❯❯❯❯❯ Capítulo Seis

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Eu vivo longe de qualquer mar, você de qualquer estrada
Esperei por alguém como você por tanto tempo
Mas há esse oceano, entre nós
Que corta os nossos corpos e corta os nossos corações
Temos de lidar com este Pacífico nos afogando
...
E enviei a você todo o meu amor em uma garrafa
É difícil pensar que você está além deste ponto
...
Você me diz
Que estar perto
Não é uma coisa física
Eu digo que é

Thalles - You, the Ocean and Me

Eu deveria ter me sentido estranho, mas já que Cristo não sentia, mesmo comendo com cinco homens o vigiando, eu parei de pensar sobre isso. Dois dos homens, Paz e Adan, eu já conhecia, e ainda não tendo sido apresentado ao outros, acenei em saudação. Normalmente eles não se dirigiam a ninguém, Cristo me disse, mas já que eu tinha salvado seu irmão mais novo, aparentemente, eu estava em uma liga diferente de todos os outros.

Fiel à sua palavra, o restaurante – Corazon – era pequeno e intimista, e a proprietária veio à nossa mesa para perguntar o que ele gostaria. Descobri que Cristo havia dado a ela o empréstimo para iniciar seu negócio, e ainda mais do que isso, eles eram amigos.

— Conte-me tudo sobre você, — ele me disse, bebendo sua cerveja da garrafa, inclinando o rosto em seu punho, seus olhos gentis comigo.

— O que você quer saber?

— Diga-me como você e o policial se conheceram.

Então eu disse a ele sobre como a simples missão de pegar o cachorro da minha amiga se tornou o momento crucial da minha vida. Eu contei a ele sobre como eu tinha sido sequestrado e levado um tiro, e como Michael tinha ido embora há três anos e como ele tinha voltado. Eu contei fazendo vozes e rindo, porque era engraçado em retrospecto.

— O que foi? — Eu perguntei quando percebi como seus olhos estavam arregalados.

— Jesus Cristo, Anjo, — ele disse, sem rodeios, olhando para mim.

— Não é grande coisa.

— É sim.

E meio que era, mas já haviam se passado três anos, e a distância tornava tudo mais como um filme do que qualquer outra coisa. Mas o jeito como ele estava olhando para mim, estudando meu rosto, sua expressão terna, a preocupação em seus olhos, era muito bom.

— Ei, eu conheço este lugar que vende tortas ótimas depois, — sugeri.

— Absolutamente.

Comi como um porco, o que encantou a proprietária completamente, e agradeci pelo jantar, abraçando-a e dizendo que o Poc-Chuc e Picadillo eram dois dos meus pratos favoritos e que seu arroz e o Mollette estavam deliciosos.

— Você sabia o que estava comendo? — Cristo sorriu para mim quando ela se foi.

— Claro, — eu disse, olhando para ele. — Eu cozinho também, sabe.

Ele acenou com a cabeça. — Sério? Você cozinha?

— Sim, eu cozinho.

Grunhido rápido dele. — Então você...

— Cris.

Nós dois olhamos para Paz, e seus olhos estavam virados para frente, fixos em outra coisa. Seguindo seu olhar, vi Michael e o Agente Calhoun, novamente em suas roupas de traficantes, atravessando o salão com dois outros homens. Eu parei de respirar. Paz e Adan se moveram para mais perto, protegendo Cristo e eu, parados a poucos metros de nós.

 ⛓️ 𝐒𝐇𝐀𝐓𝐓𝐄𝐑𝐏𝐑𝐎𝐎𝐅 ─ 𖥻mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora