início de um pesadelo

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Thiago: ele quebrou mesmo o seu celular? – andávamos na rua.

Ana: sim, meu pai não tem nenhuma noção – ainda estava chateada – agora estou sem
celular.

Thiago: posso te ajudar a comprar outro.

Ana: nem pensar, não precisa – dei um sorriso curto – obrigada!

Thiago: seu pai não precisa saber que fui eu quem te deu o celular – insistiu.

Ana: não precisa Thiago – paramos de andar – do que adianta eu ter outro celular e ele
quebrar também?

Thiago: vou pensar numa forma de te ajudar. – sorri – mas agora vou te levar até a sua casa.

Ana: não mesmo, você está doido? Se meu pai te ver lá ele me mata.

Thiago: fico te olhando de longe então – concordei pois sabia que ele insistiria. – hoje a noite
você vai fugir de novo?

Ana: não, prometi pro Lucas que ajudaria ele com um trabalho da escola – ele fez uma cara
triste e eu ri dando um selinho no mesmo – amanhã...

Thiago: ok, te espero aqui na esquina amanhã a noite! – sorrimos. Nos despedimos e fui pra minha casa.

Não vi o meu pai o dia inteiro, por isso estava uma paz naquela casa. Minha mãe como sempre
nem ligando para mim, só os meus pequenos mesmo para me deixaram feliz.

Ana: como você  está muito esperto!! – sorri brincando com o Alex. Ele tinha 7 anos e era a criança mais linda do mundo na minha opinião. Eu amo cuidar do meu irmão. – vou pegar um lanche pra você – levantei.

Lucas: Ana cheguei! – sorri pra ele que veio me dar um abraço.

Ana: como você foi na escola?

Lucas: bem, é...podemos ir pro quarto?

Ana: porque não quer ficar aqui na sala?

Lucas- porque nosso pai pode chegar e começar a implicar com a gente de novo..

Ana: você tem razão, vai subindo que eu já vou – e assim ele fez.
Passei o dia todo com eles, meus príncipes. Sou apaixonada por eles sim! E ai de quem tentar
fazer algo contra eles, já enfrentei meu pai por causa do Lucas, duvido que não enfrentaria qualquer um. Talvez eu seja bastante protetora, mas só talvez mesmo.

Esse foi um dos únicos dias de paz naquela casa e no dia seguinte pela noite, lá estava eu saindo pela janela do meu quarto as 01:30 da manhã, pode ser  errado? Demais!  Mas oque posso fazer se meu pai não me deixa viver?.
Encontrei o Thiago na esquina como combinado e logo estávamos na festa do amigo do Thiago, estava cheia e muito animada. Eu me diverti tanto, mas mal sabia eu que me arrependeria amargamente pelo oque aconteceu naquela noite.

Eu e o Thiago já estávamos bêbados, nos deixamos levar pelo momento e me entreguei a ele naquela bendita noite. Eu achava que a minha vida parecia um inferno mas daí pra frente piorou e muito. Naquele dia, amanheceu e eu não tinha chegado em casa, meu pai descobriu e assim que eu pisei naquela casa eu já apanhei. Poderia dizer que foi merecido se meu pai não tivesse passado dos limites ao me bater. Eu fiquei acho que uma semana inteira sem sair de casa por causa dos hematomas, e essa semana foi cheia de estresses como:

Antônio: vai lavar os pratos de todos aqui

Ana: mas hoje era o dia do Victor

Antônio: todos os afazeres da casa vão ser sua responsabilidade pra você aprender a não fugir de casa pra beber, ou pra ficar de safadeza com aquele moleque. Sua vagabunda – entre esses e outros muitos insultos piores, a minha semana passou.

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