CHIARA PELEGRINI

       Aqui estou eu mais uma vez limpando as mesas do restaurante, poucas pessoas caminham pelo lado de fora do estabelecimento, e falta poucos dias para que uma nova onda de turista chegue aqui.

        Bem, meu nome é Chiara Pelegrini, tenho 19 anos, mas em alguns meses faço 20. Sou negra, cabelos bem cacheados e 1,75 de altura.  Moro com meu pai, minha mãe me abandonou quando ainda era bem pequena. Não me lembro muito bem da sua feição, mas ainda guardo essa corente de ouro que lhe pertencia. Tenho esperanças de um dia poder encontrar ela novamente.

     Meu pai sempre me dá uma atenção dobrada por causa disso, nasci aqui em Pitcairn, nunca fui para o mundo exterior e espero que um dia tenha tal oportunidade.

      Aqui em Pitcairn as coisas se tornam muito monótonas facilmente, os mais antigos ainda acreditam nos deuses gregos, eu não acredito tanto assim, meu pai não é assim tão crente e por isso não tive tal influência religiosa.

      Mas gosto das histórias, são muitos legais de se ouvir. Já faz 11 anos que sou campeã local no tiro ao alvo com arco e flecha. Ninguém conseguiu me superar e para ser sincera modéstia parte sou muito boa nisso.

      O contato com a natureza sempre me acalma, o som dos animais e o vento nas folhas das árvores me fazem me sentir mais confortável.

        Termino de limpar as mesas e vou tirar o lixo, tenho défit de atenção e hiperatividade, sempre fui considerada uma criança diferente das outras, mas nunca deixei isso me abater, longe disso, minha "diferença" me dá força para lutar todos os dias.

       Meu pai estava em algum lugar do hotel, me preparo e vou até a venda. Ao me aproximar de uma casa, uma senhora de vestido azul me chama.

- O que uma linda moça como você pode estar andando assim tão perdida? - ela me olha com um sorriso afável.

- Vim comprar algumas frutas, ervas e outras coisas. - Respondo com um sorriso no rosto.

- Ó... entendo. - Ela sorri. - Logo você vai voltar. - ela mexe em alguns vidros nas sua banca. - A deusa Ártemis visitou as florestas essa noite. - ela sorri. - A alegria dos animais pelo manhã é um grande sinal para tal acontecimento.

- Ok, se a senhora está dizendo. 

        Deixei ela lá cantarolando uma música baixa, voltei a pensar no quanto trabalho ainda tinha pelo dia, algumas garotas me olhavam torto por onde eu passava, mas nem dava importância para isso.  Volto o mais rápido que posso para casa que se localiza ao lado do hotel, após limpar toda a casa pude comer um pouco, agora já estava anoitecendo e meus deveres todos cumpridos. Fui tomar um banho para poder descansar, pelo menos descansar do meu jeitinho.

      Banho tomado e arrumada para a noite, vou até a varanda do meu quarto. a Lua hoje está tão linda. Por cima da roupa confortável coloco uma manto azul escuro e pego meu arco e flecha.

     Antes de poder passar por cima do telhado meu pai se encontrava encostado em uma árvore no Jardim, ele me olhou como se já soubesse da minha fuga.

- Eu estou indo...

- Sei o que faz a noite. - Ele me interrompe. - Não apoio pois é perigoso, mas você já tem quase 20, sabe o que fazer. - Ele me dá uma vasilha com pedaços de bolo. - Tem que comer.

- Obrigado. - abracei ele.

     Meu pai quase sempre era meio chato, mas nunca deixou de me apoiar nas minhas decisões. Termino de comer um pedaço do bolo e saio pelos fundos, dava direto para o começo da floresta. A lua cheia mantinha tudo bem visível, vejo uma coruja a espreita de sua presa, alguns sapos estão cantando seguidos por um coro de grilos.

     Tão tranquilo. As casas ficam ao sul da ilha, a parte norte ainda é meio desconhecida, o difícil acesso mantém essa área protegida das pessoas, os animais preferem muito esse lado da ilha. Paro por baixo de alguns cipós e no alto de uma árvore tem uma cobra dormindo.

       Pego meu arco e miro a flecha em um fruto no topo da árvore. Como esperado acertei sem problema algum, a fruta mal tocou ao solo e alguma coisa pegou e saiu correndo, não vi o que era mas provavelmente uma animal frutífero, volto a caminhar e vejo uma coisa estranha. Uma luz dourada vinha da pedreira ao norte, com muito cuidado vou me aproximando do local, a luz foi sumindo na parte mais baixa.

      Ao me aproximar da beira da pedra, vejo que era muito alto, as ondas do mar batia contra a pedra com uma força incrível. A luz dourada tinha desaparecido aqui, mas não vejo nada de estranho.

      Deve ser apenas coisa da minha cabeça, não sei se comentei mas essa ilha recebe turista por eles serem loucos, a alguns anos pessoas que vem para cá desaparecem sem deixar qualquer pista, por um tempo ficamos sem visitantes, mas sempre tem quem vem para cá e como um ciclo também desaparecem sem dar qualquer explicação. Começo a voltar para casa,  está ficando tarde e estou um pouco longe de tudo.

         Na volta uma coruja voa na minha direção, me abaixo rapidamente o que me faz escorregar por uma pedra com lodo, lá embaixo me levanto suja, tinha pequenos ferimentos pelo braço, rosto e perna, mas ficarei bem.

      A coruja estava muito brava, ela ficava gritando e voando na minha direção, saio correndo por baixo dos árvores baixas. Olho para trás e ela ainda está vindo atrás de mim.

   Na minha frente tinha um galho seco preso por alguns cipós, mas tinha um ponto fraco, o único cipó que o segura, ainda correndo preparo mais uma flecha, espero... espero... agora. Atirei no cipó e pulei por baixo rapidamente.

     A coruja não teve escolha a não ser ir embora, se tentasse passar seria esmagada.  Levanto e sem esperar volto para casa, isso nunca tinha acontecido comigo. Acho melhor dormir.

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